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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Todos nós que gostamos de futebol, principalmente lagartos e lampiões, crescemos a ouvir falar do dérbi lisboeta. O primeiro de todos terá sido um Sport Lisboa (ainda sem Benfica) 1 - Sporting 2, disputado em 1 de Dezembro de 1907, na Campo da Quinta Nova, em Carcavelos, que é considerado o primeiro dérbi oficial entre os dois clubes rivais. De quase todos eles há grandes fotografias. Vitória e derrota. Sangue, suor e lágrimas no futebol. Mas, também há fotografias simplesmente bonitas, como esta no Stadium do Lumiar nos anos 40, com o marcador em 2-0 a favor da equipa leonina.
“Que vença o melhor!”, como se costuma dizer sempre que há dérbi, e que o melhor seja o Sporting, pois claro. O futuro do nosso Clube constitui a maior finalidade dos seus adeptos. Todos sabemos que o passado é grandioso, mas temos de passar ao futuro. Trata-se de dar continuidade à gloriosa História sportinguista. Também por essa razão, o jogo de hoje tornou-se o mais importante… da próxima época. Que os nossos jogadores sejam leões, verdadeiros leões, capazes de superar todas as adversidades do jogo de logo à noite.
O “tempo” que vivemos hoje resulta do que aconteceu no passado e no presente, e permite perspectivar o que será o futuro. No caso do Sporting, a mística também se aprofunda e se desenvolve a partir da evocação da memória daqueles que no passado souberam honrar a camisola e que integram o núcleo restrito de portadores de histórias míticas.
No jogo com o Gil Vicente, as camisolas leoninas tinham os nomes de grandes jogadores do passado com a finalidade de os homenagear no lugar certo: no relvado do Estádio de Alvalade. Um clube que não honra os seus nunca será um clube grande e digno. Os sinais de glória e de afirmação clubística são sempre uma reserva da identidade e do património sportinguista.
Ontem alinharam os seguintes leões: Vítor Damas (Luís Maximiano), Fernando Mendes (Ristovski), Peyroteo (Eduardo Quaresma), Francisco Stromp (Coates), Vasques (Borja), Hilário (Nuno Mendes), Figo (Rafael Camacho), Jordão (Matheus Nunes), Jesus Correia (Wendel), Balakov (Gonzalo Plata) e Manuel Fernandes (Sporar). Também estiveram em campo Morais (Doumbia), Travassos (Battaglia), Yazalde (Joelson Fernandes) e Cristiano Ronaldo (Tiago Tomás). Uma equipa de sonho!
Krassimir Balakov teve isto para dizer:
"Parabéns a todos os que amam e trabalham no Sporting desde a fundação do Clube! Estou feliz por ter passado cinco anos óptimos no Clube! Desejo-lhe sucesso e alegria em todas as vitórias! E na última partida, Gonzalo Plata mereceu a minha camisola com o golo e a assistência".
Em conferência de imprensa, em 18.6.2020, Rúben Amorim foi claro e directo: “No Sporting, desde o primeiro momento que me contactaram, para vir para cá, o objetivo primeiro era ganhar jogos e ajudar a lançar jovens, porque o momento do clube assim o exigia. A pandemia ainda acelerou mais esta situação.”
Se no primeiro jogo em que ele orientou a equipa leonina, com o Desportivo de Aves em 8 de Março, não procedeu a grandes alterações, na fase pós interrupção em consequência da pandemia o técnico sportinguista assumiu de forma invulgar o projecto de valorização dos jovens jogadores do plantel, provenientes ou não da Academia de Alcochete.
A média de idades (22,8) da equipa que defrontou o Belenenses SAD prova isso mesmo, ao fazer alinhar Luís Maximiniano, Eduardo Quaresma, Nuno Mendes e Jovane Cabral, formados na Academia, e Wendel, Matheus Nunes e Gonzalo Plata, com 22, 21 e 19 anos respectivamente. Para além deles foram titulares Ristovski, Coates e Šporar. Na segunda parte entraram Francisco Geraldes, Tiago Ilori e Rafael Camacho, todos da formação sportinguista, para além de Idrissa Doumbia e Rodrigo Battaglia.
A verdade é que o trabalho de Rúben Amorim está a ter sucesso. A equipa leonina fez mais pontos e é a segunda que marcou mais golos e sofreu menos na fase pós-interrupção da Liga (três vitórias, um empate, oito golos marcados e três sofridos). Como escreveu o Rui Pedro Barreiro aqui no Camarote Leonino, “afinal... o treinador faz mesmo a diferença”.
A GoalPoint Partners foi criada em 2014 com a finalidade de fornecer informação e análise estatística sobre o futebol e os seus protagonistas, tendo como destinatários profissionais do futebol, clubes, adeptos e mídia. Conta com a colaboração de especialistas em análise de dados para obter uma avaliação rigorosa e fundamentada do desempenho individual e colectivo dos jogadores durante um jogo ou um determinado período de tempo.
A GoalPoint procedeu à avaliação do desempenho da equipa leonina nos jogos disputados na Liga NOS em 2019-20. Para os jogadores de campo considerou, nomeadamente, as assistências, golos, remates enquadrados com a baliza, passes certos, cruzamentos, dribles eficazes, faltas sofridas, desarmes e duelos aéreos. Para os guarda-redes contabilizou, por exemplo, remates enquadrados defendidos, defesas a soco, saídas pelo ar eficazes e saídas pelo solo eficazes.
Na observação dos dados mais relevantes sobre os jogadores, a GoalPoint constata que Bruno Fernandes actualmente ainda contabiliza a influência directa ou indirecta em 41% dos golos do Sporting. Dos jogadores do plantel destaca os seguintes:
- Luciano Vietto assumiu-se como o elemento mais produtivo com 4 golos e outras tantas assistências, depois da saída de Bruno Fernandes. Esteve em 20 jogos. Rating 6,46.
- Marcos Acuña é o “patrão” do flanco esquerdo, na defesa ou na ala, conta com 2 golos marcados e 3 acções para golo, e a participação em 18 jogos. Rating 6,29.
- Sebastián Coates, após um início de época desastroso, estabilizou a produção defensiva e é um dos melhores marcadores com 3 golos. Alinhou em 20 jogos. Rating 6,01.
- Wendel destaca-se pela relevância no meio campo, pelas assistências e por 110 passes certos, o máximo na Liga desde 2014. Marcou 2 golos e esteve em 19 jogos. Rating 5,96.
É discutível a avaliação de Jérémy Mathieu, que surpreenderá muitos adeptos leoninos. Luís Maximiniano e Luís Neto conseguem um posicionamento muito interessante. Renan Ribeiro possui o rating 6,07, um dos mais elevados do plantel.
Silas
A fotografia mostra o plantel infantil leonino na época de 1988-89, com os técnicos César Nascimento e Osvaldo Silva. Para todos eles o horizonte tinha a cor verde da esperança. O segundo à esquerda, em baixo, é um miúdo que na altura ainda usava o nome de Jorge Fernandes, mas que brevemente seria conhecido por Jorge Silas, numa homenagem ao jogador brasileiro que na altura brilhava com a camisola sportinguista.
O jovem Silas jogou duas épocas nos infantis, mas foi dispensado na transição para os iniciados. “Era franzino, baixinho e naquela altura dava-se muita importância ao físico. Mas olhando para trás acho que tomaram a decisão correcta", como explicou o próprio numa entrevista à Tribuna Expresso, em 2017. Depois fez-se à vida, e jogou no Atlético, Ceuta, Elche, União de Leiria, Marítimo, Belenenses e Cova da Piedade, com passagens por Inglaterra, Chipre e Índia.
Jorge Silas regressou agora a Alvalade com uma tarefa complexa. Transformar um plantel descrente e desorganizado numa equipa competitiva e vencedora, e contribuir para unir e pacificar o Clube. Para além de treinar os seus jogadores, terá também de ocupar-se deles como psicólogo, enfermeiro, terapeuta e conselheiro. Pelo menos isso. Não sei, aliás ninguém sabe de ciência certa, se ele tem estatura para tanto, capacidade e conhecimento para tudo o que é necessário, mas se tiver sucesso Silas ocupará um lugar de destaque na história do Sporting.
(A fotografia foi retirada da página no Facebook “Osvaldo Silva - Homenagem”.)
Em breve conheceremos com maior rigor as consequências da derrota imposta pelo Benfica na final da Supertaça. O primeiro jogo da Liga, de súbito, tornou-se decisivo. Ou quase. Se correr mal, tudo pode correr mal. Até porque logo a seguir virá outra “final”. No Sporting, o futebol é o barómetro. Sinal de partida e de chegada.
O Clube apenas pode contar consigo próprio. A coesão da Direcção, a competência da equipa técnica, o profissionalismo dos jogadores e a motivação dos adeptos. Não haverá varinhas mágicas nem movimentos por baixo da mesa que resolvam a crise que se instalou. Nem vale a pena insistir a propósito da parcialidade da comunicação social.
O Sporting é um clube autofágico, mas isso já se sabe há muito. Trata-se de um caso de estudo, depois de António Ribeiro Ferreira (1946 a 1953) não voltou a ter um presidente vencedor e reconhecido pelos adeptos. Mesmo homens que perceberam a realidade do futebol do seu tempo, como Brás Medeiros e João Rocha. Ou presidentes campeões como José Roquette e Dias da Cunha.
Uma coisa é certa, verdadeiramente, Frederico Varandas está perante o seu primeiro teste de fogo. Não decide sobre tudo, mas num clube como o Sporting o presidente constitui equipas multidisciplinares nas diferentes estruturas nas quais delega o exercício de funções e que respondem perante ele. Um dos segredos da liderança está na escolha das pessoas certas para as diversas áreas.
Agora, será mais difícil controlar a ocasião e as circunstâncias. O tempo é desfavorável e não será permitido um deslize. Mas é nestas ocasiões que os líderes se afirmam. Nos próximos dias, o presidente Frederico Varandas tem de ser claro, oportuno, objectivo e convincente, e revelar conhecimento de causa e de controlo dos acontecimentos. E que não repita que não está preocupado, ao contrário da generalidade dos sportinguistas.
A bola já salta
Em Julho de 1983 o jornal Sporting (nº 1.858) exclamava com entusiasmo que “a bola já salta”. Pudera, havia razões para acreditar no sucesso da equipa com Manuel Fernandes e Jordão na linha avançada, Oliveira e Kostov como médios e Carlos Xavier e Venâncio na defesa. O defeso tinha sido “quente”, os leões foram às Antas contratar Gabriel, formado na escola azul e branca, para além de Romeu. Para a baliza veio o internacional húngaro Bela Katzirz, e como é habitual havia vários jogadores oriundos da Formação: Venâncio, Morato, Zezinho, Mário Jorge e Futre, entre outros. O técnico era o checo Josef Venglos.
A época de 1983-84 não foi feliz, mas o futebol possibilita todos os anos a renovação da esperança e em Alvalade sabe-se que a conquista do título de campeão nacional permitirá iniciar um novo ciclo vitorioso. A confiança revela que o que foi possível num determinado momento, voltará a ser possível, de outra forma, outra vez. A confiança de que o Sporting voltará a ser um Clube vencedor e que vai manter a sua identidade histórica. Acreditamos que Marcel Keizer será capaz de estar à altura das circunstâncias e das responsabilidades e que os jogadores leoninos saberão potenciar as suas forças e minimizar as fraquezas.
Sinal de confiança!
A categoria de Bruno Fernandes tem impressionado todos que acompanham o futebol português. Segundo o jornal Record, a Direção do Sporting pretende renovar a ligação contratual através do aumento do vencimento e da cláusula de rescisão. A verificar-se será uma medida de boa gestão pois o futuro a médio prazo do plantel leonino passa pelo médio ofensivo.
No que refere ao planeamento do plantel a médio prazo, tem interesse recordar os trinta e dois jogadores que o Sporting emprestou a diversos clubes. O número elevado de atletas com vínculo contratual com o Clube e a extinção da equipa B determinou este excesso de empréstimos.
Jogadores emprestados pelo Sporting:
Emiliano Viviano - guarda-redes - SPAL (Itália)
André Geraldes - defesa - Sporting Gijón (Espanha)
Guilherme Ramos - defesa - Mafra
Jonathan Silva - defesa - Leganés (Espanha)
Domingos Duarte - defesa - Deportivo Corunha (Espanha)
Ivanildo Fernandes - defesa - Moreirense
Lumor - defesa - Goztepe (Turquia)
Gonçalo Vieira - defesa - Santa Iria
Mauro Riquicho - defesa - Louletano
Rafael Barbosa - médio - Portimonense/Paços Ferreira
Ricardo Guima - médio - Académica
Pedro Ferreira - médio - Mafra
Edu Pinheiro - médio - Cesarense/Sintrense
Alan Ruiz - médio - Colón/Aldosivi (Argentina)
Budag Nasyrov - médio - Zira (Azerbeijão)
Mattheus Oliveira - médio - Vitória de Guimarães
Ryan Gauld - médio - Farense/Hibernian (Escócia)
Carlos Jatobá - médio - Atlético Goianense (Brasil)
Daniel Bragança - médio - Farense
Wallyson - médio - Estoril-Praia
Bruno Paulista - médio - Londrina (Brasil)
João Palhinha - médio - SC Braga
Josip Misic - médio - PAOK (Grécia)
Elves Baldé - extremo - Paços Ferreira
Mama Baldé - extremo - Desportivo das Aves
Iuri Medeiros - extremo - Génova (Itália)/Legia (Polónia)
Ary Papel - extremo - 1º de Agosto (Angola)
Matheus Pereira - extremo - Nuremberga (Alemanha)
Gelson Dala - avançado - Rio Ave
Bruno Fernandes - avançado - Gafanha/U. Madeira
Leonardo Ruiz - avançado - Zorya (Ucrânia)
Ronaldo Tavares - avançado - Cova da Piedade
Trata-se de um conjunto vasto de jogadores, muitos deles sem hipóteses de virem a alinhar na equipa principal do Sporting. No entanto, pelo percurso no passado e o desempenho na presente época, haverá quem tenha qualidade e potencial para, no mínimo, prestar provas na pré-época de 2019-20.
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