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Esta equipa "joga à bola"

Naçao Valente, em 24.02.24

Quando vejo jogar a equipa principal de futebol do Sporting, vem-me à memória a frase, “joguem à bola”, usada pelos adeptos, quando a equipa que apoiam não joga bem e sobretudo quando os resultados são negativos. É uma daquelas frases que para mim não faz nenhum sentido, porque não ajudam quem está dentro de campo e porque não há nenhuma equipa que queira mesmo jogar mal. Nestas circunstâncias, seria mais correcto incentivar os jogadores, mas sabemos como reagem as multidões num contexto de jogos.

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Esta equipa do Sporting não pratica apenas bom futebol, pratica um futebol que “enche o olho” o que todos reconhecem, com excepção de adversários fanáticos. Como tem sido referido, a equipa leonina joga como um bloco articulado e mecanizado, mas com uns pozinhos de criatividade e imprevisibilidade. Quando vejo uma jogada de ataque, nunca consigo saber como ela se vai desenvolver. O mesmo penso que se passa com a equipa adversária. Evidentemente que não é uma equipa perfeita. Também tem debilidades e também comete erros. Para além de uma ou outra desconcentração a defender, vejo que é necessário melhorar a eficácia de finalização, para não desperdiçar golos praticamente construídos, como aconteceu no último jogo.

O volume de informação que temos de absorver, não tem lugar na limitação da memória, daí que se recuarmos no tempo, não me lembro de uma equipa (das que vi) a jogar assim. Com todas as suas valências, não jogava deste modo a última equipa que ganhou o último campeonato. E se recuarmos até ao inicio do século, quando ganhámos dois campeonatos, não tenho ideia de ver jogar com tanta competência as equipas que os ganharam, se a memória não me atraiçoa.

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Apesar do que aqui abordei, mantenho  os pés bem assentes na terra. Estamos em todas as frentes, o calendário vai ser mais apertado e há factores que não controlamos. E como disse Rúben Amorim, para além da competência dentro do campo, precisamos do que se chama sorte. Entretanto, anseio, como não acontecia já há muito tempo, que venha o próximo jogo, para ver jogar à bola.

P.S.: Quero acrescentar que esta equipa é a consequência de um processo iniciado por uma estrutura bem articulada, da qual se destacam, um grande presidente, um treinador de excelência e um conjunto de atletas de qualidade. Todos a remar na mesma direcção. E espero que seja a base de um projecto sólido, que se mantenta por muito tempo.

publicado às 02:49

Um treinador de excelência

Naçao Valente, em 13.02.24

Rúben Amorim chegou ao Sporting como treinador, no início da carreira e ainda sem ter o nível regulamentado para exercer essas funções. Tinha começado no Casa Pia e chegado a técnico principal do SC Braga havia poucos meses, com algum êxito.

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Os adeptos receberam-no com alguma desconfiança, em geral, tendo os mais moderados, considerado que era uma aposta de alto risco. O presidente Frederico Varandas foi muito criticado, sobretudo por ter pago uma cláusula de rescisão bastante elevada e para os mais radicais, que ainda não perceberam que os treinadores são profissionais acima dos clubes, não deveria ter sido contratado por ser “lampião”.

Desta vez aquelas claques que interferiram negativamente durante muitos anos na vida do Clube, não tiveram hipóteses de influenciar essa escolha, como acontecera anteriormente com a contratação de Mourinho, que viria a ser um dos melhores do mundo.

A estrutura que o contratou reconhecia que havia riscos, mas partiu de uma observação ponderada e de indicadores positivos. O Rúben Amorim tinha consciência que seria uma tarefa difícil mas melhor do que observadores externos, conhecia as suas capacidades. Daí a célebre frase “e se der certo?”. E deu.

Com um plantel sem grandes “craques” e recorrendo a um bom número de jovens, criou uma equipa unida e combativa, que os adversários desvalorizaram. Jogo a jogo, vitória a vitória conquistou e cimentou o primeiro lugar. Com competência, alguma estrelinha e sem espectadores nos estádios, ganhou o campeonato que ninguém previa. Mostrou a sua fibra de técnico e sobretudo de condutor de homens.

Durante estes anos, como pessoa inteligente, evoluiu muito como técnico e podemos dizer sem reservas que é hoje um treinador de excelência. A equipa actual, muito diferente da que ganhou o título, joga à imagem do técnico, um futebol de excelência. Valorizou-se com poucas aquisições, que têm mostrado ser mais-valias. E para além de valores individuais, sobressai o colectivo. Enche o olho ver a equipa jogar, com fio de jogo, trocando a bola com rapidez, quase de olhos fechados e baralhando de todo as defesas mais aguerridas. Não há campeões antecipados, mas esta equipa tem competência para chegar ao título.

Rúben Amorim, como bom condutor de homens que é, sabe motivá-los e exponenciar as suas potencialidades. Veja-se o que fez com jogadores quase desconhecidos... Diamonde, Gonçalo Inácio, Pedro Gonçalves, Morita e até Gyokeres ou Hjulmand, que “explodiram” no Sporting. E que dizer de Quaresma, Geny Catamo ou até de Trincão?

Um dia pretenderá decerto continuar a sua carreira noutros horizontes e em patamares mais elevados, mas também dá a ideia clara que gosta muito de estar no Sporting, onde quer conquistar mais títulos. Acredito que a Direcção deseje mantê-lo mais anos à frente do Clube. Se e quando sair, deixará a sua marca notável na recuperação do Sporting a nível desportivo e financeiro. E não deixará de ter um lugar digno na história do Sporting e na memória de muitos sportinguistas.

publicado às 02:35

Um grande presidente

Naçao Valente, em 09.02.24

Frederico Varandas chegou à presidência do Sporting depois da destituição de Bruno de Carvalho, na qual não teve nenhuma responsabilidade, como têm defendido uns quantos apaniguados do ex-presidente. Resolveu candidatar-se e teve a maioria dos votos em eleições livres, assumindo a presidência com muita contestação e baixas expectativas.

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Encontrou um clube destroçado financeira e desportivamente. Com um plantel de recurso depois da rescisão de alguns dos mais importantes activos e com um ambiente de “cortar à faca”,  provocado pelas “viúvas” do brunismo, com nervos de aço e grande serenidade enfrentou a situação. Cometeu, no início, alguns erros de principiante, mas corrigiu o tiro e sempre debaixo de contestação, encontrou o caminho de recuperação do Sporting.

Bem assessorado na SAD, foi dando passos seguros na consolidação financeira, com os resultados que se conhecem e que levaram o Clube a controlar mais de 80% do capital. Bem aconselhado por Hugo Viana, discreto e pouco referenciado, encetou uma importante reforma desportiva no futebol profissional. A contratação de Rúben Amorim foi uma peça chave nessa reforma. Muito contestada pelo pagamento do elevado preço da cláusula de rescisão e por certas outras razões pueris e até absurdas, provou-se que foi uma decisão com algum risco, mas muito assertiva.

A instituição SCP mudou muito e para melhor. O êxito desportivo com a conquista de um campeonato com uma equipa sem grandes estrelas e de outras provas de menor dimensão, levaram os adeptos a acreditar numa presidência periclitante. A boa gestão de activos desportivos, com recurso a vários valores da formação e com um “scouting” competente, ajudaram a Direcção a combater com firmeza as claques (guarda pretoriana da anterior Direcção) que durante muitos anos andaram a desestabilizar e que pretendiam continuar a desestabilizar.

Lutamos agora de igual para igual com os adversários directos. Uma estrutura desportiva coesa não só gere o presente, mas também prepara o futuro. O presidente Varandas com um perfil discreto, sem demagogia e populismo, age à margem da pantalha comunicativa, com serenidade.

Quando deixar a presidência, porque acredito que Varandas não se queira eternizar no lugar e ainda porque defendo que esses lugares devem ser renovados, ficará na história do Sporting CP como um grande presidente. Em relação à questão dos mandatos, tenho defendido uma revisão de Estatutos, que prevejam um número de mandatos determinado, até porque não gostaria de ver o Sporting CP capturado por ninguém e que como grande instituição devia dar o exemplo, trazendo para o desporto a democracia plena.

Acredito que a maioria dos adeptos apoia o bom trabalho de Varandas e da sua Direcção, mas entendi que devia aqui salientar esse trabalho, que merece reconhecimento.

publicado às 03:04

Entre a euforia e a realidade

Naçao Valente, em 21.01.24

Tenho vindo a notar, e com justificação, alguma euforia dos adeptos sportinguistas com o comportamento da equipa de futebol durante esta época. Na verdade, aos bons resultados, têm-se juntado boas exibições. Todos aqueles que, de boa-fé, se interessam pelo futebol, o reconhecem. E parece-me correcto reconhecer que o Sporting, pratica neste momento, o melhor futebol do nosso campeonato.

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Como qualquer adepto também estou satisfeito com a boa prestação da equipa. Estamos em primeiro lugar no campeonato, e continuamos vivos em todas as competições em que participamos. Mas a época vai a meio e quero lembrar que no futebol, muitas vezes por factores que não dominamos, tudo muda de um momento para o outro, como costuma dizer Rúben Amorim. Daí que me esforce por mesclar a natural euforia de momento com uns pozinhos de realidade.

No campeonato, os nossos adversários directos, continuam a morder-nos os calcanhares. Umas vezes com sorte outras com algumas ajudas estranhas, vão-se mantendo na luta. E se é certo que começaram por fazer maus jogos, também é certo que os foram vencendo, tendo vindo a melhorar, esperando ganhar novo fôlego com alguns reforços.

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Acreditar que a equipa tem competência para vencer títulos e dar-lhe todo o apoio para se manter motivada é o papel que cabe ao adepto. Acreditar em todos os atletas do plantel, sem excepções, confiar na equipa que os dirige, é fundamental para o sucesso. Por isso, não me parece que seja altura de palpites sobre mexidas no plantel, condenando jogadores ou pedindo a aquisição de reforços. Deixemos essa tarefa à estrutura desportiva, bem mais conhecedora das necessidades do plantel.

Embora não passem de meros desabafos, fico apreensivo quando vejo adeptos pedir este ou aquele jogador, ou criticar a aquisição de outros que são referidos na comunicação desportiva. Lembro, como exemplo, de um médio do Estoril, já condenado, por supostos catedráticos, na praça pública leonina, com base numa avaliação pessoal que desconhece todas as razões que podem estar na base das contratações.

O momento é de ter os pés muito bem assentes na terra e de apoiar os que estão e os que chegarem. O momento é de confiar na estrutura técnica e nas suas eventuais contratações, para o presente ou para o futuro. É altura de unir fileiras no apoio aos que dentro das quatro linhas defendem o Clube, sem excessos de euforia e com a convicção que temos condições para grandes feitos.

publicado às 02:35

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É consensual que a existência de estabilidade financeira tem de ser um vector essencial para a boa prossecução dos objectivos ligados à competitividade desportiva. No entanto, a problemática financeira está no centro da vida do Sporting, pelo menos desde 1928 com o triste diferendo que está na origem da “Questão Jorge Vieira” entre o presidente Joaquim Oliveira Duarte e o capitão da equipa de futebol. O Clube vivia uma situação difícil que era agravada por sucessivos défices anuais quando estava em causa o fim do amadorismo e a sua substituição pelo semiprofissionalismo.

Se a sucessão de épocas vitoriosas entre 1940 e 1954 disfarçou a realidade económica, em 1956 a construção do Estádio de Alvalade fez tocar as campainhas de alarme. Na década de 1960 houve uma Comissão Administrativa, presidida por Brás Medeiros, que estabeleceu um rigoroso programa de disciplina orçamental e na década de 1970 foi João Rocha com o projecto da sua Sociedade de Construções e Planeamento. Muitos recordam-se da situação nas presidências de Jorge Gonçalves e de Sousa Cintra.

A primeira década da Sporting SAD foi de desequilíbrio financeiro, apenas ultrapassado pelas decisões de engenharia financeira tomadas na época de 2004-05. Nos anos seguintes persistiram as dificuldades de sempre e chegou-se aos nossos dias sempre com a palavra “finanças” na boca. No final da época de 2017-18, o Sporting encontrava-se em falência técnica, uma vez que os 283 milhões de euros, o montante de financiamento por capital alheio (passivo), era superior ao valor activo (269 milhões de euros).

Em Setembro último, a Sporting SAD anunciou lucros de 25,2 milhões de euros em 2022-23, e um lucro de 8,9 milhões de euros em capitais próprios, o que constitui “o melhor resultado acumulado dos últimos 10 anos em dois exercícios seguidos”, de acordo com o Relatório e Contas remetido à CMVM. Percebe-se como tudo isto é volúvel num clube de futebol em que o êxito desportivo se torna na prioridade das prioridades, mas finalmente o Sporting pode sonhar com alguma estabilidade financeira.

publicado às 14:30

Ser o melhor clube português

Leão Zargo, em 02.11.23

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No texto publicado ontem no Camarote Leonino, António Simões escreveu na perspectiva de um benfiquista, ele exprimiu aquilo que convém ao seu clube. Isso não invalida que se leia a opinião dele com as devidas cautelas, nomeadamente com o recurso à memória e ao espírito crítico. Simões provoca quando vai buscar a conversa de quem é maior, sabe-se o que ele pensa sobre isso, mas interessa reflectir sobre como o Sporting pode tornar-se ainda mais capaz, mais eficiente, o melhor de facto, aliás a intenção da Direcção leonina.

O Sporting manteve a supremacia do futebol português desde a época de 1940-41 até à primeira metade da década de 1950. Nesse período, conquistou nove vezes o Campeonato Nacional e cinco vezes a Taça de Portugal. Por essa razão, em 1955-56 foi convidado para participar na primeira edição da Taça do Clubes Campeões Europeus em representação de Portugal. De súbito, a hegemonia esfumou-se a favor do Benfica. Essa alteração verificou-se na segunda metade da década de 1950 e durante a de 1960.

Penso que o Sporting não foi capaz de fazer uma transição eficaz do semiprofissionalismo para o profissionalismo no futebol na década de 1950. Isso decorreu de uma espécie de tempestade perfeita, com diversas causas internas e externas, onde se conjugaram a matriz ideológica olímpica do Sporting que dificultou essa transição, a demora na compreensão da nova realidade resultante da economia industrial nos anos 1950 e 1960, as dificuldades financeiras do Clube e o profissionalismo introduzido por Otto Glória no Benfica.

A alteração na hegemonia do futebol português, pela sua profundidade e extensão, viria a adquirir com o tempo um carácter permanente. Apesar de todos os esforços realizados nas décadas que se seguiram, o Sporting procura, ainda hoje, alterar o verdadeiro "status quo" que se estabeleceu no nosso futebol.

A Direcção presidida por Frederico Varandas tem agido no sentido de tornar o Sporting no melhor clube português, o que envolve a dimensão estrutural, mais do que a conjuntural. Refiro-me à organização, cultura e mentalidade indispensáveis para, com frequência, se alcançar a vitória, para se conseguir a hegemonia. Ganhar todos querem, mas só quem estiver preparado é que alcançará o sucesso. É esse movimento estruturante que tornará o Sporting, que é o maior clube português, também no melhor clube do nosso país. Uma instituição com a memória do passado e fiel à sua História, mas perfeitamente integrada nas circunstâncias do presente e das que se prevêem para o futuro.

publicado às 14:30

A quadratura do círculo

Naçao Valente, em 19.07.23

A quadratura do círculo ou vice-versa, é muito difícil e corresponde, grosso modo, a uma impossibilidade. Ao analisarmos as diversas opiniões dos adeptos sportinguistas, sobre a constituição do plantel leonino, apresentadas neste e noutros espaços e relacionados com o Sporting podem inserir-se nessa formulação.

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Tenho visto, ouvido e lido, muitas opiniões que apresentam como soluções necessárias para o êxito da nova época. As mais comuns, convergem na entrada de um defesa direito e de um médio, por norma designado como "6". Outras, mais radicais, ainda vão mais além. E finalmente, mas creio que em minoria, há as que questionam tudo, e dão já, avant la lettre, a época como perdida.

Enquanto negociador de bancada, também gostaria de ver o plantel reforçado com tudo e mais umas botas. Mas como tenho o defeito de ser realista, sei que por detrás dos nossos desejos e certamente dos desejos da equipa técnica, existe aquilo que se chama, o possível. O que se verifica neste momento, é que o Clube fez um esforço financeiro enorme, para adquirir um avançado que se considera acima da média. Para ficar pelos serviços mínimos e para comprar um defesor e um médio de qualidade bem comprovada, será necessário investir uma quantia, no mínimo, muito aproximada à que já foi investida. A não ser que se consiga empréstimos  de jogadores com valor.

Ora, todos sabemos que para os lados de Alvalade, não existem poços de petróleo ou de outras riquezas naturais. Poder-me-ão dizer, mas vamos receber muitos milhões pelas vendas efectuadas. Acontece que os valores líquidos recebidos ou a receber, expurgados de percentagens a distribuir, por diversas razões, estão muito longe do brutos apresentados. Alguém, com tempo, paciência e conhecimento, que faça essas contas. Por outro lado, o Clube tem de reservar verbas para diminuir a dívida e para outras despesas orçamentadas.

Numa outra vertente, comprar qualidade a baixo preço, normalmente não resulta. Basta recordar as aquisições tipo “Sotiris”, para chegar a essa conclusão. Daí que compreenda as dificuldades que a Direcção está a ter para melhorar o plantel. Seguramente não tinham perspectivado gastar tanto num avançado, considerado fundamental.

Neste ponto e sem pôr de parte outros reforços necessários, temos que compreender que os recursos financeiros são limitados e que não podemos pedir o impossível, a não ser que se acredite na quadratura do círculo. É necessário manter os pés assentes na terra e se não puderem vir todos os reforços desejados, que venha o que for possível, mas com garantia de valor acrescentado. Fazer mais com menos também é uma arte, e temos que acreditar na nossa estrutura técnica.

publicado às 03:05

Ver para crer

Naçao Valente, em 09.07.23

Depois de um longo processo de negociações, é agora noticiado na comunicação social a contratação do jogador Gyokeres pelo SCP. O acordo com o Conventry é detalhado com alguns pormenores pelos jornais e televisões, com base nas suas fontes. No entanto, tanto a aquisição, como as suas condições, ainda não estão confirmadas por qualquer das partes. Até isso acontecer, prefiro esperar, e como na descrição bíblica, prefiro "ver para crer", como  o apóstolo Tomé,  embora com a convicção que não há fumo sem fogo.

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Um outro aspecto que tem gerado discussão, é a qualidade do jogador enquanto avançado. Há quem o apresente como um “craque” que está muito acima da média. Até já li e ouvi opiniões que o consideram uma mais-valia que aumentará, exponencialmente, o seu valor, que de acordo com as notícias é já bastante elevado para as condições do nosso país e especialmente do Sporting.

Confio na actual estrutura técnica do Clube que, ao que parece, fez finca-pé na aquisição do atleta. Decerto que o têm observado e que confiam nas suas potencialidades. Contudo, aconselha o bom senso manter alguma prudência. A ser contratado, preto no branco, será mais um atacante valioso, mas nunca poderá ser considerado o “salvador da pátria”. O futebol é um desporto colectivo, onde alguns fazem a diferença.

Espero mesmo que isso não aconteça, mas há exemplos de jogadores rotulados de grandes craques, que depois não se confirmaram. Cada caso é um caso, mas veio-me à memória um ex-jogador brasileiro, creio que chamado Luís Phillipe, adquirido pelo Sporting, há uns anos na segunda divisão, a baixo custo, que aparecia como uma grande promessa, por ter sido o melhor marcador desse campeonato. Por onde é que ele anda? Por isso, vamos, mais uma vez, sem excesso de optimismo esperar e “ver para crer”.

publicado às 04:34

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O Sporting Clube de Portugal foi fundado em 1 de Julho de 1906, tendo antecedentes no Sport Clube de Belas (ou Belas Football Clube), com breve existência, e no Campo Grande Football Clube. Descontentes com uma colectividade vocacionada para festas e actividades de convívio social, um grupo de dissidentes do Campo Grande reuniu-se em Assembleia Geral em 8 de Maio de 1906 para estabelecer os princípios e as normas de um novo clube e eleger a primeira Direcção, presidida pelo Visconde de Alvalade.

Terá sido nessa Assembleia que foi formulado o histórico voto “queremos um Clube tão grande como os maiores da Europa” e ficou estabelecido que haveria futebol, mas com ecletismo, até porque a generalidade dos fundadores eram atletas que praticavam também outras modalidades, nomeadamente atletismo, ténis, críquete, esgrima e tracção à corda. Em 1907 foi criado o primeiro emblema, com base no leão rampante do brasão de D. Fernando Castelo Branco, em fundo verde, e foram aprovados os primeiros Estatutos.

Inicialmente, o Clube era para se designar Campo Grande Sporting Clube, no entanto a Assembleia Geral de 1 de Julho de 1906 aprovou o nome de Sporting Clube de Portugal, por sugestão de António da Costa Júnior, um dos fundadores. Há o registo de que antes esse nome tinha sido referido em correspondência que foi trocada entre José de Alvalade e Francisco Gavazzo. Actualmente, passado mais de um século, é extraordinário registar a confiança manifestada desde logo pelos fundadores nos princípios e nos valores de uma instituição que é co-fundadora do futebol português na sua grande dimensão desportiva, social e cultural.

Na fotografia, uma equipa do Sporting em 1907-08 (revista “Tiro e Sport”, nº 378 de 30 de Março de 1908):

Em cima - Albano Santos, Henrique Costa, Charles Etur, Emílio de Carvalho, Cruz Viegas, José Belo, António Bentes e António Couto; 

Em baixo - A. Rosa Rodrigues, Queirós dos Santos, C. Rosa Rodrigues, Nóbrega de Lima e Carlos Shirley.

publicado às 03:04

No futebol, como na vida, não há certezas

Naçao Valente, em 18.04.23

Na vida existe uma grande dose de imprevisibilidade. O futebol porque faz parte da vida, e até pelas suas características, é um mundo de imprevisibilidade. O ex-dirigente Pimenta Machado ficou ligado à expressão: no futebol o que num dia é verdade, no outro é mentira.

Nós enquanto adeptos, gastamos algum do nosso tempo a discutir as peripécias do jogo, quase sempre com muita paixão e muito pouco racionalismo. Temos na ponta da língua as soluções para os problemas do nosso Clube, mas que não passam de soluções de trinta e um de boca, de quem não assume a responsabilidade de decidir, e ainda bem. As decisões certas ou erradas estão nas mãos de quem pode e  sabe decidir, com a consciência que elas são condicionadas por diversos factores, e logo sujeitas a erro.

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Ainda não há muito tempo, havia uma acentuada unanimidade em relação à conquista do campeonato pelo Benfica, com um percurso desportivo quase impecável. Bastaram duas semanas para se começar a pôr em causa essa conquista. A diferença pontual para os seus adversários próximos justifica essa dúvida. Esta situação prova que temos tendência para valorizarmos certas certezas, ignorando a imprevisibilidade das coisas.

O SCP por razões por demais analisadas teve um péssimo início de época, tem melhorado, mas ainda não estabilizou. Para seguir as principais análises, falou-se de má preparação da temporada, com alguma razão, mas esquecem-se vários factores aleatórios, como a saída inesperada de alguns jogadores, lesões impeditivas, um início de calendário muito difícil, ineficácia na concretização, pontos extraviados por falta de estrelinha, plantel curto, entre outros.

Tenho visto “crucificações” de jogadores (e que agora até estão a fazer muita falta) como responsáveis pela má época, como se o futebol não fosse um jogo colectivo, onde quando falha um falham todos, incluindo o treinador. É verdade que quem tem uma equipa de “craques” tem mais hipóteses de ganhar, mas temos o que temos de acordo com o que as condições nos permitem. Nesta ponta final, recuperámos terreno, mas o facto de ter um calendário mais apertado, mostrou debilidades que sempre estiveram presentes. E bastam duas ou três lesões para criar dificuldades.

A entrada na Liga dos Campeões pela via do campeonato, está novamente a afastar-se. O FCA, e o SC Braga, especialmente este, têm mantido regularidade não cedendo pontos, e penso que será difícil isso acontecer, mesmo tendo em conta a teoria da imprevisibilidade. O tempo escasseia e os adversários têm um calendário mais leve. Resta a Liga Europa onde o grau de dificuldade é maior, mas onde a equipa se tem superado. Há uns tempos escrevi sobre a possibilidade de ganhar a Liga Europa. Afirmei que, sendo difícil, acreditava nessa possibilidade. Mantenho essa convicção com a certeza de que na vida como no futebol, nunca há certezas.

P.S.: Vi um comentador desportivo dizer, referindo-se ao Sporting, que o Braga continua à frente, com um orçamento muito mais reduzido. No entanto, deve ter-se esquecido que esse clube também está a dois pontos do Antas, e a seis da equipa com maior orçamento. Como se esqueceu ainda que para além dos orçamentos existem muitos outros factores que influenciam uma época. Se fosse apenas uma questão orçamental, o Sporting não teria ganhado o último campeonato que ganhou, nem teria ficado em segundo lugar na época seguinte.

publicado às 03:04

E se ganharmos a Liga Europa?

Naçao Valente, em 21.03.23

No plano nacional e internacional é muito vulgar sobrevalorizar-se a Liga dos Campeões, desvalorizando-se a Liga Europa. E se é verdade que na primeira estão as melhores equipas de cada país, também é verdade que há países onde o nível futebolístico é muito baixo, sendo os seus melhores clubes, reflexo dessa situação.

Por outro lado, em função das quotas, países de futebol mais evoluído vêem ficar fora da prova rainha, equipas muito superiores, que rumam à competição dita secundária. Assim, vemos nesta equipas de grande potencial, em função dos clubes que ainda a disputam.

Em conclusão, há clubes ditos “tubarões” nas duas provas. Por isso, não consigo entender a menorização de uma delas e muito menos ainda a diferença nos valores financeiros que as separam. Razões que a razão desconhece.

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Neste momento até há, pelo menos no plano teórico, algumas formações na Liga Europa idênticas às da “Champions”. Deste modo, ganhar esta prova não é fácil e não deixa de ser um feito glorioso. O Sporting, de um país de grandes futebolistas, mas que numa maioria considerável jogam em clubes estrangeiros mais poderosos, tem que se bater com as suas armas, que com uma ou outra excepção, não se enquadram na categoria de atletas de topo. Mas contrariando essa dita supremacia, a nossa equipa, pôs fora da competição um dos maiores favoritos a vencê-la, com inteligência, com rigor, com entrega, e sejamos justos, com a dita “estrelinha”.

Depois da primeira “fava” o sorteio trouxe-nos uma segunda. Mais uma vez não partimos como favoritos, mas, quem sabe, se não faremos nova surpresa, com a garantia de que, se assim for, apanharemos uma terceira “fava”. Se passarmos estes obstáculos, acredito que temos via aberta para ganharmos o troféu.

Sei que cada jogo tem a sua história, mas num plano meramente “sentimental” começo a crer que há sinais que nos colocam na rota do sucesso. Seja como for, para chegar a bom porto, para além dos caminhos tecidos pelo “destino” temos de suar muito, correr muito mais que o adversário(s), acreditar e exponenciar, as nossas melhores qualidades.

Ultrapassado o primeiro grande obstáculo, contra muitas previsões, ganhámos confiança e motivação para o segundo, sem esquecer que o adversário para além da sua grande valia, joga tudo nesta prova, por razões conhecidas, enquanto a nossa equipa ainda tem que lutar pela melhor classificação no campeonato nacional, com plena consciência que temos um plantel curto, como se viu no jogo de Londres.

Com optimismo mas sem deixar de ser realista, tudo está em aberto, incluindo a vitória final, para a qual não falta vontade. E quem sabe se isso está escrito nas estrelas. Aconteça o que acontecer, já mostrámos que mau grado a participação, abaixo das expectativas, nas provas internas, temos competência para nos batermos, com os grandes da Europa.

publicado às 03:04

Crise, expectativas e realidade

Naçao Valente, em 18.02.23

As televisões, que por diversas vias têm grandes receitas com o futebol, encontraram nos programas de debates, meramente especulativos a captação de audiências. E tratam o futebol como se fosse a coisa mais importante das nossas vidas. Assim banalizam a palavra crise a partir de resultados desportivos, o que nesse contexto parece-me desadequado.

Crise num clube de futebol tem a ver com a sua sustentabilidade, assente numa boa ou má situação financeira. Mas para a comunicação social, uma equipa que perde jogos, se for um dos grandes, é logo atirado para a crise. Não admira por isso que o Sporting tenha estado debaixo de fogo durante está época. Acontece que no plano desportivo umas vezes ganha-se muito, outras menos,e acontece com todos os grandes.

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Está época do Sporting tem decorrido muito abaixo do esperado, o que não é sinónimo de nenhuma crise, porque tem vindo a recuperar financeiramente. A situação desportiva pode explicar-se por vários factores conjunturais, e tem a ver com expectativas e realidade. Fazendo uma breve resenha histórica das últimas tês épocas constatamos:

Nos primeiros meses em que treinou o Sporting, Rúben Amorim limitou-se a reconstruir uma equipa devastada por acontecimentos recentes. Na época seguinte, com aquisições de qualidade (Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Pedro Porro) com a chegada de João Mário por empréstimo, e com lançamento de jovens prometedores (Gonçalo Inácio, Nuno Mendes) e ainda com o regresso de Palhinha, constituiu-se uma equipa que surpreendeu, e contra as expectativas muito baixas (dos adeptos, dos adversários e da imprensa) e conquistou-se o campeonato, sem esquecer que era a única prova que disputávamos e ainda sem adeptos nos estádios para complicar.

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Na época que se seguiu, as expectativas estavam muito altas e um pouco de acordo com a realidade. A equipa campeã perdeu João Mário, bem substituído por Matheus Nunes e perdeu Nuno Mendes, sendo reforçada com Sarabia. Deste modo, bateu-se até ao fim pelo primeiro lugar, acabando com os mesmos pontos da época em que se foi campeão. Apenas um adversário da zona das Antas muito reforçado, nos conseguiu ultrapassar.

Nesta época, as expectativas continuaram altas, mas a realidade mudou. A equipa perdeu Palhinha e Matheus Nunes (este com o campeonato já a decorrer) e deixou de contar com Sarabia. Está claro que Manuel Ugarte, apesar da sua elevada qualidade e Morita não são João Palhinha e Matheus Nunes, com a agravante que não estando os médios actuais disponíveis, tem que se recorrer a jovens da formação. Apesar de haver Pedro Gonçalves, não se tem mostrado competente nessa função. Acresce que durante quase toda a primeira parte da época, houve uma quantidade elevada de lesões, sobretudo na defesa.

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Se os adeptos não perceberem esta realidade de base e se não a adequarem a expectativas realistas, vão ter razões, que a razão desconhece, para “malhar” em tudo o que mexe. Eu sei muito bem que é polémico “pôr as coisas a nu”. Vão aparecer as teorias que o Sporting tem obrigação de vencer sempre. Em teoria, e como grande clube também o penso, mas também reconheço que para que isso aconteça tem que haver matéria-prima suficiente e de qualidade. E analisando a situação com frieza isso não existe.

Rúben Amorim tem dito que temos uma equipa bipolar. Com equipas ditas grandes temos feito bons jogos, até na Liga dos Campeões, e não foi com elas que perdemos mais pontos. Então coloca-se a seguinte interrogação: sem entrar em contradição com a minha análise, que mantenho, porque é que isto acontece? Deixo à reflexão dos leitores.

Em conclusão, discordo das abordagens que na comunicação social decretam uma crise a qualquer resultado negativo, e sem pôr em causa a vontade de vencer, penso que devemos adequar as expectativas à realidade. Com os pés bem na terra, acredito que mesmo com as limitações descritas, a equipa pode fazer melhor. E ainda falta muito campeonato. Até lá é preciso começar a preencher lacunas, tanto quanto possível.

publicado às 03:20

Bom senso precisa-se

Naçao Valente, em 14.02.23

Rúben Amorim foi e é uma lufada de ar fresco no Sporting. Em duas épocas completas ganhou o título nacional máximo, além de  outros títulos. Na época anterior disputou o campeonato até ao fim, com os mesmos pontos. Esta época começou a perder não nos jogos com os adversários directos, mas com derrotas com clubes inferiores, em termos futebolísticos.

Acresce que à saída de Palhinha (já prevista) e a de Matheus Nunes (imprevista) a equipa ficou sem a dinâmica do meio campo. Os substitutos com outras características não estão ao mesmo nível. Além disso, Trincão não é Sarabia. As muitas lesões associadas a um calendário com várias provas não ajudaram. Não houve até agora estabilidade na defesa e no meio campo.

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No início da segunda volta, estamos longe do primeiro lugar, mas o terceiro, no mínimo, ainda é possível, desde que se ganhem os jogos em que somos teoricamente superiores. E só falta jogar com um adversário directo. Dito isto, e porque o Sporting perdeu o jogo com o Antas, gerou-se uma discussão, tendo como alvo o treinador. Tivessem entrado as bolas que podiam ter entrado, e a conversa hoje seria diferente. É assim o futebol.

Aqui no blog, Amorim, com uma ou outra excepção, é o bombo da festa. Tudo é criticável na perspectiva do adepto, mas um jogo tem de ser visto na sua globalidade, E se não têm falhado golos mais que possíveis, o jogo seria diferente. Isto quer dizer que o treinador não teve alguma responsabilidade? De maneira nenhuma. Não é perfeito nem infalível. É novo na idade e também na profissão, e talvez por inexperiência e por posicionamento, não tem a manhosice do seu adversário, mas na minha perspectiva irá ser muito melhor treinador.

Para além dos costumeiros treinadores de bancada, os “erros” de Rúben Amorim têm sido escalpelizados na comunicação social, por jornalistas/comentadores, havendo alguns que pela sua reconhecida competência e isenção me merecem crédito. Afirmam que Amorim errou na constituição da equipa, nas substituições, e até nas justificações. Não ponho em causa as críticas, mas é importante e necessário lembrar as limitações que continuam a existir. A impossibilidade de utilizar Morita deu azo a adaptações que decerto não estariam previstas, embora se possa questionar a colocação de Trincão (doente) e a de Paulinho a extremo. A verdade é que na primeira parte, fomos superiores ao adversário, e nos faltou “estrelinha”.

Em conclusão, se Amorim errou há muitos outros factores que explicam a derrota. E se em função das circunstâncias teve de lançar no jogo, jovens que deviam ir sendo integrados progressivamente, estes acabaram por mostrar que já temos três reforços garantidos. E se aceitarmos algumas críticas como sendo justas, outras são muito exageradas. Quanto aos adeptos que põem tudo em causa pela, até agora, má época, sugiro que reflictam sobre o passado do futebol do Clube, desde os anos 60 do Século XX.

Um pouco mais de bom senso, precisa-se!

publicado às 03:04

Tenho mantido aqui um debate sobre os ídolos do futebol da actualidade, que geralmente são idolatrados, na minha opinião, de forma excessiva. Nunca gostei de idolatrias. Sei que Cristiano Ronaldo é adorado por muita gente em todo o mundo, pela sua acção na arte do pontapé da bola. Iniciou a sua formação no Sporting, mas fez quase toda a sua carreira no estrangeiro, salvo as participações na Selecção Nacional. Ganhou títulos, prémios, bateu recordes, mas o que também orientou a sua carreira  foi o dinheiro, Tal como outros dos jogadores do futebol moderno. Ainda me lembro de em Espanha Figo ter sido acusado de “pesetero”. Não é culpa deles, mas da sociedade em que vivemos, o que não me constrange a usar o espírito crítico.

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Fiz esta introdução, para fazer o contraponto com um atleta, de outra modalidade, que tem a característica de ser muito mais pobrezinha. Estou a referir-me ao grande Carlos Lopes, na minha perspectiva, um gigante que está ao mesmo nível dos astros do futebol. Vou aqui lembrar que do seu currículo internacional fazem parte, um título olímpico, um titulo mundial e um título europeu, entre muitos outros. Várias vezes esteve no pódio e fez subir a bandeira de Portugal até ao lugar mais elevado. Este atleta se eu fosse idólatra, seria seguramente meu ídolo. Por isso limito-me a reconhecer a sua grandeza, e prestar-lhe a minha gratidão.

Depois de terminar a sua carreira, tinha, em Lisboa, uma pequena loja de desporto, de cuja exploração penso que vivia. Em determinada altura chegou a deputado na Assembleia da República. Creio que mais tarde esteve ligado à estrutura do atletismo do Sporting, Clube que sempre serviu. Homem simples que nunca apresentou tiques de vedetismo, na sua vida como atleta, e muito menos como cidadão. Para mais, foi o último atleta europeu a ganhar aos africanos, que acabariam por se impor como dominantes nas provas de fundo. É com Rosa Mota o atleta que mais honrou o nome do país, na minha apreciação.

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Escrevi este texto, porque li hoje um artigo do escritor Luís Osório, no qual diz que Carlos Lopes está muito doente e quase não sai de casa. De uma forma sentida, presta-lhe uma muito justa homenagem. Escrevi este texto com o mesmo intuito, e onde quero salientar a simplicidade do homem e do atleta que se treinava na Segunda Circular. Não sei qual a gravidade da sua doença, mas desejo-lhe rápidas melhoras e peço aos deuses do desporto, se existirem, que o ajudem neste momento difícil.

A avaliação de quem se salienta por obras valiosas, não deve restringir-se à sua técnica, mas também à sua dimensão humana.

publicado às 04:04

A irracionalidade do adepto

Naçao Valente, em 12.01.23

Sejamos claros. O SCP não tem uma grande equipa, nesta época. Sem ser um catedrático neste ramo, atrevo-me a dizer que os adversários directos têm melhores plantéis, que sustentam equipas mais fortes do ponto de vista individual e colectivo.

Mesmo tendo em conta a situação referida, a verdade é que a prestação da nossa equipa, até este momento, têm estado abaixo do previsível. Tendo em consideração a constituição da equipa, são atípica as derrotas com clubes como o Chaves, o Boavista, o Arouca, e no domingo o Marítimo. Sem fazer uma análise exaustiva sobre esses resultados negativos, pode concluir-se que tiveram razões diversas e que são os grandes responsáveis pela actual classificação.

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Sem entrar nas diagnosticadas carências do plantel, curto, e sem alternativas consistentes, têm obrigação de fazer melhor. E se o Sporting tivesse nos jogos referidos, ganho apenas metade dos pontos totais, estaria ainda a lutar pelo título. É curioso que muitos dos pontos conquistados, foram com adversários de maior valia. Assim sendo, cabe à estrutura técnica avaliar essas prestações e agir em conformidade.

Pronunciar-se sobre tudo, muitas vezes como especialista é uma característica muito da natureza, confundindo opinião humilde e sensata, com soberba. É fácil para quem não tem que executar, fazer juízos de valor sobre os outros, raiando muitas vezes o absurdo. E se isto como norma geral já é contestável, no mundo do futebol atinge a irracionalidade, para não usar um termo mais forte.

 Julgar a partir de uma observação empírica, leviana e sem conhecimento de todas as variantes, o desempenho de profissionais de futebol, é uma prática usada por adeptos de todos os clubes. Mas no nosso Sporting atinge níveis inultrapassáveis. Se nalguma coisa somos campeões é nisso. Nesse sentido não posso deixar de me mostrar indignado.

Numa abordagem simplista é preciso recordar que com excepção da luta pela conquista do campeonato e da Taça de Portugal, ainda lutamos por outros títulos, a nível nacional e internacional e por uma boa classificação na prova principal. E convém também lembrar que nem chegámos ao meio da maratona. O negativismo, confundido com exigência, não ajuda a concretizar qualquer objectivo. Há momentos em que o silêncio é de ouro.

Ao terminar, não posso deixar de fazer uma ressalva para distinguir aqueles que criticam, mesmo que injustamente, dos notórios adoradores de ídolos, que continuam a andar por aí, e curiosamente, com pezinhos de lã, também no Camarote Leonino.

publicado às 03:04

Contextos, atitudes e resultados

Naçao Valente, em 11.10.22

O nosso redactor Leão Zargo, com uma grande capacidade de síntese,  faz a comparação entre a equipa actual e a que ganhou o campeonato, escrevendo num comentário, que esta não mostra a mesma capacidade mental e emocional, para sofrer em campo, e interroga-se, se não haverá também falta de disponibilidade. Tenho vindo a interrogar-me sobre essa diferença relativamente à atitude competitiva e chego à mesma conclusão. No entanto, e sem querer menosprezar essa evidência, penso que há outras diferenças que vou procurar especificar, para servir de base a uma reflexão mais desenvolvida.

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A equipa que conquistou o título, de forma imprevisível, começou esse campeonato com expectativas muito baixas. Apenas alguns adeptos, dos mais optimistas, apostariam nessa conquista, com base mais na fé clubística do que em dados objectivos. Era uma equipa nova que contava com João Palhinha e João Mário, e onde entraram  jogadores como Pedro Porro (desconhecido), o veterano Antonio Adán (suplente de onde veio), duas promessas Pote e Nuno Santos, e vindos da formação,  Nuno Mendes e Salomão, além de Matheus Nunes.

Esta equipa começou bem o campeonato ao mostrar personalidade, enfrentado sem medo o poderoso clube das Antas, e que chegou ao primeiro lugar, com uma atitude altamente competitiva, e que surpreendeu. Contudo, sempre manteve um comportamento humilde, acompanhado da estratégia definida como jogo a jogo. O que chamamos de estrelinha também a acompanhou.

Lembro-me, como exemplo, da vitória contra o FC das Antas, na Taça da Liga, dando a volta ao marcador mesmo ao cair do pano. Também em Braga, com dez jogadores em campo, desde muito cedo, conseguiu-se triunfar. Em consequência, a equipa começou a ganhar confiança e motivação, jogo após jogo. Por outro lado, os nossos adversários directos, com um início algo mais irregular, e certamente desvalorizando a nossa equipa, permitiram que se conseguisse um avanço considerável. Quando se aperceberam já era tarde, o que até permitiu, na recta final, desperdiçar alguns pontos.

A equipa da época seguinte, sem grandes alterações, manteve o mesmo ritmo competitivo, jogando até com mais proficiência, e assumindo-se claramente como candidata a todos os títulos, acabando por fazer os mesmos pontos. Perdemos esse campeonato pela maior  regularidade do nosso adversário, e por dois deslizes, que podem acontecer a qualquer equipa. Em suma, na minha perspectiva, uma equipa com mais qualidade, e com a mesma atitude de “fato macaco”.

Nesta época, partimos de um patamar mais elevado, mas com contratempos inesperados. Lesões de jogadores importantes, saída do plantel, do médio Matheus Nunes, com o qual o treinador contava. Pode parecer de somenos mas não foi. Implicou adaptações que não estavam previstas, com reflexo no jogo colectivo. Ao mesmo tempo tivemos, por caprichos do calendário um início muito exigente. Essa situação que gerou perda significativa de pontos, não pôde deixar de ter reflexos no comportamento anímico dos jogadores, sendo ainda agravado com derrotas não esperadas e injustas.

De acordo com o historial que tracei penso que a diferença na estrutura da equipa, e nos resultados negativos, conduziram do ponto de vista psicológico a alguma descrença. Ao contrário do que se verificou no ano do título, essa descrença levou, possivelmente, a uma menor disponibilidade física e mental. Contextos diferentes geram situações diferentes. Vitórias com regularidade, justas ou injustas, melhorarão os níveis mentais e emocionais, com reflexos na atitude.

publicado às 03:04

Crise? Qual crise?

Naçao Valente, em 04.09.22

Costuma dizer-se que repetir até à exaustão um acontecimento acaba por o banalizar. Nesse sentido, a utilização exagerada e muitas vezes despropositada da palavra crise pode tirar-lhe o verdadeiro significado. Torna-se banal falar de crise a propósito de tudo ou de nada, no âmbito da política, da economia, da sociedade. E como não podia deixar de ser o seu uso tornou-se useiro e vezeiro no futebol.

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A verdade é que ninguém sobrevive sem pão, genericamente falando, mas todos podemos viver sem futebol. Esta modalidade desportiva começou há pouco mais de um século como entretenimento para quem o praticava, transformou-se num espectáculo de massas que move milhões.E criou um mundo que gira à sua volta, que o divulga e dele se alimenta, e que para além da divulgação  necessária, especula e fomenta, no mau sentido, rivalidades e ódios.

A palavra crise tornou-se tão banal que é utilizada pelo mundo comunicacional a propósito de um qualquer desaire desportivo, quase como se isso não fizesse parte do desporto. Curiosamente, ou talvez não, essa decretação de crise é amplificada quando se trata de clubes com mais adeptos. Na minha perspectiva, essa criação de factos, não é inocente. Explora a parte psicológica do ser humano, visando tirar disso proveitos, relacionados, entre outras coisas, com audiências.

O Sporting foi vítima recentemente dessa criação especulativa pelo facto de ter perdido dois jogos, um de alta dificuldade, com um adversário, no mínimo do mesmo nível, e de um outro com adversário teoricamente inferior, mas que pela imponderabilidade dos jogos de futebol, ganhou sem mostrar qualquer superioridade durante o tempo de jogo. Horas infinitas de análises e debates intensivamente inúteis manipulam as mentes de adeptos que “emprenham pelos ouvidos” e acabam por se deixar contaminar por esse vírus da manipulação.

Crise? Qual crise? Crise é não ter comida no prato, crise é não ter habitação, crise é viver num clima de guerra, entre outros exemplos. Mesmo no mundo restrito do futebol, crise é um clube deixar de cumprir os seus compromissos, deixar de pagar as contas, incluíndo salários de trabalhadores. Na vertente desportiva é sempre melhor ganhar do que perder, porque também pode ter reflexos na gestão económica. Mas em qualquer prova apenas pode ganhar um. Como exemplo lembro-me da Alemanha onde o campeão se repete ano após ano. E em consequência os outros deixam de existir?.

O Sporting esteve longos anos sem ganhar campeonatos, e continuou  pujante. Enquanto adeptos não queremos que isso volte a acontecer, mas não é pondo tudo em causa após um ou outro mau resultado que se inverte essa tendência, indo atrás da lenga lenga da crise, criada externamente, mas logo adoptada internamente? Nos momentos maus pelos quais todos os clubes passam, é preciso cabeça fria, para não criar uma verdadeira “crise” de confiança.

Todos sabemos que os adeptos não se pautam pela racionalidade, mas a perturbação que geram em quem tem que resolver os problemas, pode agravar em muito a situação. Eu tenho lido opiniões de bradar aos céus: leigos fazendo análises individuais e colectivas sem fundamento, como verdades absolutas, que a realidade a seguir desmente, mas que não impedem que voltem ao mesmo registo. Exemplo disso é a insistência num ponta de lança como se estes estivessem ao preço da “uva mijona”, ou a crítica às aquisições possíveis. É assim a natureza do mero adepto. Temos que viver com ela, mas que chateia, chateia. Que o chorrilho de opiniões sem fundamento, não cheguem ao céu, para que o SCP continue no seu caminho, conduzido por quem tem essa competência. Só a união faz a força.

publicado às 03:49

O mal-amado

Naçao Valente, em 09.08.22

É natural como respirar. Há pessoas que por razões diversas criam anticorpos nos seus concidadãos. Isso verifica-se muito frequentemente no mundo do pontapé na bola, em relação aos atletas. Podem designar-se como mal-amados, e existem em todos os clubes.

O assunto vem a propósito do que aconteceu ontem com o jogador do Sporting, de nome Ricardo Esgaio, considerado por uma turba de adeptos, de inteligência duvidosa, e de civismo abaixo de zero, o principal responsável pela derrota do Clube em Braga. Se a sua responsabilidade no desenlace do jogo é aceitável numa análise primária, já os insultos que sofreu na sua página nas redes sociais, que teve que encerrar, é inadmissível.

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Ricardo Esgaio é, desde que voltou ao Clube em Julho 2021, um mal-amado, como outros, constantemente vilipendiados, mas que não interessa agora referir. A turba que usa, cobardemente, o teclado como uma arma, falta ao respeito a um profissional que faz o seu trabalho com seriedade, e merece todo o repúdio, independentemente da razão que tenha ou que não tenha. E não há qualquer justificação para tais actos que revelam não apenas falta de civismo, mas uma dose assinalável de estupidez.

Uma equipa de futebol é composta por um conjunto de atletas, neste caso profissionais, preparados especificamente para defender o seu clube. Mas além de atletas são pessoas com sentimentos e com família, como todos nós. Não podem ser vistos como máquinas infalíveis e objectos onde qualquer turba pode  descarregar as suas frustrações.

No jogo de domingo em Braga, as equipas tinham onze atletas em campo, porque o futebol é um jogo colectivo, onde cada um desempenha a sua função em prol do mesmo. Deste modo, quando uma equipa perde, perdem todos e não só uma ou outra individualidade. Responsabilizar um atleta por um erro num jogo de noventa minutos, mostra não perceber a essência do futebol. Quando o mal-amado Esgaio entrou em jogo, o SCP tinha sofrido dois golos, sempre pouco depois de ter marcado. E não sofreu ainda mais outro golo pelo corredor contrário onde Esgaio jogou, graças à inspiração de Adán. Portanto, o terceiro golo foi um erro colectivo de toda equipa, com relevo para o sector defensivo.

Até se pode admitir, como tenho lido, e apesar de toda a subjectividade, que o mal-amado Esgaio não é jogador para o Sporting. O que não se pode admitir é que seja eleito como bode expiatório e muito menos insultado publicamente, e na sua própria “casa”. E em sua defesa e na de todos os outros mal-amados não pude deixar de expressar o meu protesto, e manifestar a minha solidariedade, com a consciência que a turba continuará na sua saga, porque, infelizmente, há gente que não é educável.

publicado às 03:19

Saber ganhar e saber perder

Naçao Valente, em 18.05.22

"Fiz aquilo que tinha de fazer como treinador da instituição que sou, dei os parabéns ao campeão, coisa que não aconteceu em relação a nós”.

                               Rúben Amorim

O clube das Antas tem uma boa equipa de futebol profissional, temos de o admitir para sermos justos. Mas para além disso, todos sabemos que esse clube, para ganhar, não hesita em usar métodos que saem do âmbito da verdade desportiva, assentes no princípio do “vale tudo”, nas palavras de um antigo dirigente.

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Fazer 91 pontos na I Liga, batendo um recorde, não é tarefa fácil. Atrevo-me até a afirmar que é possível com a utilização da norma do “vale tudo”. Explicitando, essa norma inclui ganhar sempre. Significa, do ponto de vista estratégico, conseguir “inclinar o campo” a seu favor, através do controle de arbitragens, ou quando isso não acontece, usar estratagemas para as enganar, por exemplo, com os habituais “mergulhos”. É verdade que acontecem em todas as equipas, mas creio que no FC das Antas fazem parte da metodologia do treino.

Na opinião de Amorim, citada no início, demonstra-se outra característica da equipa das Antas, as atitudes ditatoriais, expressas na arrogância que demonstram, sobretudo quando perdem. Todos queremos ganhar sempre, com a ressalva que ganhar e perder faz parte do desporto. Mas essa faceta não é considerada pelo Antas, pois quando perde não sabe reconhecer a derrota e a maior valia do adversário, o que fica bem expresso na afirmação citada de Rúben Amorim.

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Esta atitude, já cimentada ao longo de várias décadas de “vale tudo”, está cada vez mais desmascarada na opinião pública, mau grado a cobertura que tem na comunicação social, que faz vista grossa, às vigarices do corruptor, ou o aplaude como um grande dirigente. Isto é possível num país de brandos costumes, onde as altas estruturas desportivas e judiciais se foram acomodando a esta realidade, e onde o poder político, de qualquer matiz, se acobarda perante o poder do futebol, enquanto controlador de consciências.

Em conclusão, saber ganhar e saber perder está na real essência do desporto. E quem não segue este princípio não o valoriza, apenas o descredibiliza, com o seu princípio do “vale tudo”.

Até quando?

publicado às 04:04

Cortar os tentáculos do polvo

Naçao Valente, em 12.05.22

Sem ser politicamente correcto, do ponto de vista do sectarismo clubístico, manda o bom senso que não se atribua as conquistas do clube das Antas apenas à utilização de métodos irregulares. Em nome da verdade, o FC das Antas tem uma boa equipa que não é inferior à do Sporting, quer do ponto de vista colectivo, quer em valores individuais. Mas, por outro lado, é também lícito considerar que quando se torna necessário, aparecem para o Antas as “ajudazinhas” que podem fazer diferenças.

Também não se pode ignorar a rede montada a partir dos anos 80, pelo clube das Antas para mexer os cordelinhos do futebol tuga, a seu favor, sob a batuta de uma figura para quem os valores éticos, são letra morta. Todos sabemos e lamentamos, mas é evidente que isso aconteceu perante a passividade de outros clubes, incluindo o nosso. Cortar com essa passividade e agir é o caminho.

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Ao analisarmos este campeonato, podemos pôr a tónica na inclinação dos campos a favor do Antas, mas não podemos esquecer os nossos próprios erros. Reconheço que fizemos uma boa prova, mas tivemos algumas distracções, nomeadamente no início da segunda metade da época, perdendo seis pontos por culpa própria. E nem podemos justificar esses desaires com equívocos de arbitragem. Tivemos uma ligeira quebra que pode acontecer a qualquer equipa, e isso foi fatal.

Esta época mostrou que se quisermos vencer temos de estar preparados para lutar contra tudo e contra todos. A luta pela abolição do sistema, denunciado por Dias da Cunha, e mais recentemente por Frederico Varandas, não se pode limitar a palavras, a protestos, a denúncias. Com isso, lidam bem os corruptos. É preciso agir com inteligência e com uma estratégia bem definida e melhor executada. Qual será então a melhor estratégia?

Sem menosprezar outras opiniões, essa estratégia insere-se na política desportiva iniciada à cerca de dois anos. Começa pela constituição de uma equipa competente e motivada capaz de disputar todas as provas sem medo. A luta passa, em grande parte, por mostrar eficácia dentro do campo, como já se viu, e com muito bons resultados. Passa pela unidade de toda a estrutura, e pelo apoio dos adeptos, em todos os momentos.

Dividir para reinar foi também a fórmula utilizada pelo adversário, e na qual nos deixámos envolver. Para além disso, a derrota do sistema corrupto não se faz de um dia para o outro. Temos de manter serenidade e paciência para conseguir que a estratégia dê resultados. Cada passo em falso é recuar à estaca zero, como aconteceu nos últimos quarenta anos. Mais do que lamentos, e proclamações, agir significa fortalecer financeiramente o Clube, para que a equipa possa estar devidamente preparada física e mentalmente para vencer e paulatinamente cortar os tentáculos do polvo.

publicado às 07:04

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