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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, no programa Grande Entrevista da RTP, diz que o “caso Rui Pinto”, o jovem português que denunciou alegados esquemas de evasão fiscal no futebol cometidos em vários países, conhecido como Football Leaks, a impressiona:
“Não posso falar concretamente do caso, só em tese geral. Mas devo dizer que este caso impressiona-me muito pessoalmente, porque ouvi a pessoa de que estamos a falar a dizer frases sobre a corrupção no futebol muito semelhantes àquelas que eu disse numa entrevista em 2002, ao Adelino Gomes, e que está publicada na [revista] Pública.
Eu disse ao Adelino Gomes que o futebol era um mundo de branqueamento de dinheiros sujos, com promiscuidades políticas indesejáveis, alargadas e muito difíceis de combater. Fez-me impressão, porque passaram 17 anos e aparece uma pessoa a dizer aquilo que eu tinha dito. Porque agora parece que são todos paladinos contra a corrupção no futebol, contra as offshores. Toda a gente fala disso, já não vale a pena falar. Mas naquele tempo tive problemas sérios por ter falado disso.
Volvidos 17 anos, por aquilo que se sabe do Footbal Leaks (e não estou a falar de nenhum clube em concreto nem de nenhuma pessoa, mas de um fenómeno), aparentemente no mundo do futebol é-se imune a qualquer espécie de escrutínio.
Precisamos das pessoas que estão por dentro do extraordinário mundo do crime, dos criminosos que queiram colaborar connosco. E, em geral, nenhum criminoso colabora com a justiça por razões éticas, mas sim por razões interesseiras, individualistas. Mas isso é humano, normal. Tem de haver uma legalidade para essa compensação, através da delação (ou colaboração) premiada, se for para defender outros valores superiores e se for escrutinável.
Em todo o mundo há várias histórias de hackers que se transformam em hackers bons e colaboram com a justiça. Aquele que é hacker mau pode transformar-se num hacker bom e trabalhar para a polícia. Tem um know-how que muitas vezes a polícia não consegue ter por si só”.
Em entrevista à RTP, o ex-capitão do Sporting e actual jogador do Leicester City voltou a abordar a transferência para o clube da Premier League no último Verão, nomeadamente o seu desapontamento com Bruno de Carvalho. O médio, recorde-se, esteve quatro meses sem jogar devido a um atraso de 14 segundos na sua inscrição, que o obrigou a treinar separado do restante plantel:
"Bruno de Carvalho não entendeu que tinha de me retribuir. Preferiu entender as coisas da maneira que quis ou da maneira que lhe dava jeito".
O seu momento de forma e as dificuldades que sentiu em apanhar o ritmo dos seus colegas de equipa:
"A partir do momento em que uma equipa está lançada, as rotinas de jogo, depois para entrar é sempre mais difícil, mas eu não gosto de arranjar desculpas".
A sua eventual chamada à Selecção Nacional, mesmo considerando que ainda só jogou cerca de 750 minutos pelo clube inglês:
"Se me pergunta se eu quero, quero. Se mereço? Muitos merecem, eu sou um deles por tudo aquilo que fiz para recuperar o tempo que perdi".
O Portugal-Suíça passou a ser o programa mais visto de televisão em Portugal, em 2017.
O jogo desta semana em que a Selecção Nacional garantiu o apuramento para o Mundial 2018 foi transmitido na RTP1 e teve audiência média de 2,5 milhões de pessoas, com 51,2% de share, de acordo com dados da GFK, empresa que mede o mercado de televisão em Portugal.
O momento de maior audiência aconteceu no final do jogo, quando mais de três milhões de pessoas (61 em cada 100 pessoas que viam televisão àquela hora!) partilhavam com a Selecção a alegria do apuramento.
A flash interview dos jogadores e seleccionador nacional também passou na RTP1 e foi vista por 1,5 milhões de espectadores, um número assinalável.
A RTP1 foi a estação de televisão mais vista do dia, com 21,4 por cento de share.
Não era minha intenção dar continuidade a este assunto, mas acabei por não resistir face ao número de comentários ao post original e o contexto dos mesmos.
Primeiro e sobretudo, não vou ser hipócrita e afirmar que estranhei de modo algum o número de comentários de adeptos do Benfica ao post original - cerca de dois terços dos que foram publicados - e praticamente todos a defender o posicionamento técnico da RTP no que diz respeito à transmissão da final da Taça de Portugal de futebol feminino, muito embora o texto não contenha referência alguma, directa ou indirecta, ao clube da Luz.
Foi perfeitamente natural surgir uma reacção de desagrado da parte de sportinguistas. Se teríamos reagido da mesma maneira caso a final tivesse sido disputada por outras equipas, é um não assunto, porque não foi. Estiveram em campo o SC Braga e o Sporting Clube de Portugal. Não duvido, minimamente, que se o Benfica tivesse disputado a final, os seus adeptos teriam tido semelhante reacção, nas circunstâncias.
O que fica para história, indiferente dos argumentos sustentados por paixões clubistas, é o mau profissionalismo do canal público, que dá justa causa para ser interpretado como desrespeito pelo Sporting e por todos aqueles que assistiram ao desafio.Tanto por ter dividido a transmissão do prolongamento com o concerto, assim como, e ainda mais grave, por ter ignorado completamente a entrega do troféu à equipa vencedora e das respectivas medalhas a todos os participantes dos dois clubes.
Admite-se que a RTP tinha outros compromissos e não estava preparada para o jogo ir além dos 90 minutos regulamentares, contudo, uma vez que assumiu a responsabilidade, não devia ter sabotado a transmissão da forma como o fez.
Na minha opinião, face ao dilema e para minimizar danos, devia ter anunciado que iria interromper a transmissão e que só regressaria ao Estádio Nacional quando estivesse tudo pronto para as cerimónias. Acho que todos nós teríamos respeitado essa decisão.
Nos comentários originais surgiu uma outra questão sobre o agendamento da transmissão. Não vou insistir na minha tese, porque não a posso comprovar, mas já há alguns dias tinha lido um anúncio do Sporting, tendo então ficado com a ideia que a decisão de transmitir a final foi quase de última hora, ou seja, não estava pré-agendado. Talvez até não seja uma questão importante, mas se for verdade, ajuda a explicar o dilema do canal público perante o tempo extra do jogo.
Seguramente que não me tornei sportinguista apenas pelo facto do meu Sporting ser um Clube constantemente vencedor, ou porque a conquista A, B ou C me tenha impressionado na juventude – acredito que ninguém se torna do Sporting apenas porque este ganha, ou por qualquer promessa paternalista de que o Sporting ganhará sempre. Ser do Sporting ultrapassa a conexa lógica de fé das vitórias. Nós, mesmo que por vezes sem grandes motivações, somos sempre do Sporting, e com orgulho. Eu, seguramente sou. Nunca escondi a camisola verde-e-branca na gaveta porque não ganhávamos, nem precisei que alguém me ensinasse a ter orgulho no meu Clube. Não obstante de Vencer ser a nossa razão de existir – e não simplesmente Ganhar –, uma das razões pelas quais o Sporting é diferente, entende-se no próprio existencialismo dos seus adeptos. Ao contrário do que sucede noutros Clubes, nós nunca nos limitamos a existir apenas quando ganhamos.
Porque não descobri o meu sportinguismo numa qualquer esquina da vida, desconfio daqueles que só são felizes quando o Sporting "Ganha". Porque Ganhar, não é o mesmo que Vencer. Quando num Clube se soberbam exibições (Champions, Santiago Barnabéu), se desprezam competições (Taça da Liga de Futebol) para celebrar à conveniência (Taça Challenge, ou Campeonato de Andebol), algo nos diz que este não está ainda toldado para ser Vencedor. À conveniência, a memória é sempre inconveniente.
“Ganhar”, tanto tem de poderoso, como de ingénuo. “Ganhar”, resolve a dívida emocional que se enfrenta quando outrora se perde – daí sentirmos que “tudo fica bem” quando ganhamos. Mas a lógica estrutural que existe em torno desta palavra não garante a idiossincrasia necessária ao alcance ou durabilidade do… Vencer. “Ganhar”, é uma palavra perigosa, porque maravilha as massas em torno de uma crença momentânea. É uma espécie de levitação modorra, que não resolve problemas estruturais de raras vitórias, que facilitam o perder tudo logo de seguida. Sobrevalorizar o "Ganhar, desconhecendo o verdadeiro significado de "Vencer", prejudica o Sporting, porque não existe lógica que assegure que num Clube como o nosso, o ganhar seja sequencial. Eu, como todos, também quero ganhar. Mas quero, igualmente, continuar desconfiado por mais um tempo desta palavra. Sou do Sporting há anos suficientes para perceber como funcionam as coisas na nossa casa.
Teste o travão, para assegurar que ele funciona.
Todas as genialidades esbarram nos vícios da Vida. Parece-me que só ao fim de quatro anos este Presidente inferiu o engano quando prometeu vitórias constantes e breves. É verdade que se geraram recursos como nunca outrora se geraram, mas igualmente se gastaram recursos como nunca outrora se gastaram. No final, ou seja hoje, mesmo com alguns títulos conquistados, não podemos assegurar que se criou uma estrutura suporte para manter o “Ganhar”, pelo menos, de modo constante. Reconhecer erros de Gestão, não assegura que se detenha suficiente critério ou sagacidade para que, do mesmo modo, se delineie um rumo correcto. Talvez seja suposto esperarmos mais uns anos para todos percebermos se este é o rumo certo.
A RTP, Pessoas, e a Marca Sporting
Se colocarmos devidamente esta questão na balança, percebemos que poucas instituições portuguesas se revelaram – ao longo da história – gratas ao Sporting pelo natural substanciamento desportivo do nosso Clube à nação – o que confirma a infeliz tendência para que no Sporting as conquistas sejam invariavelmente vistas de um modo incómodo por diversas personalidade com maior ou menor influência. Perdemos recentemente, por diferentes motivos, duas personalidades de topo na nossa estrutura leonina no que às Modalidades respeitava (e não apenas), cujo reconhecido know-how ou influência poderiam ser consideradas de vital importância para o desenvolvimento e imagem exterior do Clube. Alguém de reconhecida capacidade ocupou sequer os respectivos lugares?
Que se desconfie da tendência espontânea em delapidar ou perder património humano ou material, sem que uma estratégia de reposição de valores seja adoptada. Que nunca se confie na expansão isolada da marca “Sporting” por Portugal ou por este mundo fora, seja sob formato de cidadania ou de pseudo-pedagogia desportiva nas escolas espalhadas pelo planeta, geradas de modo autónomo pelo Clube. Cuidado com os pretensiosos amigos. Com os novos amigos. Até com os ex-amigos.
O Sporting, fruto da inexistência de um organograma estrutural profissionalizado na SAD para este fim, tem dificuldade em seduzir as mais importantes instituições, marcas ou parceiros de maior influência que gravitam em torno da indústria desportiva. Se existe algum departamento técnico-estratégico no nosso Clube que observe tendências globais ou elabore percursos operacionais no que à marca Sporting concerne (à excepção do computador do Jornalista Saraiva), este trabalho não está de todo em funcionamento. Se existem, estes que me desculpem, mas são tão incompetentes quanto quem gere os convenientes conteúdos desportivos da RTP. Observa-se um Sporting efectivamente limitado na sua propensão empresarial, o que gera uma observável menor influência nos media, como o próprio desenvolvimento da instituição.
O Sporting está demasiado por “sua conta e risco”, porque mesmo o poder de decisão não está totalmente esclarecido – “este ano sou eu que decido” não é, geralmente, uma boa colheita. Enquanto não se gerarem parcerias mais sólidas, ou se criar uma nomenclatura de personalidades capazes, idóneas, experiente e influentes ao serviço do Sporting, o resultado será sempre uma menor visibilidade para o Clube. Ou a vontade em mudar de canal mais depressa.
Concluída a final da Taça de Portugal de futebol feminino, ficaram muitos telespectadores bastante irritados e frustrados pelo facto da RTP ter terminado a transmissão logo após o apito final e nem sequer ter a decência de transmitir a entrega do troféu conquistado pelas "leoas" do Sporting. Além disto, durante o prolongamento, a emissão foi sendo dividida com o concerto de solidariedade em Manchester. A bem dizer, esta indigna postura da RTP não é novidade, mas nem por isso não deixa de evidenciar a noção que a estação é mais pública para uns do que para outros. Sobretudo, na minha opinião, foi um acto impudente para com o Sporting Clube de Portugal, seus sócios e adeptos.
Nuno Saraiva - director de comunicação do Sporting -, agiu bem em vir prontamente com uma breve mensagem no Facebook, condenando a decisão dos responsáveis pela RTP:
«Esforço, Dedicação, Devoção, apesar de a Glória ter sido ignorada e censurada pela RTP, televisão pública paga também por todos os Sportinguistas. A vergonha não ficará impune!... Parabéns leoas».
O director de informação da RTP, Paulo Dentinho, escreveu ao Sporting uma carta onde explica o teor de uma reportagem que associa o Estádio de Alvalade ao número de novos casos de cancro por ano em Portugal.
A reportagem, exibida no Telejornal de quinta-feira, começa com imagens do Estádio, lançando a pergunta: "Imagine o Estádio de Alvalade completamente cheio. Há, isso mesmo, 50 mil novos casos de cancro em Portugal por ano."
Como escreveu no seu site oficial, o Sporting considerou "infeliz e ofensiva" a reportagem, pelo que Nuno Saraiva, director de comunicação, apresentou "um veemente protesto" à estação pública. A resposta chegou por email e o Sporting, devidamente autorizado por Paulo Dentinho, publicou-a.
Caro Nuno Saraiva,
Nunca, em momento algum, pretendeu a RTP, na sua peça sobre o aumento de casos de cancro em Portugal, melindrar a instituição Sporting Clube de Portugal, os seus sócios e os seus adeptos. Compreendo o incómodo que a peça possa ter causado, mas não se pretendeu outra coisa senão encontrar um termo de comparação que pudesse ajudar à compreensão dos números em causa. Lamento, em nome da RTP, que tivessem sido efectuadas outras leituras que não essa.
Na certeza da continuidade das boas relações entre as nossas duas instituições, espero que esta explicação possa ajudar a dirimir qualquer mal-entendido.
Um abraço
Paulo Dentinho
Pensava eu que a Supertaça Cândido de Oliveira era para ser disputada entre o Sporting e Benfica. Pelos vistos, de acordo com o vídeo promo da RTP, é Jorge Jesus I contra Jorge Jesus II.
Já ando há algum tempo a tentar compreender o papel deste personagem que surge frequentemente com intervenções como esta de ontem, para a RTP Informação, através da qual ataca impiedosamente o ainda treinador do Sporting.
Palra com o à vontade de um porta-voz oficial do Clube e, curiosamente, não é confrontado, e muito menos silenciado, pelo presidente ou pela Direcção. Será justo assumir, então, que é mesmo mandatado para esta específica missão, uma espécie de "enviado especial" perante a media, do género que ao longo dos meses nos tem visitado aqui no Camarote Leonino ?
Frases como "Evitável seria quando contratámos Marco Silva. Acreditámos que era um projecto ideal para um treinador jovem, mas logo à partida deixou de ter essa condição", que nem sequer pretendo debater, mas que me deixa a pensar que a essência da mensagem só poder ter uma origem.
"Devia ter sido antes (o hipotético despedimento), o Bruno de Carvalho até foi demasiado tolerante face aos dados que tenho. Estou a dizer isto de plena consciência." E que dados tão graves são estes que ele decerto terá partilhado com o presidente e a Direcção do Sporting - ou será que originou com estes ? - e que não precipitaram uma tomada de decisão há longo ?
E, por fim, "Chegámos ao fim da linha, não há condição nenhuma para continuar. Não tem a equipa com ele. Essa é uma falácia, a equipa está dividida, há problemas muito graves." Isto não se trata de uma mera opinião, ou, pelo menos, não é verbalizada com tal, mas sim como uma afirmação por quem tem conhecimento de causa ou, em um outro sentido, por quem foi mandatado para passar esta mensagem.
De qualquer forma, não vejo como este cenário contribui positivamente para o Sporting e para quem o lidera neste momento.
Nota: Escrevi este artigo desconhecendo que o meu colega já tinha publicado um outro abordando a mesma temática. Espero não me tornar repetitivo.
«Recebi uma proposta do Sporting para continuar, mas entendi que não estavam reunidas as condições necessárias para tal. E isso tem a ver com o trajecto que fiz no clube, pois quando entrei o presidente era Godinho Lopes e depois houve eleições, verificando-se mudanças. Aliás, no meu contrato havia uma cláusula a salvaguardar essa questão. Entrou Bruno de Carvalho para a presidência e eu concluí que dificilmente a estrutura criada iria prosseguir. Portanto, entendi que era melhor para mim e para o Sporting que nos divorciássemos.»
- Jesualdo Ferreira -
Observação: Não era minha intenção revisitar esta temática, mas pelas declarações do Professor em entrevista à RTP, esta terça-feira, era difícil de ignorar. Aliás, Jesualdo Ferreira não disse nada de novo e até se compreende que nunca divulgaria os detalhes do que se passou na altura. Limito-me a reiterar a minha posição desde o primeiro dia: concordei com a contratação de Leonardo Jardim mas gostaria que o Professor tivesse ficado na estrutura, porque só beneficiaria o Sporting. Dito isto, também compreendo que dado a presença de Augusto Inácio, não havia espaço e até era inconveniente para as duas partes.
Bruma em entrevista à RTP após a decisão da Comissão Arbitral Paritária. Diz, entre outras coisas, que quer ver a sua situação resolvida até terça ou quarta-feira.
A entrevista pode ser vista aqui, com agradecimentos ao nosso leitor Fredy pela referência.
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