
Não me vou pronunciar, novamente, sobre a razão de ser desta Assembleia Geral extraordinária convocada, de braço dado, pela duas figuras da foto, que vão ocupar lugar na história centenária do Sporting Clube de Portugal, pelo pior dos motivos. A alegada justa causa para o efeito, elaborada, supostamente, pelo movimento «dar rumo», vem hoje explanada em detalhe no Jornal do Sporting. A questões são inúmeras, mas muito embora a qualidade da liderança e respectiva gestão seja evocada, o documento fundamenta-se no parecer subjectivo sobre os resultados desportivos, contratações de activos, entradas e saídas de treinadores - inclusive de receberem salário sem exercerem funções - objectivos desportivos falhados, etc.. O mesmo documento dá relevo a promessas eleitorais não cumpridas, outras que acabaram em insucesso e finaliza indicando que o propósito principal da revogação do mandato dos titulares dos órgãos sociais visa «evitar que o Sporting perca tempo no cumprir meramente formal de um mandato precocemente esgotado.» Que o Sporting perca tempo... (?!?)
Considerando o apoio que estes jovens do «dar rumo» tiveram para conspirar o todo desta «démarche», era de esperar um relatório de «acusações» muito mais sofisticado e factual, ao que concerne a imprescendível justa causa que, por lei e pelos estatutos, é exigida para sustentar o processo. Por outro lado, tendo em consideração a conhecida posição imparcial do presidente e vice-presidente da Mesa, terão entendido que não mereceria a pena darem-se a tanto trabalho. Caso hajam dúvidas, basta fazer uma leitura informada e conscienciosa do parecer do prof. Menezes Cordeiro sobre o teor da convocação da Assembleia Geral. Como disse José Couceiro, e com razão, isto é apenas o princípio de muita coisa que vai precipitar dias muito complicados para o Sporting. Para minimizar os danos, será necessário que a maioria (disponível) menos visível, esteja presente e participe no debate que terá lugar na reunião magna que será realizada no dia 9 de fevereiro, em Alvalade. Reitero, pela inésima vez, que seja qual for a decisão da Assembleia Geral, esta não será verdadeiramente representativa de todos os sócios do Sporting Clube de Portugal, uma vez que a vasta maioria será impossibilitada de fazer ouvir a sua voz. Gostaria de terminar dizendo que os actos praticados fiquem na consciência de cada um, mas não me parece que haja consciência alguma neste muito sombrio capítulo histórico do nosso Clube.