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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A época de 1986-87 foi de grande instabilidade para o Sporting. O presidente João Rocha, com problemas de saúde, preparava-se para se retirar. O plantel leonino tinha sofrido uma sangria no Verão de 1986 (saíram Jordão, Sousa, Jaime Pacheco, Romeu, Béla Katzirz, Saucedo, Eldon e Carlos Xavier, emprestado à Académica) e na pré-época nas Açoteias o plantel era constituído apenas por catorze jogadores. Depois, a conta-gotas, chegaram Vital, Silvinho, Mário, João Luís, Zinho, McDonald, Negrete, Peter Houtman e Marlon Brandão.
O sorteio da Taça de Portugal determinou um Portosantense-Sporting para os 1/64 avos de final, que se disputou em 23 de Novembro de 1986. Foi a primeira vez que os leões defrontaram uma equipa dos campeonatos distritais numa eliminatória da Taça. À hora do jogo era enorme a excitação. A bancada encheu-se, havia um mar de gente por todo o lado, automóveis estacionados em redor do campo de futebol e um entusiasmo e uma barulheira quase indescritíveis, com gritos e vivas aos jogadores das duas equipas.
O treinador Manuel José respeitou o adversário e o espírito da Taça, e lançou a jogo a equipa principal. Pelo pelado do Portosantense passaram Damas, Virgílio, Duílio, Morato, Fernando Mendes, Litos, Oceano, Negrete (substituído por Lima aos 38 minutos), Mário Jorge, Manuel Fernandes e Meade. A partida propriamente dita não teve grande história, Litos marcou cedo, depois Meade fez o 2-0, Damas praticamente não teve de fazer uma única defesa. Valeu pela festa da Taça que permitiu a visita dos craques leoninos ao Porto Santo.
Na fotografia, um defesa do Portosantense faz falta sobre Fernando Mendes. Litos, Oceano e o árbitro Bento Marques observam o lance.
O Sporting de Manuel José em 1986-87
Manuel José foi o treinador do Sporting que iniciou a época de 1986-87. O presidente João Rocha, com problemas de saúde e cansado das inúmeras guerras do futebol em que se envolveu, preparava-se para se retirar. O plantel leonino sofreu uma sangria no Verão de 1986, tendo saído razões diferentes, Jordão, Sousa, Jaime Pacheco, Saucedo, Katzirz, Romeu, Carlos Xavier (emprestado à Académica) e Eldon. Quando se iniciou a pré-época nas Açoteias o plantel era constituído apenas por catorze jogadores. Depois, a conta-gotas, foram chegando Vital, Silvinho, Mário, João Luís, Zinho, McDonald, Negrete, Marlon Brandão e Peter Houtman. Dos juniores foram promovidos Rui Correia e Nelson Reis. Frank Rijkaard esteve três dias em Lisboa, custava 50 mil contos, mas não foi contratado.
O que começa mal, tarde ou nunca se endireita, como é sabido. Foi o ano do 7-1 ao Benfica, do 9-0 ao Akranes na Islândia e de uma eliminatória épica com o Barcelona na Taça UEFA (derrota fora por 1-0 e vitória insuficiente em casa por 2-1). Mas, o resto correu quase tudo mal, e Manuel José orientou em 11 de Janeiro de 1987 pela última vez a equipa leonina nessa época. O Rio Ave foi empatar a Alvalade (0-0) e o técnico algarvio recebeu a carta de despedimento. Marlon e Houtman, que ele tanto tinha desejado, estrearam-se finalmente nesse jogo depois de demoradas negociações. Mas, foi o adjunto Marinho Mateus quem sentou no banco na semana seguinte num jogo com o Oriental para a Taça de Portugal.
Na fotografia do jornal A Bola (Julho de 1986), Manuel José e o jornalista Joaquim Rita conversam no areal da praia das Açoteias.
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