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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Uma equipa perfeita
O Sporting teve grandes equipas ao longo da sua história, mas provavelmente a da época de 1947-48 foi a melhor de todas elas. Era uma equipa perfeita, orientada por Cândido de Oliveira, um dos mais carismáticos treinadores portugueses de sempre, que começou a ser “construída” por Joseph Szabo no início da década de 1940. Os jogadores Azevedo, Álvaro Cardoso, Manecas, Octávio Barrosa, Canário, Peyroteo e Albano trabalharam com ambos os técnicos.
Cândido de Oliveira foi muito mais do que um treinador. Sendo um estudioso do futebol, considerava que a geometria estava presente nos sistemas tácticos, e reflectiu sobre a relação existente entre os triângulos e as diagonais, por exemplo, e os movimentos dos jogadores em campo. Com ele, durante o jogo, a equipa leonina alternava um futebol de passes longos para os extremos com um outro mais rendilhado, mais apoiado, pelo menos na perspectiva da época. À organização e disciplina de Szabo, Cândido acrescentou o estudo e o método.
O Sporting conquistou em 1947-48 tudo o que havia para disputar: Campeonato Nacional, Taça de Portugal e Campeonato de Lisboa. Foi a época do “Campeonato do Pirolito”, vencido por um golo de diferença, e da final da Taça de Portugal com o Belenenses em que Azevedo jogou mais de uma hora com um pé partido. A resiliência e o espírito de sacrifício foram outras heranças que vieram do treinador húngaro. À segurança na defesa, a equipa aliava um ataque demolidor: 92 golos no Campeonato (em 26 jogos) e 23 golos na Taça (em 5 jogos). Por ter sido o Campeão Nacional, o Sporting ficou na posse da Taça O Século.
Na fotografia, a equipa do Sporting que defrontou o Lusitano de VRSA na última jornada do Campeonato Nacional de 1947-48:
De pé - Álvaro Cardoso, Cândido de Oliveira, Canário, Manecas, Juvenal, Veríssimo, Manuel Marques e Azevedo;
Em baixo - Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano.
(Fotografia de Manique, revista Stadium, nº 287, 1 de Junho de 1948)
Quando os “Cinco Violinos” marcaram 12 golos ao Lusitano VRSA
O Sporting dos “Cinco Violinos” era uma máquina de fazer golos. Na época de 1947-48 os leões marcaram 92 golos em 26 jogos. No Campeonato, houve um jogo com o Lusitano de Vila Real de Santo António, que nem era das equipas mais fracas, que ficou na memória de todos que o viram. Foi em 15 de Fevereiro de 1948 e os leões marcaram 12 golos, com a particularidade de todos os “Cinco Violinos” terem molhado a sopa. Jesus Correia iniciou a contagem logo no primeiro minuto, foi reincidente aos 19 e 29 minutos, Peyroteo registou aos 7, 54, 66, 71 e 76 minutos, Albano marcou aos 28 e 83 minutos, Travassos aos 46 minutos e Vasques imitou-o aos 57 minutos. O resultado final ficou em Sporting 12 - Lusitano VRSA 0.
O jornalista Tavares da Silva, na revista Stadium em 18 de Fevereiro, comparou a equipa leonina a um rolo compressor, elogiou a qualidade técnica dos jogadores e o trabalho do treinador Cândido de Oliveira. Esta partida para a 13ª jornada revelou-se fácil, mas o Campeonato Nacional fiou mais fino. Foi a época do “Campeonato do Pirolito” que o Sporting conquistou em virtude de um golo a mais no conjunto dos dois jogos que disputou com o Benfica (perdeu por 3-1 em Alvalade e foi ganhar por 4-1 na Estância de Madeira).
Na fotografia, Jesus Correia marca um dos seus três golos (foto de Amadeu Ferrari).
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