A contratação de Sinisa Mihajlovic está na origem do mais recente processo movido contra a Sporting SAD, processo este registado no início desta semana no portal Citius. A Golden Goal International Management reclama 323 mil euros, valor que, de acordo com as informações recolhidas pelo nosso jornal, diz respeito a uma comissão devida à referida empresa pela intermediação do negócio do treinador sérvio.
Mihajlovic assinou com o Sporting a 18 de Junho de 2018. Nesse dia, a SAD liderada por Bruno de Carvalho comprometeu-se a pagar a mencionada comissão à agência, cujo director-executivo é Óscar Dias. O contrato entre o Sporting e a Golden Goal está validado pelas assinaturas do antigo presidente dos ex-administradores Carlos Vieira e Rui Caeiro.
Bruno de Carvalho haveria de ser destituído, em Assembleia Geral, apenas cinco dias depois da contratação de Mihajlovic, a 23 de Junho de 2018. A 27, já no mandato de gestão de José Sousa Cintra, antecessor de Frederico Varandas, o técnico foi despedido, contra o conselho do próprio departamento jurídico da SAD, uma vez que o período experimental invocado, na verdade, só começava a 1 de julho.
Em virtude deste erro do antigo presidente Sousa Cintra, o Sporting foi condenado pelo TAS (Tribunal Arbitral do Desporto), na Suíça, a indemnizar o treinador em 3 milhões de euros. O montante exigido, agora, em tribunal pela Golden Goal poderá aumentar os custos com Mihajlovic em, pelo menos, 323 mil euros. E a factura não está fechada, para desagrado da actual Direcção.
Imposto retido e penhora sobre receitas da UEFA
Dois anos depois, a saída de Mihajlovic continua enredada em acções judiciais. Além do processo da Golden Goal, o Sporting enfrenta um recurso relacionado com a indemnização do TAS. Os leões foram condenados a pagar 3 milhões de euros (o treinador pedia mais de 11 milhões!) e fizeram-no no final de Abril, retendo 25% do valor para descontos legais, ou seja, 750 mil euros.
A defesa de Sinisa Mihajlovic entende que o sérvio tem direito aos 3 milhões e não a 2,25 M€, tendo avançado com queixas na UEFA sobre a licença para as competições europeias, e num tribunal comum na Suíça, onde mantém sob penhora futuras receitas do Sporting na Europa. Um caso (ainda) sem fim à vista.