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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí a todos os jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o Benfica para a final da Taça da Liga, realizada em Leiria, que resultou numa vitória do Sporting por 2-1. Golos de Gonçalo Inácio (49') e Pablo Sarabia (78').
O Sporting não deu hipótese ao rival Benfica num derby à antiga, muito rasgadinho na disputa da bola e do espaço, a equipa leonina foi sempre mais adulta, mais equipa desde o início até ao final. O golo do Benfica surgiu no único remate enquadrado que fizeram durante toda a primeira parte. O Sporting entrou após o intervalo decidido a conquistar a segunda Taça da Liga consecutiva e a 4ª dos últimos 5 anos. A entrada do Pedro Porro veio trazer à equipa a qualidade que faltava na exploração do espaço e na decisão do último passe, acabando por ser decisivo na justíssima remontada.
DESTAQUE - MATHEUS REIS - 5 - Fez um jogo com um grau de dificuldade muito elevado, voltou a sair-se muito bem não dando hipóteses ao adversário pelo seu corredor esquerdo. Nota-se bem que evoluiu muito na leitura do jogo e na ocupação dos espaços, percebendo sempre o bom timing para os encurtar quando a defender e depois a explorar quando sai para ajudar no ataque. Terminou o jogo como o começou, naquela invejável disponibilidade física que tem apresentado desde o início da época.
ANTONIO ADÁN - 4 - Foi surpreendido pelo fuzilamento do Everton no único remate enquadrado pelo Benfica em todo o jogo. Esteve sempre seguro a agarrar ou a socar para longe as poucas bolas que foram cruzadas com perigo para a área do Sporting.
RICARDO ESGAIO - 4 - Excelente a ganhar várias vezes a profundidade pelo seu corredor e só voltou a pecar na definição dos cruzamentos, forte a defender e a única vez que deu espaço a mais no seu corredor o Benfica fez o golo.
LUÍS NETO - 3.5 - Esteve bem melhor no desarme por antecipação, mas foi sempre o elo mais fraco na defesa do Sporting, factor que o Benfica tentou sempre explorar através do Everton. No golo sofrido leu que o brasileiro iria fazer o seu movimento característico de puxar a bola para dentro e enganou-o, fez o movimento rápido por fora e com isso tirou-o do lance. No momento em que o jogo pedia o Porro e já com um amarelo foi substituído.
GONÇALO INÁCIO - 5 - Mais uma aula muito bem sucedida, para o curso do diploma Coates, de como comandar a defesa do Sporting. Muito bem na leitura das movimentações do gigante Roman Yaremchuk, tirando-lhe sempre o espaço e com isso secou o ucraniano que acabou por ser substituído. Na primeira parte testou o guarda redes encarnado que se viu grego para parar-lhe um tremendo cabezazo, mas à segunda foi de vez, nas alturas cabeceou fora do alcance do Odisseas e fez o golo do empate ao abrir da segunda parte.
ZOUHAIR FEDDAL - 4 - Exibição mesmo muito positiva, deu uma boa resposta física e na velocidade para chegar primeiro à bola em vários lances que podiam causar perigo à baliza do Sporting. Melhor também no passe, sem complicar, combinando com qualidade com o Matheus Reis na leitura dos espaços que souberam dividir bem entre eles.
JOÃO PALHINHA - 4.5 - Está a subir bem de forma claramente, tanto no pulmão como no timing do desarme. O adversário apareceu muitas vezes em superioridade numérica no meio campo com três elementos contra dois, mas deu sempre bem conta da tarefa junto com o Matheus Nunes. Falta-lhe agora recuperar maior confiança com a bola no pé e no passe longo. Travou uma luta hercúlea com o alemão, com o gigante francês e com traidor português João Mário e levou quase sempre a melhor.
MATHEUS NUNES - 3.5 - Faltou-lhe o furor de outros jogos, teve 3/4 iniciativas em que foi igual a si próprio mas, em geral, o jogo correu-lhe inconsequentemente. Muito lutador, entrou corajoso na guerrilha do meio campo mas foi ultrapassado várias vezes.
PABLO SARABIA - 5 - Decisivo na vitória leonina, na assistência do primeiro golo e depois no lance genial que marcou a partida após o lançamento do outro mundo do Pedro Porro; a recepção da bola foi fantástica, depois a forma como conquistou o espaço e o timing de desferir o remate certeiro ficará para história dos heróis das conquistas das Taça da Liga. Surpreende a sua tremenda entrega pela camisola, dando tudo o que tem, é muito duro de roer para os adversários, este espanhol.
PEDRO GONÇALVES - 3 - Lutou como um leão por cada centímetro de terreno à sua volta, mas foi infeliz na última definição do passe ou da iniciativa individual. Severamente marcado e sempre por perto pelo defesa belga que, por estratégia, nunca lhe deu muito espaço para chegar mais perto das zonas de finalização.
PAULINHO - 3.5 - Também se atirou de forma incansável à luta e sem dar tréguas, nunca deixou a defesa das águias enquadrar o jogo na primeira fase de construção, obrigando-os a maior parte das vezes ao passe longo. Num excelente movimento de rotação e já dentro da área encarnada, rematou com enorme estrondo na barra da baliza do grego, o que seria um golo de levantar o estádio.
PEDRO PORRO - 4.5 - Entrou para a derradeira meia hora do jogo e logo se notou a diferença. Com muita fome de bola matou muitas das saudades que os adeptos já tinham de o rever na equipa. Com este espanhol, deveras possante de facto, a equipa transforma-se para muito melhor. Várias iniciativas pelo seu corredor que desequilibraram o meio campo e defesa encarnada e foi decisivo o passe teleguiado para a excelente desmarcação do Sarabia no lance que decidiu a conquista da Taça.
MANUEL UGARTE - 2.5 - Jogou os últimos dez minutos, na hora "H" de fechar lá atrás e ajudar a defender o resultado que acabaria na vitória da equipa.
NUNO SANTOS - 2 - Entrou nos derradeiros minutos para tentar explorar os maiores espaços do meio campo na hora do tudo por tudo do Benfica.
TIAGO TOMÁS - 2 - Foi também lançado nos últimos instantes do jogo para a tentativa de explorar a subida desesperada no terreno de toda a equipa encarnada.
RÚBEN AMORIM - 6 - Que mais se pode dizer deste jovem treinador que conquistou a terceira Taça da Liga consecutiva (a primeira pelo SC Braga), com vitórias em todos os jogos? Preparou muito bem a equipa antes e durante o jogo, lendo-o sempre na perfeição. Acertou em cheio com a entrada do Porro quando percebeu que o adversário já estava em queda física no meio campo e era a hora de partir para o ataque final ao ouro e o espanhol correspondeu em pleno.
NELSON VERÍSSIMO - 2.5 - Tentou uma estratégia com muito contacto físico e com ordem de sacar espaço aos critativos do Sporting de que forma fosse, tentando cortar-lhes a dinâmica das suas acções. A sua equipa esteve sempre em plano secundário, só numa ocasião chegando com verdadeiro perigo à baliza de Adán e que resultou no golo fortuito, contra a corrente das melhores iniciativas do Sporting até então.
MANUEL MOTA (Árbitro) - 3.5 - Teve momentos difíceis de decisão num derby à antiga. Os jogadores nem sempre ajudaram, mas, em geral, conseguiu controlar o jogo mesmo quando se gerou alguma tensão em vários lances com faltas durinhas. Melhor no plano técnico, porque no disciplinar deixou o central belga e o João Mário abusarem da fruta que espalharam durante muito tempo.
ARTUR SOARES DIAS (VAR) - 4 - Não interferiu e por isso não veio a complicar.
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