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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o FC Porto da SUPERTAÇA que resultou numa derrota por 3 - 4. Golos de Gonçalo Inácio 6', Pedro Gonçalves 9' e Geovany Quenda 24'.
O LEÃO ARMOU-SE EM LEBRE E A TARTARUGA AZUL VOLTOU A GANHAR
Aos 28' a lebre do Sporting já tinha o Troféu da Supertaça no bolso com 3 golos de rajada num jogo que parecia, fácil, fácil, fácil. Com tanta vantagem no marcador achou que havia tempo para dormir uma boa soneca de Campeão, mas adormeceu num sono muito profundo, enquanto a tartaruga do Porto na sua passada lenta e previsível a ultrapassou silenciosamente, sempre com os olhos fixos na meta que cortou isolada, vencendo a primeira corrida que abriu a época 2024/25. A festa acabou por ser azul a exemplo da Final do Jamor. O treinador dos leões terá muito que reflectir e muito que trabalhar os sistemas defensivos que se apresentaram em Aveiro muito desgovernados e sem voz de comando. Uma linha defensiva excessivamente jovem com uma média de idade incrivelmente baixa, 20.6 anos, a que falta a tarimba e experiência que se exigem a um campeão nacional.
DESTAQUE - GEOVANY QUENDA - 3 - Quando um menino de 17 anos na sua primeira experiência como titular é o destaque da equipa no jogo, ajudará a explicar uma grande parte do que se passou a seguir ao grande golo que marcou quando fez o 3-0 e seria o cheque mate ao adversário, mas a história acabou bem diferente. Mostrou sempre bom critério nas suas acções, aparecendo a espaços a carregar a equipa para bons lances de ataque. Evidenciou ainda muita inexperiência no processo defensivo, podia e devia ter evitado o golo do empate do Porto, permitiu a bola que vinha na sua direcção correr, quando devia ter atacado o espaço.
VLADAN KOVACEVIC - 2 - Os adeptos sportinguistas já mostram alguma impaciência na espera do dia que o bósnio os convença que é de facto um guarda redes de nível para a baliza do campeão. Deixar entrar uma bola no meio da baliza e com todo aquele seu tamanho de gigante...e logo o golo que ditou a derrota, quando já tocavam todas as sirenes de alarme na equipa a avisar que não havia mais margem para falhas.
EDUARDO QUARESMA - 3 - Dos mais lutadores e sempre inconformado numa entrega sem tréguas, um leão que se sentiu ferido com a reviravolta azul e quis ripostar, mas os seus índices físicos ainda estão longe do seu melhor e ficou-se pelas intençôes.
ZENO DEBAST - 1 - Uma desilusão, 2 falhas gravíssimas em zona proibida, uma deu golo e a outra sacou a respiração a todos no estádio. Muito cru ainda na leitura dos espaços e no timing de largar a bola, o Diomande está uns bons patamares acima. O jovem belga se quer fazer vida no Sporting terá rapidamente que aprender muito depressa muitas coisas. Jogou como um amador e tremeu na hora do aperto.
GONÇALO INÁCIO - 3 - Um golazo em mais um cabezazo que é a sua grande marca e esteve perto de bisar da mesma forma. Chegou mais tarde ao grupo após as férias e está naturalmente fora do ritmo e com os índices físicos baixos, afundou-se na segunda parte.
GENY CATAMO - 2.5 - Exibição muito inconsistente, deixou-se cair na armadilha do adversário que procurou sempre o contacto físico excessivo e acabou muito castigado e desgastado, sem forças e discernimento para finalizar da melhor forma os vários bons lances que ensaiou.
MORTEN HJULMAND (Cap) - 3 - Demorou cinco escassos minutos iniciais a pegar no jogo e a entrar na mesma frequência do adversário, impondo com naturalidade a sua lei do desarme e grande antecipação varrendo todo o meio campo, mas o físico traiu-o e caiu abruptamente, perdendo todo aquele seu fulgor nórdico na segunda parte.
HIDEMASA MORITA - 3 - Prometeu muito na primeira parte, mas aquela tarefa ingrata e árdua de dobrar o seu colega dinamarquês e ainda correr a bom correr para equilibrar nas várias falhas dos colegas da linha defensiva, foram dando cabo dele e as suas pilhas esgotaram-se antes do tempo previsto, esvaziando-se.
FRANCISCO TRINCÃO - 1 - Inesperadamente não esteve em jogo, é obra ter conseguido passar ao lado dele, mesmo na melhor fase da equipa quando chegaram aos 3-0. Esperava-se muito mais de quem mostrou nos jogos da pré-época estar em melhor forma de todos. Foi um eclipse quase total.
PEDRO GONÇALVES - 3 - Uma exibição intermitente mas que esteve ao nível dos que se apresentaram melhor, fez o 2-0 mostrando boa oportunidade e "llegada", numa boa leitura ao lance protagonizado pelo Gyokeres e esteve à beira de bisar.
VIKTOR GYOKERES - 3 - Podia ter sido o destaque, teve entrada arrasadora com duas assistências de grande nível que acabaram em golo. Mas ainda está longe do que pode e sabe fazer, fisicamente foi caindo e tornou-se com o decorrer do jogo numa presa fácil nas lutas individuais a que raramente conseguiu ganhar espaços.
MARCUS EDWARDS - 1 - As substituições na equipa chegaram muito tardias e não resultaram de todo, muito ao contrário das do adversário, o que explica o bloqueio mental de toda a equipa durante o prolongamento, sem ideias de construir verdadeiros lances de perigo. O inglês nunca conseguiu agigantar-se nos lances, mostrando dificuldades na leitura do que o jogo lhe pedia.
DANIEL BRAGANÇA - 1 - Nada acrescentou à equipa, tentou na fase do tudo por tudo um disparo de fora da área que saiu muito ao lado e mais nada se viu.
OUSMANE DIOMANDE - 2.5 - Ficou a clara ideia que devia ter sido ele o titular na vez do jovem belga, e também fica difícil de entender porque só entrou aos 90'.
IVÁN FRESNEDA - 2 - Não pode ser acusado de não ter tentado e insistido em ganhar a profundidade para cruzar, em esforço cruzou algumas vezes mas caíram sempre nos pés do adversário, notou-se a natural falta de ritmo de jogo, atrapalhando-se com a bola em vários lances, na ânsia de querer fazer bem e depressa.
MATEUS FERNANDES - 1 - Surpreendeu a sua entrada no jogo tão tardiamente, aos 101' e quando a equipa já tinha sido ultrapassada no marcador. O estado anímico dos colegas estava em queda e a perder os seus processos de jogo, não conseguiu por isso ajudar a alterar a situação, perdendo-se também ele naquele futebol inconsequente do empurrar a bola para a frente de qualquer forma.
RODRIGO RIBEIRO - 1 - Vimo-lo tocar uma vez na bola, num canto a favor na área do Porto, dando de calcanhar para... um adversário.
RÚBEN AMORIM - 1 - Teve que engolir uma grande lição que o jogo lhe deu, ficou a saber e a perceber que afinal ainda lhe faltam muitas coisas como treinador. Uma vantagem de 3 golos com um domínio quase absoluto sobre o adversário e depois acontecer toda aquela auto destruição que acabou num suicídio colectivo, vai ter que meditar, reflectir no que aconteceu e porque aconteceu, a forma como se deixou escapar um troféu ja na entrada do bolso. Só teve um responsável, o treinador. Fica o positivo ser o primeiro jogo da época, ainda muito a tempo de corrigir erros, temos o exemplo da época passada com a vitória e festa do Benfica na mesma Supertaça e depois ganhou bola no resto da época.
VITOR BRUNO - 5 - Grande mérito na reviravolta da sua equipa, pelo seu discurso aos seus jogadores no intervalo na cabina. Fé-los a todos descerem à terra e terem que fazer pela vida, obrigou-os a mostrarem os dentes na segunda parte e a irem com tudo para cima dos jogadores do Sporting, passa a bola não passa o jogador e assim fizeram, todos cumpriram à risca e tiveram o prémio com uma reviravolta épica, que ficará bem ilustrada na história do clube azul e branco.
JOÃO PINHEIRO (Árbitro) - 2 - Actuação plena de erros na interpretação das faltas e que piorou bastante com as inúmeras compensações de que fez lei. Às tantas pareceu mais uma das suas arbitragens inteligentes em que prejudica e beneficia os mesmos de sempre e sem dar muito nas vistas.
TIAGO MARTINS (VAR) - 3 - Sem casos para intervenção, salva-se na nota positiva só porque não estragou, para fazer valer os seus habituais protagonismos.
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