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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Líder do campeonato e a dois pontos do título de campeão, o Sporting tem protagonizado uma grande temporada e suscitado a atenção fora de Portugal. O jornal francês L'Équipe entrevistou Rui Vitória, treinador, que adiantou a sua opinião sobre o sucesso leonino esta época:
"A primeira explicação é que o Rúben é um bom treinador. Depois, há a construção de uma equipa feita à sua imagem. Ele sabia muito bem o que queria e sabia como construir a equipa. E há esse vínculo muito forte entre o treinador e a estrutura, neste caso o presidente. As pessoas sentem isso, que todos estão trilhando o mesmo caminho e então tudo fica mais fácil.
O Rúben mostra uma grande personalidade e aproveitou muito bem os erros cometidos pelos adversários. O Benfica gastou energia na Europa, o FC Porto também, o Sporting aproveitou. Os bons resultados validaram esse esquema (3x4x3) e esse esquema permitiu alcançar bons resultados.
Não é uma equipa que foi sempre foi brilhante, mas está bem conectada, consistente. Acreditam a todo o momento que podem vencer, que vai correr bem. Grandes equipas são as que nem sempre se preocupam em fazer grandes partidas, mas que sabem ser muito pragmáticas.
Pessoalmente, gosto muito quando a minha equipa é desinibida, leve, ataca a competição de forma positiva. Ter uma equipa à vontade em campo é um verdadeiro prazer como treinador. E também é um prazer ver que a equipa está confortável a defender. Ver essa alegria, esse prazer com e sem bola, é a satisfação de um treinador".
Considerações de Rui Águas, actual seleccionador de Cabo Verde, responsabilizando Jorge Jesus por causar parte da instabilidade que Rui Vitória vive no Benfica, situação em que Luís Filipe Vieira também não está isento de responsabilidade:
"Jorge Jesus tem vindo a promover a possibilidade de regressar, de uma maneira que acho incorrecta, embora me pareça que no universo benfiquista ele não seja a hipótese mais desejada. Portanto, não está tanto em causa a figura desse treinador, mas sim a substituição de Rui Vitória. E o Benfica só tem defendido o treinador de forma artificial.
Luís Filipe Vieira, por sua vez, teve ampla oportunidade para colocar um ponto final sobre o assunto e já o deveria ter feito. Tem sido de um lado e do outro: quer presidente, quer treinador-candidato. Enfim, não gostei!".
"Depois de termos feito o 2-1, desequilibraram um jogo desta forma, com a expulsão do Conti, numa situação que o cartão amarelo era aceitável. Com esta decisão condicionou o desenrolar o jogo. Mas é melhor eu não dizer mais nada porque se dissesse tudo o que tenho na alma... Eu quero e vou estar no jogo com o FC Porto. Custa-me que um ártbitro desiquilibre um jogo desta forma".
Rui Vitória
Confesso que não sou grande fã de Rui Vitória, e não é por ele estar no clube da Luz. Já o considerava um sonso enquanto ao leme do Vitória de Guimarães, muito pelas suas reacções após resultados menos agradáveis. Já há dias me irritou com aquela boca sua sobre a 'goleada' (não existente).
Daí, que não tenha ficado minimamente surpreendido com todo o seu espalhafato após o dérbi de Alvalade. Sempre pensei, no entanto, que demonstrasse um pouco mais de classe e não ir para os microfones desculpar a ineficácia de finalização dos seus jogadores com adversidades fantasmas de arbitragem.
Não é usual comentar treinadores adversários e não me vou alongar, salvo transcrever este breve texto, neste mesmo contexto, de Carlos Machado, do jornal O Jogo:
"A par dos vencedores, é igualmente interessante perceber o comportamento daqueles que atiraram ao lado. E é aqui que em Alvalade emergiu de forma algo surpreendente a figura de Rui Vitória em modo enervado e irritadiço, mas confessadamente não sincero. Tinha queixas do árbitro e apetecia-lhe baixar o nível para dizer o que lhe ia na alma. Preferiu não o fazer, anunciou estar a ser educado para poder ser um exemplo para as gerações vindouras. A seguir, na conferência de Imprensa, já não se importou de ser grosseiro com quem lhe fez perguntas. Logo ele que achava que nunca seria conhecido de ginjeira".
Quase que me dói o coração estar de acordo com algo que Nuno Saraiva diz, mas neste caso excepcional só posso aprovar a sua apreciação de Rui Vitória, precisamente por coincidir com a minha opinião, de há muito, do treinador do clube da Luz:
"As declarações mais graves de Rui Vitória são feitas na flash interview, quando ele diz em tom claramente ameaçador que vai estar atento à carreira destes dois árbitros. E a pergunta que tem de se fazer é: Vai estar atento para quê? Para lhes dar cabo da nota, como Luís Filipe Vieira exigiu a Paulo Gonçalves que fizesse relativamente a um árbitro que prejudicou o Benfica? É para isso? Será que o Conselho de Disciplina não vai punir Rui Vitória ?
Rui Vitória, de facto, é um sonso. Porque é aquele sujeito que diz que não fala de colegas de profissão. Excepto quando lhe dá jeito. Fartou-se de atirar farpas e críticas a Jorge Jesus na entrevista que deu a meio da semana. Mas é também aquele treinador que diz que não fala de arbitragens. Excepto quando lhe dá jeito. E nós sabemos quando é que lhe dá jeito. É quando perde. Ou quando não ganha. Para justificar os seus insucessos, aí sim o Rui Vitória fala de arbitragens. E depois tem atitudes como estas, de uma coação e de uma ameaça absolutamente intoleráveis".
Entre tantas "atordoadas", já era tempo de Nuno Saraiva adiantar algo certeiro.
Nota: Numa outra notícia, o "glorioso" cá do burgo, numa atitude típica de mau perdedor que lhe é reconhecida há muito, recorreu ao Twitter para revelar, com insinuações obscuras, que Hernâni Fernandes, actual quadro do Sporting, foi assistente de Hugo Miguel. Convenientemente, deixou omisso que também foi assistente de João Capela. Tudo isto, pela indignação sobre o número de penáltis que ficaram por assinalar no «derby», cuja soma, pelos vistos, já vai na meia dúzia. Também aproveitamos o ensejo para lamentar que o VAR não tenha a linha virtual da Benfica TV, que aparece no ecrã como amarela, mas que, na realidade, é bem encarnada.
"Fico com a ideia que Nuno Almeida fez uma boa arbitragem"
(Um género de 'limpinho, limpinho' por outras palavras)
«O FC Porto não merecia ultrapassar o Benfica na classificação, nem de perto nem de longe. Pôde ultrapassar-nos depois do nosso empate em Paços de Ferreira e no jogo aqui na Luz, mas não merecia.
Sobre as declarações de Nuno Espírito Santo (que não pode haver medo de favorecer o FC Porto), não faço comentários a comentários. Não me preocupa questões dessa natureza. No dia 6 de Janeiro, disse nesta mesma sala que quando apontamos um dedo a alguém temos três virados para nós. Está na altura de deixar de pensar e começar a fazer. Já não é isso que é importante. O importante, é actuar e tomar decisões.
Somos um país tão simpático para toda a gente, reconhecidos internacionalmente, somos um país campeão europeu, temos os melhores jogadores, árbitros, dos melhores treinadores do mundo e andamos nisto? Ninguém toma posições? Essas reflexões já foram feitas em muitos gabinetes».
Rui Vitória, treinador do Benfica.
«Samaris? Só acontece isto porque é um jogador do Benfica que está em causa. Comento porque este assunto enerva-me. Estamos a falar de um profissional de excelência, que ao final do primeiro ano falava melhor português do que muitos portugueses e de lances que às vezes acontecem em qualquer jogo. Foram páginas de jornal de lances que acontecem em todos os jogos.
Não aceito que se meta em causa, por episódio esporádico, o profissionalismo desse e de outros jogadores, muito concretamente Samaris e Jonas. Ainda ontem tivemos aqui seis jogadores premiados pela época passada, escolhidos pelos colegas de profissão. Ninguém faz uma época em grande se não for um grande profissional. Meter em causa os profissionais do Benfica como meteram... sou o mais crítico dos jogadores, mas quando toca a eles é como quando toca aos meus filhos. Não gostei da forma como foram tratados».
Rui Vitória, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Marítimo.
Bem... já o disse relativamente a Jorge Jesus e digo-o agora com Rui Vitória como exemplo do mesmo: devia ser proibido treinadores falarem publicamente, não só para evitarem de fazer a figura ridícula que fazem frequentemente, mas, sobretudo, para não ofenderem a inteligência dos adeptos de futebol.
Nuno Saraiva deixou duras críticas a Rui Vitória via Facebook, depois da recém-conferência de imprensa em que o treinador "encarnado" proferiu o seguinte:
"Não brinquem comigo! Eu sei que se tiver uma atitude acicatada aqui ou dentro do campo, tenho 6 milhões de pessoas atrás de mim que se revêem muito naquilo que eu digo. E se eu tenho uma postura cautelosa, também sei que 6 milhões de pessoas têm posturas cautelosas".
«Este é o discurso de um treinador que, dizem, nunca fala de arbitragens. Este é o discurso de um treinador que parece estar eivado de raiva e que pode ser interpretado como de alguém que não hesita em ameaçar com um pretenso exército mitológico, que só existe nas fábulas de La Fontaine. Este é o discurso de um treinador que pode ser entendido como de alguém que parece seguir uma linha de intimidação e de condicionamento dos agentes do futebol. No entanto, e sem que nunca tenham tido esta conduta, quem está com processos às costas são o presidente do Sporting Clube de Portugal e Octávio Machado. Aguardemos pois pela intervenção do Conselho de Disciplina, tão célere e diligente quando se trata de outros protagonistas».
«Os primeiros 15 minutos marcaram a diferença, depois veio o melhor do Rio Ave. Depois na segunda parte, o Rio Ave bateu-se de igual com o Benfica, mas o resultado estava feito. Há que valorizar o que fizemos. Fizemos um jogo de entreajuda, mas aqueles primeiros 15 minutos foram fundamentais para sair daqui com este resultado.
Não procuramos recordes, procuramos somar pontos para o nosso objectivo. Sabemos que era difícil mas fomos atrás. Não diria que o Benfica entrou forte, mas nós não entrámos da forma que queríamos e isso ditou o resultado. Depois disso, o jogo ficou pior porque o Benfica controlou. Ficam preocupados quando as equipas ditas pequenas gerem assim o jogo, mas o Benfica fez isso e não valoriza nada o futebol. Não é este o futebol que queremos apresentar. Queremos futebol mais bonito, com mais golos. Continuamos a trabalhar e há que valorizar o que fizemos hoje depois do 2-0».
As palavras de Tarantini, «capitão» do Rio Ave, despertaram o meu interesse, apenas por eu ter dito o mesmo, palavras para o efeito, depois do «derby» na Luz.
Rui Vitória, treinador com mentalidade de equipa pequena, lança o Benfica a jogar precisamente de acordo com a sua pessoa. Diante do Sporting, surpreendeu-me ver a equipa "encarnada" a jogar em contra-ataque em casa, o exacto estilo de equipa pequena.
Ironicamente, tem vindo a dar resultado, e será isso que conta em análise final. O Benfica lidera a I Liga e está bem lançado para a conquista do título, mesmo a jogar um futebol de equipa pequena.
Para evitar comentários fúteis, esclareço desde já que este meu parecer em nada se relaciona com o desempenho do Sporting esta época, um assunto que merece debate próprio.
Ao publicar o registo comparativo da primeira época de cada um dos dois treinadores ao serviço do clube da Luz, não é minha intenção representar Jorge Jesus de modo displicente nem elevar Rui Vitória sobranceiramente.
Confesso, que tendo em consideração o não muito pequeno ego do actual treinador do Sporting - o melhor deste Planeta e arredores - não resisti, com sentido de humor e algum sarcasmo à mistura, apresentar as comparações entre os dois técnicos num determinado contexto, imaginando quanto o ego de Jesus não terá ficado "amarrotado".
Rui Vitória igualou praticamente os registos de Jorge Jesus na primeira temporada ao serviço do Benfica. Os dois treinadores fizeram percursos muito parecidos em todas as provas, terminando precisamente com os mesmos títulos.
Tal como Jesus em 2009/10, Vitória ganhou o campeonato e a Taça CTT. Na Taça de Portugal, foram ambos eliminados ao segundo jogo, na quarta eliminatória. Há seis anos, foi aos pés do V. Guimarães, nesta temporada foi diante do Sporting.
Na Europa, Jorge Jesus levou o Benfica aos quartos de final da Taça UEFA, tendo sido eliminado pelo Liverpool. Em 2015/16, as "águias" chegaram à mesma fase, mas da Liga dos Campeões. Vantagem para o actual treinador, embora JJ não tenha tido oportunidade de disputar a Champions nesse ano.
Em soma, o Benfica termina esta temporada com 40 vitórias em 52 jogos. Houve ainda três empates e nove derrotas. O saldo de golos é de 122-42. Atribuindo três pontos a cada um dos triunfos e um a cada um dos empates, fez uma média de 2,365 pontos por jogo.
Em 2009/10, com menos quatro jornadas no campeonato, Jesus orientou os "encarnados" em 51 partidas, das quais venceu 38, empatou 7 e perdeu 6, com um saldo de golos de 124-37. A média foi de 2,372 pontos por encontro, ligeiramente acima da de Rui Vitória.
Não me dei ao trabalho de indagar os detalhes da segunda época de Jorge Jesus ao serviço do clube da Luz, mas bem espero que enquanto treinador do Sporting em 2016/17, venha a superar esse outro registo.
Em referência às recém-declarações de Jorge Jesus - "O Sporting tem feito exibições convincentes, outros têm ganho com sorte" - Rui Vitória, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Vitória de Setúbal, teve isto para dizer:
«Viemos, nós e o Sp. Braga, de uma campanha europeia de grande qualidade e elevação, de valorização do futebol português. Isso da minha resposta a uma eventualidade do treinador do Sporting em nada interessa ao futebol português. O futebol português tem de ser tratado com elevação e viemos desta campanha em que fomos vistos, nós futebol português, com grande nível. Os adeptos portugueses, neste caso os do Benfica, foram reconhecidos pela Europa fora».
Rui Vitória atravessa o período de adaptação à sua nova realidade ao leme do Benfica e é inevitável que certos factos ainda lhe escapam a atenção. Enquanto não deixa de ter razão relativamente à campanha europeia do clube da Luz e do SC Braga - especialmente comparada com a do Sporting esta época - com o passar de mais algum tempo deve reflectir se está no clube certo para propagar arguições sobre "elevação" e, sobretudo, questionar se este "exemplar" estado de espírito "encarnado" surgiu antes ou depois de Luís Filipe Vieira, entre outros actos, encomendar árbitros ao telefone.
Com a estreia dos dois treinadores em jogos oficiais pela respectiva equipa num derby que os opôs – a técnicos e clubes – os recados, as indirectas, as directas mesmo, maiores ou menores, dirigidas de uma parte a outra fizeram dos três jogos entre Sporting e Benfica momentos de grande crispação entre os dois eternos rivais ao longo da época.
O ambiente parece ter serenado, entretanto. No derby da Taça, em concreto, a picardia foi ao ponto de as polémicas envolverem as horas das conferências de imprensa de antevisão do jogo feitas pelos dois treinadores.
A conferência de imprensa de Rui Vitória foi marcada de véspera, numa quinta-feira, para as 19:00 do dia seguinte, quando o Sporting tinha indicado que ainda não tinha hora marcada para Jorge Jesus falar na sexta-feira. Chegado o dia das conferências, os leões anunciaram que Jorge Jesus responderia às perguntas às 19:30.
O treinador do Sporting apareceu à hora combinada. O treinador do Benfica atrasou-se três quartos de hora e acabou por começar a sua conferência de imprensa cerca de 15 minutos depois de Jesus. Esta rábula foi mais um motivo para uma troca de galhardetes entre a colecção que ia sendo feita por essa altura.
Jorge Jesus entrou, assim, mais cedo e não perdoou: «Horas combinadas: 19.30. Estamos aqui a horas para falar. Somos pontuais.» Rui Vitória desvalorizou a hora da sua entrada em cena: «O atraso desta conferência? Os jogos ganham-se jogando os noventa minutos, não na conferência de imprensa. Podemos falar de avanços ou de atrasos, mas nada que ver com conferências de imprensa.»
Ora, Rui Vitória informou já desde segunda-feira que fará a antevisão na sexta-feira, novamente marcada para as 19:00. O Sporting só deverá informar o horário na véspera. O ambiente está, claramente, mais calmo, mesmo que as palavras do presidente do Benfica sobre Slimani já tenham sido comentadas pelo Sporting. Mas, quanto aos técnicos, o machado tem-se mantido enterrado.
Agência Lusa
A conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Arouca proporcionou um momento delicado para Rui Vitória, quando um jornalista se enganou - por força do hábito - e lhe chamou... Jorge Jesus.
A resposta de Rui Vitória:
«Eh pá ! (com um sorriso)... Estamos no Estádio da Luz.»
Depois o jornalista fez a pergunta, recordando que Jorge Jesus deu na quinta-feira uma entrevista, na qual disse que as ideias dele podem já não estar no Benfica, e questionando o treinador se isto significava que Rui Vitória é o novo cérebro do Benfica.
«Ei, atirou o técnico, enquanto encolhia os ombros. Passa à frente. Siga, outra...»
Jorge Jesus aproveitou a conferência de imprensa pós-jogo, no Bonfim, para reagir às recém-declarações de Rui Vitória. Relativamente à acusação do treinador do Benfica de que ele era mau colega e treinador, além de estar obcecado com o Benfica e com o FC Porto, o treinador do Sporting teve isto para dizer:
«Disse essas coisas ? Em relação ao meu colega, estou obcecado com o Benfica, com o FC Porto. Com todos, mas sobretudo com os que sei que vão entrar em luta directa, procuro mais essa obsessão e conhecimento, para quando voltar a ganhar serem quatro vitórias. Há dois adversários, como é óbvio, que têm os mesmos objectivos que nós. Mau colega e treinador? Para ser treinador tem de ser muito mais. Como eu não o classifico como treinador não sou mau colega.
Estas questões e situações fazem parte do futebol. Fi-lo sair da toca que era o que queria. Tem de se assumir. Agora vamos ver se aquele Ferrari continua. Quando se conduz um Ferrari tens de ter andamento para ele. Não ofendo colegas. Ele defende os interesses dele e eu os meus, cada um com as suas ideias...»
E está mesmo uma guerra fria instalada.
A ironia deste estado de espírito de Rui Vitória é que seria necessário pedir a... Jorge Jesus, para lhe refrescar a memória sobre as "ajudas de custo" e do "colinho" (limpinho, limpinho) que privilegiaram o clube da Luz de há uns anos a esta parte. Ao fim e ao cabo, não é expectável, e muito menos ainda conveniente, que se lembre das ocasiões em que ele próprio se queixou desse mesmo estado das coisas, enquanto liderava um clube mais a Norte do país.
Logo após o apito final, Rui Vitória dirigiu-se a Jorge Sousa e seus assistentes para se queixar de algumas decisões destes, nomeadamente o que ele entende ter sido falta para grande penalidade, sobre Luisão, já no período de prolongamento.
«Vamos começar pelo fim. Houve um penálti limpinho, limpinho e esse penálti tem de ser marcado. De uma vez por todas, já começo a ter de reagir. Na verdade, começa a ser de mais. São três jogos onde há penáltis a nosso favor. Há um penálti contra nós e isto tem de parar ! Com muita facilidade se estão a pôr dois jogadores nossos na rua. A semana passada, com muita facilidade, colocou-se um director nosso na rua. Isto já chega. os árbitros têm que ser criticados pelas mesmas razões que técnicos e jogadores são criticados.
Tenho o máximo respeito por todos os árbitros e principalmente pelo Jorge. Mas, já começa a ser de mais. Aqui há 15 dias falei sobre o respeito. Em relação ao respeito pelo Benfica que é bicampeão nacional e têm de ter muito cuidado com estas questões. Não queremos ser nem mais nem menos. Das outras vezes fiquei calado mas isto já chega porque há um penálti que é limpo e devia ter sido assinalado na parte final. São quatro árbitros, são oito olhos. Deste lado vimos que é penálti, o quarto árbitro vê que é penálti. Não marcam e tinham de marcar porque aquilo não engana ninguém. Tenho dois jogadores a caminho do hospital. O Luisão vai com o braço partido e o Gaitán também vai para o hospital. Já chega. Ser bom não é ser bonzinho, ser bom não é ser bombom.
Foi um jogo intenso, entrámos forte. Sabemos que causámos problemas. O Sporting equilibrou. O jogo é muito dividido. Parece-me que fomos a melhor equipa. Tivemos momentos bons e outros menos bons. Não houve uma equipa que claramente dissesse que foi superior à outra. No meu entender, o resultado era para ser diferente. Lutámos até ao final. Acabámos por não ganhar mas merecíamos outro resultado.»
Na conferência de Imprensa de antevisão ao «derby» deste domingo, Rui Vitória - técnico do Benfica - teve isto para dizer:
"A hora é dos protagonistas. Quando o árbitro apitar, quem vai resolver são os jogadores, por mais intervenção que possa haver. Da nossa parte, Benfica, nós, os que vão estar no trabalho, tudo iremos fazer para que seja um belíssimo espectáculo, uma boa tarde desportiva e que o Benfica ganhe. Amanhã vai jogar uma equipa que somos nós, contra 11 jogadores, não sei se será uma equipa ou não, mas serão 11 jogadores do Sporting. Irá um árbitro com capacidade e habituado a este tipo de jogos, um árbitro internacional... ou seja tudo o que um profissional mais quer. Da nossa parte tudo faremos para tudo corra da melhor forma e, acima de tudo, para que o Benfica ganhe."
Dá para imaginar o que poderia ter sido, se o Sporting fosse uma equipa e não apenas 11 jogadores. Em todo o caso, na eventualidade de essa questão não ter sido definitivamente esclarecida, parece-me razoável adiantar que Rui Vitória já esta noite dormiu com algumas boas indicações debaixo do travesseiro. Se as dúvidas mesmo assim persistirem, será apenas justo que o Sporting ponha um ponto final no argumento, no dia 21 de Novembro, em Alvalade. Esperamos que assim aconteça...
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