Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o Benfica da 16.ª jornada da Liga Portugal Betclic, que resultou numa vitória por 1- 0. Golo de Geny Catamo 29'.
O CAMPEÃO VOLTOU COM GARRA E DETERMINAÇÃO
Grande noite em Alvalade, a dignificar o eterno derby do futebol português. Como em 3 dias o novo treinador do Sporting, Rui Borges, transformou uma equipa totalmente destroçada numa queda vertical no abismo, numa equipa ganhadora e determinada, com energias totalmente renovadas, respirando saúde competitiva e muita sede de vencer. Alvalade voltou a ver o campeão nacional e a impor a lei do mais forte, recuperando o seu lugar de líder para grande surpresa do rival Benfica que ainda festejava a passagem para a liderança (muito curta) do Natal. O novo Sporting apareceu já com o cunho do novo treinador, com um 4x2x3x1 que rompe o sistema de 3 centrais de 4 anos, com Trincão atrás de Gyokeres e uma defesa, à Arsenal, com Quaresma e Reis a fazerem as alas e que bloqueou o Benfica em toda a 1ª parte, fazendo o suficiente para irem para intervalo com uma vantagem superior ao curto 1-0 (várias oportunidades desperdiçadas). As águias reagiram na 2ª parte arriscando tudo, avançando as linhas para mais perto da área adversária, aproveitando-se da quebra física de vários jogadores do Sporting, mas um domínio que nunca foi traduzido em oportunidades de golo claras (Amdouni desperdiçou a única flagrante). No quarto de hora final e com as substituições, os leões voltaram ao desperdício, falhando 3 oportunidades claras para matar o jogo. Geny voltou a resolver no derby. Sporting passa o ano na liderança.
DESTAQUE - GENY CATAMO - 5.5 - Resolveu o derby oferecendo ao novo treinador Rui Borges a melhor estreia possível, mas pecou por não ter tido a melhor decisão em 3 grandes jogadas individuais, que provocaram clara superioridade numérica para poder matar o jogo com o 2-0.
FRANCO ISRAEL -5.5 - Está de volta ás grandes exibições, mostrou que concentrado é guarda redes de equipa top. 3 grandes intervenções que deram o carimbo de grande segurança à equipa.
EDUARDO QUARESMA - 5.5 - É um grande "animal" na sua função defensiva, um numero anormal de grandes cortes e ainda teve pulmão e coragem de provocar o desequilibro no campo do adversário com as suas habituais arrancadas. Já é imagem de marca, a sua saída do campo amparado por colegas ou massagista devido ao esgotamento total.
OUSMANE DIOMANDE - 5.5 - A exibir-se assim vai chamar a atenção dos tubarões, o adversário atirou-lhe para cima com toda a sua artilharia pesada (Amdouni, Pavlidis e Artur Cabral) e domou-os a todos, tirando-lhes as penas uma por uma. Imperial a anular o vôo da águia nos 90'.
JEREMIAH ST. JUSTE - 3.5 - Com surpresa apareceu pela primeira vez a central à esquerda e foi elo mais fraco da defesa, mas era expectável face à ausência do Gonçalo Inácio, esteve muito bem a defender a profundidade, esteve menos bem, colocando a equipa em cheque com vários passes de risco.
MATHEUS REIS - 5 - É o melhor defesa da Liga a travar o Di Maria, voltou a ser implacável metendo-o no bolso em toda a primeira parte e obrigou-o a ter que mudar de ares, a procurar outras zonas do terreno para fugir-lhe à marcação.
GEOVANY QUENDA - 3.5 - Ainda está longe do seu melhor, dando pouco à equipa e ainda falhou um golo cantado.
MORTEN HJULMAND (Cap) - 5.5 - O golo do Geny fez a diferença, sacou-lhe o destaque, porque foi o homem do jogo, impressionante a lucidez em todos os momentos da partida e em todos os lances que interviu, não se viu falhar um único passe. É um génio na leitura do jogo, aparecendo por isso sempre em antecipação aos movimentos do adversário.
HIDEMASA MORITA - 5 - Foi a maior surpresa da noite, a titularidade e a enorme importância que deu à equipa e ao novo esquema do treinador, mesmo que ainda debilitado fisicamente. A sua enorme capacidade de jogar de primeira fez toda a diferença.
FRANCISCO TRINCÃO - 4 - Esteve-lhe destinado o papel de JOKER no meio campo, com liberdade de criar e inventar enquanto o Gyokeres arrastava a defesa, não correu tão bem como se desejaria, são movimentos que necessitam forçosamente de mais tempo de trabalho. Com o desgaste foi desaparecendo do jogo na 2ª parte.
VIKTOR GYOKERES - 5.5 - Foi um leão em guerra no seu habitat natural, por duas vezes ofereceu de bandeja o golo, mas só uma foi aproveitada pelo Geny Catamo, quando teve oportunidade estoirou com remate fora da área que proporcionou a defesa da noite ao Turbin e ainda proporcionou várias combinações de ataque, que criaram o pânico ao atarantado Tomás Araújo.
MAXIMILIANO ARAÚJO - 3.5 - Urgia refrescar a equipa e foi lá para dentro dar a ajuda possível, de registo as duas vezes que sprintou sozinho, aparecendo na área benfiquista sem qualquer marcação, faltando unicamente o passe do colega que decidiu muito mal.
JOÃO SIMÕES - 3.5 - Entrou para o lugar do esgotadissimo Morita na hora de segurar a vitória, mostrou serviço em várias boas acções defensivas, com critério, ajudando a equipa a soltar-se das amarras provocadas pelo ultimo forcing encarnado.
IVÁN FRESNEDA - 3.5 - Substituiu o Eduardo Quaresma para parar o ultimo cartucho lançado pelo Bruno Lage, o alemão Beste, saiu-se bem na maioria dos lances mostrando sempre muita raça nos duelos.
CONRAD HARDER - 3 - Foi a jogo já no seu período final, uma substituição táctica para ajudar a quebrar as iniciativas do tudo por tudo do Benfica e porque Trincão já era menos um.
RUI BORGES - 6 - Chegou, viu e ganhou o jogo mais importante do ano para o Sporting. Não tem varinha mágica, mas saiu magia nestes 3 únicos dias de trabalho que teve para preparar o derby. Mostrou a grande diferença que é um treinador com uma ideia de sucesso e que sabe como transmiti-la na íntegra aos seus jogadores, ganhou o jogo e a equipa, recuperando-a dos seus traumas recentes, ajudando-a a recuperar de imediato a liderança. Mostrou grande coragem e ousadia em assumir já a sua ideia do 4-2-3-1 e que resultou em cheio, surpreendendo um Bruno Lage que demorou como saber reagir para responder. A 1ª parte galvanizou as bancadas verdes do estádio e os próprios jogadores, numa simbiose perfeita. O campeão voltou.
BRUNO LAGE - 3 - Foi comido de cebolada pelo novo treinador do Sporting, que lhe preparou bem a cama onde se acabou por deitar, tentou reagir na 2ª parte com os vários acertos e metendo toda a artilharia pesada no assador, mas oportunidades de golo claras, foram só...uma em todo o jogo. Confiou demasiado no talento individual e não se preocupou muito com o resto e quando percebeu o erro e quis corrigir, já foi tarde. A soberba matou-o.
FÁBIO VERÍSSIMO (Árbitro) - 4 - Um derby é sempre um jogo com muitas peripécias, sempre difícil de dirigir, tentou ser coerente com as decisões mesmo nas erradas, mostrou sempre pulso nos momentos de maior atrito entre jogadores ou nos lances de maior dureza, escapou dar o segundo amarelo e expulsão ao Otamendi por ter agarrado ostensivamente o Gyokeres em lance que podia isolar-se e gerar perigo iminente.
TIAGO MARTINS (VAR) - 3 - O lance logo aos 16´ quando o Tomás Araujo derruba com a anca o Geovany Quenda é grande penalidade, depois na 2ª parte quis compensar quando o Matheus Reis se apoia no Leandro Barreiro dentro da sua área.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.