Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Após a goleada infligida pelo Sporting CP no dérbi (38-22), o treinador do Benfica, Jota González, insinuou haver uma espécie de conspiração contra a sua equipa, mas não acusou ninguém:
"Creio que existiram muitos factores, mas, logicamente, perdemos merecidamente. Com outras possibilidades podíamos ter ganhado aqui. Sabemos como está montada a Liga, como estão preparadas as coisas e assim é impossível. Creio que foi muito claro o que ocorreu aqui, o que está ocorrendo ultimamente é muito evidente. A partir daí começaram as más notícias, falhámos muitos lances claros no princípio durante a primeira parte. Jogámos muito bem no ataque e na defesa. Cometemos algumas faltas no ataque, na zona central, quando tentámos recuperar a bola em contra-ataque. Falhámos muito no ataque. Não tivemos sorte com os ressaltos, essas segundas bolas. Na segunda parte estávamos muito desiludidos e desmoralizados. Conseguimos situações claras de sete contra seis, mas, quando falhas os lances, isso marca a diferença. Eles, cada vez que rematavam, marcavam, e nós falhámos muitíssimo. Repetiu-se um pouco a história da Supertaça".
Uma no cravo e outra na ferradura... É preciso ter muito lata para se queixar não se sabe bem do quê - "Perdemos merecidamente" mas... "Sabemos como está montada a Liga, como estão preparadas as coisas e assim é impossível. Creio que foi muito claro o que ocorreu aqui, o que está ocorrendo ultimamente é muito evidente ". - depois da tareia esmagadora infligida pelo Sporting CP.
E ainda... considerando que o Benfica beneficiou de 6 livres de 7 metros, enquanto o Sporting só teve 3, o Sporting teve 6 castigos de 2 minutos, enquanto o Benfica teve apenas 1 e um vermelho, o Sporting efectuou 54 remates, o Benfica apenas 40.
Não por mera coincidência, os encarnados perderam pela mesma diferença do jogo da Supertaça (37-21).
ADN do Benfica bem em evidência!
Algumas considerações de Pako Ayestarán, treinador do Tondela, sobre o Sporting, seu adversário deste sábado, em jogo da 23.ª jornada da Liga NOS:
“Vamos procurar e tratar de ser a primeira equipa que será capaz de ganhar um jogo ao Sporting, mas a estatística está aí, com 18 vitórias e quatro empates, e sabemos que é muito difícil”.
"O Tondela tem de estar perfeito, tem de ser muito agressivo no jogo e ser muito intenso e esperar que o Sporting não esteja no seu máximo nível. Em todos os jogos há uma oportunidade e neste também, e só espero estar ao nível de aproveitar a oportunidade”.
“O Sporting é uma equipa que defende melhor do que nós, ataca melhor do que nós, tem melhor transição do que nós, concede menos ocasiões do que nós. É capaz de fazer mais de 10 remates à baliza, os outros fazem uma média de seis. Com isso digo tudo".
"Rúben Amorim já demonstrou que é bem capaz de obter o máximo rendimento de uma equipa como o Sporting que, não sendo o melhor plantel da nossa Liga, está a obter um rendimento excepcional”.
Até se admite que o cavalheiro está a ser sincero, não há razão alguma para duvidar, mas não obstante essa sinceridade, não creio que Rúben Amorim e a equipa leonina se deixem adormecer com os elogios.
Em recém-entrevista ao Canal 11, Frederico Varandas confirmou o regresso da equipa B do Sporting já na próxima temporada. Na sequência desse mesmo tema, o presidente leonino referiu João Pereira, actualmente ao serviço dos turcos do Trabzonspor, mencionando que este terá futuro como treinador.
Questionado sobre este assunto, João Pereira admitiu sentir-se "contente por Varandas falar" nele, mas garantiu que não há qualquer tipo de conversação sobre a possibilidade de deixar o futebol para regressar ao Sporting noutras funções, para já:
"Mandaram-me o vídeo e penso que ele disse isso porque no Sporting CP conversávamos muito e ele deve ter percebido que poderia abraçar a carreira de treinador. É claro que fico orgulhoso, por ser a pessoa que é a referir-se a mim".
Além disso, o lateral que jogou de leão ao peito de 2009 a 2012 e novamente entre 2015 e 2016, ainda comentou a contratação de Rúben Amorim:
"Uma excelente aposta do Sporting, um treinador ambicioso que mostrou já excelente trabalho. Na minha opinião, fizeram muto bem em contratá-lo. Vai provar todo o seu valor também no Sporting, vai mostrar a quem lhe apontou o dedo pela questão da falta do IV nível."
Actualmente com 36 anos, João Pereira salientou que ainda não decidiu como vai ser a sua carreira depois do término desta temporada.
Mais uma vez, Paulo Freitas está nomeado pelo site HockeyPatines.com para a eleição do melhor treinador de hóquei em patins do ano. Os Sportinguistas podem votar no líder da equipa técnica leonina aqui.
Campeão Nacional em 2018, Paulo Freitas junta-se a nomes de peso da modalidade. A votação popular termina a 30 de Dezembro de 2018 e vale 50% dos resultados finais, enquanto a restante metade está destinada a um painel de jornalistas seleccionado pelo próprio site.
Confira todos os nomeados: Edu Castro, Ruben Muñoz, Guillem Cabestany, Alejandro Dominguez, Albert Folguera, Paulo Freitas, Nuno Resende, Jordi Boada, Ariel Moreno, Ricard Ares, Fabien Savreux, Miguel Beldruno, Jordi Capdevila, Francesc Linares, Arnau Casanovas, Celine Ducourtioux, Paulo Almeida, Nuno Domingues, Marc Oller, Pere Varias, Pedro Nunes, Quim Puigvert, Dario Giuliani, Juan Copa y Enrico Mariotti.
DEVEMOS APOIAR OS NOSSOS!... Leva 5 segundos para votar.
... E quem decifrou o grande mistério foi o nosso leitor Carlos N.T.. Parabéns !
Phillip Cocu, de 48 anos, depois de uma brilhante carreira como jogador, que incluiu cinco épocas no Barcelona, começou a treinar como adjunto na selecção holandesa, para depois assumir o leme do PSV Eindhoven onde permaneceu durante cinco épocas e conquistou o título holandês três vezes, entre outras honras.
Assinou pelo clube turco Fenerbahçe no dia 28 de Julho de 2018 e foi despedido no dia 28 de Outubro. Cerca de quatro meses e 15 jogos muito pouco conseguidos, que resultaram na sua saída precoce.
A sua situação contratual não é muito clara, dado que tinha um vínculo válido por três anos e, oficialmente, aparenta ainda não ter sido anulado.
Muito indica que é precisamente a esse cenário que Frederico Varandas fez referência, ao afirmar que "falta a rescisão do clube".
Confirmando-se e apesar do fracasso na Turquia, é uma excelente escolha para liderar o Sporting.
Bem... a decisão foi tomada, José Peseiro 'is no more', mas além dos mil e um rumores na praça, continuamos sem saber quem vai assumir o leme da equipa principal.
Se a "chicotada" foi antecipada, algo falhou, porque o Sporting tem pela frente dois dificílimos jogos - Santa Clara nos Açores e Arsenal em Londres - e, pelos vistos, terá de ser o até recente treinador dos juniores a comandar a equipa.
Numa nota informativa no site oficial, a SAD revela que Tiago Fernandes vai assumir o cargo de treinador interino, Nélson Pereira regressa como treinador de guarda-redes e Ricardo Dionísio será o preparador físico.
Entretanto, Frederico Varandas e Hugo Viana, acompanhados pelo advogado João Lobão, deslocaram-se esta sexta-feira a Amesterdão, presumivelmente para negociar o novo treinador. Servirá de confirmação que o próximo Mister é estrangeiro e vem à mente o nome do holandês Peter Bosz, ex-treinador do Ajax e Borussia Dortmund, e ainda Frank de Boer, ex-Ajax e Inter.
Em conversa com um amigo sportinguista que desejava saber a minha opinião sobre estes acontecimentos, acabei por concluir que 'lamento, sobretudo, que de uma forma ou outra o nosso Clube está constantemente envolvido numa qualquer embrulhada e duvido muito que vá ficar por aqui'.
Adenda: O presidente foi questionado sobre o novo treinador à partida para os Açores, e esta foi a sua resposta: "Temos de acertar com o clube onde o treinador ainda está a trabalhar".
Sendo assim, elimina os nomes que refiro no texto, dado que esses treinadores não estão empregados nesta altura.
A não ser que surja algum imprevisto de última hora, em que o futebol é, aliás, fértil, está encontrado o novo treinador do Sporting. Escolha pessoal de Frederico Varandas, esta incidiu sobre o italiano Cesare Prandelli.
Longe, muito longe, aliás, de ser um incontestável, Prandelli foi treinador com êxito muito moderado. Actualmente sem clube, o italiano assumiu após o Mundial de 2010 o comando da Selecção de Itália, de que se demitiu em 2014 após os transalpinos não conseguirem obter a classificação para o Mundial.
Em 7 de Julho de 2014 foi contratado por duas temporadas pelos turcos do Galatasaray, mas teve carreira de pouca duração já que foi demitido do cargo após péssimos resultados.
Em 28 de Setembro de 2016, assinou com o clube espanhol Valência, mas três meses depois pediu a demissão do cargo após mais uma série negra de resultados.
Vai precisar de sorte, de muita sorte, para poder triunfar no Sporting.
Aguardemos a confirmação oficial. Ou o desmentido.
Pedro Madeira Rodrigues, candidato à presidência do Sporting, já tem treinador para suceder a Jorge Jesus caso vença as eleições no dia 4 e, segundo recém-reportagens, vai revelá-lo esta terça-feira, às 12.30:
«É um treinador europeu, a nossa primeira escolha. Vai trazer muitas alegrias aos sportinguistas, um nome fortíssimo e que já está a começar a colaborar comigo e com Laszlo Bölöni. Estes não conseguiram ser campeões em quatro anos, apesar de muitas promessas e investimentos milionários. Nós vamos conseguir».
Além disto, João Alvim, director de campanha da lista "A", enviou esta segunda-feira uma carta à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a pedir àquele organismo que notifique o Sporting para revelar qual o nome do investidor "que irá subscrever, ou que já subscreveu, o aumento de capital", assim como quem são os "beneficiários últimos (UBO) da entidade que irá subscrever, ou que já subscreveu" o referido aumento de capital social, no valor de 18 milhões de euros.
Nota: Circulam rumores que o treinador será Juande Ramos, espanhol de 62 anos, que já orientou um bom número de clubes, inclusive, por uma época, o Real Madrid. Valência, Sevilha, Tottenham e CSKA Moscovo são alguns dos outros emblemas. O seu último clube foi o Málaga, do qual se demitiu em Dezembro 2016. No seu palmarés, duas Ligas Europa, uma Supertaça Europeia e uma Taça do Rei.
Beto, antigo capitão do Sporting, que neste momento oritenta os juniores do Cova da Piedade, em recém-entrevista, comentou o momento actual da equipa leonina e confessou a sua ambição de um dia poder treinar o clube do seu coração:
«Tenho essa ambição e vou trabalhar para isso, mas passo a passo - tenho muito a evoluir. Quanto ao Sporting... se já o queria representar enquanto atleta e consegui, seria cínico dizer agora que, enquanto treinador, não tenho essa mesma ambição. Claro que um dia gostaria de treinar o meu clube, mas não posso ter isso como ponto de partida, mas sim de chegada. A minha ambição existe, mas é controlada.
Com a derrota no Dragão ficou tudo muito mais complicado para o Sporting. O primeiro lugar... enfim, temos de ter consciência da dificuldade maior, mas há que continuar a dar o máximo, como sempre, para atingir o maior número possível de pontos. Desistir é que nunca: um leão não desiste do título e muito menos assim, com muita Liga ainda para disputar».
Fernando Santos é um dos três treinadores finalistas para o prémio FIFA de melhor treinador de 2016.O seleccionador nacional, que levou Portugal ao inédito título europeu em França, concorre com Zinedine Zidane, que venceu a Liga dos Campeões pelo Real Madrid, e Claudio Ranieri, autor de uma proeza inacreditável: campeão inglês pelo modesto Leicester.
A gala da FIFA está marcada para o dia 9 de Janeiro em Zurique, Suíça. Para a eleição são ponderados, em igual peso, os votos de capitães e selecionadores de equipas nacionais, jornalistas e votos de adeptos no site do organismo que tutela o futebol a nível internacional.
O prémio FIFA para o melhor treinador do ano é atribuído desde 2010. José Mourinho foi o primeiro técnico distinguido, tendo sido terceiro e segundo classificado, respectivamente, nos dois anos seguintes.
Lista de vencedores: 2010: José Mourinho (Inter) - 2011: Pep Guardiola (Barcelona) - 2012: Vicente del Bosque (Espanha) - 2013: Jupp Heynckes (Bayern Munique) - 2014: Joachim Low (Alemanha) - 2015: Luís Enrique (Barcelona)
Nunca concordei com seleccionadores e treinadores de clubes serem avaliados pelos mesmos critérios dado que considero que são cargos distintos, com desempenhos igualmente incomparáveis. Mas sendo este o formato, acho que seria mais uma grande honra para Portugal e para o futebol português Fernando Santos ser o vencedor. Creio que a concorrência não virá de Zidane mas sim de Claudio Ranieri, pela histórica conquista do título da English Premier League ao leme do Leicester, um feito tão inesperado como Portugal ser Campeão Europeu.
Encontrei esta história casualmente e senti-me motivado a ler pela manchete invulgar que acompanhava o testo. Achei muita piada por me fazer lembrar um episódio semelhante em que participei, enquanto activo no futebol.
Há muitas tácticas para motivar uma equipa de futebol antes de um jogo importante. Mas Joaquín Caparrós foi mais longe e decidiu utilizar uma estratégia no mínimo... improvável. Foi em 2012/13, quando o espanhol orientava o Maiorca que, à entrada para a 16ª jornada, estava apenas um lugar acima da zona segura da tabela. Com o Athletic Bilbao de visita, Caparrós decidiu mostrar, durante a palestra, um filme pornográfico. Isso mesmo, não leu mal. Quem o conta é Anderson Conceição, defesa brasileiro que representava o Maiorca na altura.
Há uns bons anos atrás, era eu vice-presidente de uma Liga de futebol profissional, pela ocasião da final da Taça da Liga, encontrava-me no estádio para assistir ao jogo quando fui abordado pelo presidente de um dos clubes finalistas, convidando-me para ir ao balneário da sua equipa, alegando que iria haver uma breve cerimónia. Estranhei o convite, mas como ainda faltava mais de uma hora para o início da partida, acedi.
Os jogadores preparavam-se para fazer o aquecimento usual e, inesperadamente, entra uma enfermeira no balneário. Não estranhei a sua presença, porque cada clube tem os seus próprios métodos de organização. Conversava eu com o dito presidente, quando, de repente, começa-se a ouvir uma música muito sedutora (nem sei se é esse o termo mais correcto), a referida "enfermeira" apresenta-se na zona central do balneário e começa a fazer "striptease". A ideia, segundo me foi participado, era de descontrair os jogadores. Cada um ao seu...
Não duvido, portanto, que a história do então treinador do Maiorca seja verdadeira.
O "blackout" decretado pelo presidente do Sporting chegou ao seu termo, de acordo com o anúncio feito pelo próprio, este sábado, em conferência de imprensa:
«Face ao enorme ruído que existia em torno da vida interna da nossa instituição, foi necessário manter uma fase de maior reserva, momento esse aproveitado para uma reflexão intensa e sem interferência do exterior, mas com a necessária capacidade de pensar, reorganizar e agir. Foi isso que fizemos e esse momento está ultrapassado, assim como as restrições à Comunicação Social.»
Pela total inutilidade do "blackout", em termos práticos, não sinto dúvida alguma - sem sarcasmo - que o "momento de reflexão intensa" e a "capacidade de pensar, reorganizar e agir", refere única e exclusivamente à pessoa do presidente, já que nunca se viu no "olho do furacão" mediático outro dirigente do Sporting, que não Bruno de Carvalho.
Ainda aproveitou o ensejo para "esclarecer" outras questões da vida do Clube:
«o treinador Marco Silva nunca foi despedido, foi mesmo com grande espanto que tomámos conhecimento das inúmeras notícias que foram dando eco a essa situação. Tudo isso motivou que, a certa altura, se tivesse vivido momento de tensão, mais do que se dizia do que se dizia do que se vivia realmente no dia-a-dia do clube. Marco Silva tem contrato até ao final da época 2018/19 e é um excelente treinador, jovem, que vive a primeira experiência num clube com a dimensão do Sporting. Foram essas características que me levaram fazer uma aposta e que me fazem mantê-lo para um futuro largo, com a mesma convicção inicial que juntos iremos dar muitas alegrias aos sportinguistas.»
Teria sido melhor Bruno de Carvalho não revisitar este polémico assunto, porque se é verdade que Marco Silva nunca chegou a ser demitido, é igualmente facto que era essa a intenção do presidente, entretanto repensada, face à oposição, interna e externa, que o confrontou na altura. Podemos interpretar esta sua declaração de hoje como um voto de confiança ao treinador e esperamos, muito sinceramente, que não venham a surgir outras incidências num futuro próximo a alterar esta disposição.
E ainda abordou o "caso" José Eduardo:
«Não mandatei ninguém para qualquer assunto relacionado com o treinador. Os sportinguistas já me conhecem e sabem que digo sempre o que tenho para dizer, com frontalidade e sem necessitar de intermediários. Querer alimentar um suposto episódio onde pedi a José Eduardo para atacar o treinador do Sporting não faz sentido algum.
Como é público, o José Eduardo já percebeu e reconheceu que se excedeu. As várias intervenções que fez fizeram muitos sportinguistas pensar que o mesmo estaria escudado em mim. mas tal não corresponde de todo à realidade. Quem nas suas intervenções atinja a difamação infame, terá naturalmente de responder na justiça, pois vivemos, numa sociedade democrática.»
Compreendo Bruno de Carvalho sentir a necessidade de abordar esta controvérsia, mas, na realidade, tinha sido melhor evitada, para ele não ter que fugir à verdade. Esta temática já foi extensivamente debatida aqui no Camarote Leonino e não valerá a pena revisitar todos os detalhes do episódio, ou melhor, dos múltiplos episódios que foram obra do "Zé dos Tachos".
Durante este período de "blackout" houve pessoas próximas do presidente que tiveram acesso a informações do foro interno e, à conveniência, não hesitaram na sua divulgação pública. Sabemos bem quem são elas, inclusive José Eduardo. Se Bruno de Carvalho não as considera "intermediários", teremos de recorrer ao dicionário da língua de Camões para encontrar um sinónimo que melhor descreva as suas acções.
Gostei especialmente da frase "os sportinguistas já me conhecem bem e sabem que digo sempre o que tenho para dizer...". Esta condição é discutível, mas mesmo aceitando-a, há uma enorme distinção entre "dizer tudo o que tem para dizer" e dizer apenas e tão só a verdade.
Não duvido, minimamente, que estas suas declarações agradaram a alguns sócios e adeptos e serão defendidas, com todo o vigor, pelos seus mais fiéis apoiantes que acreditam, incondicionalmente, em tudo o que Bruno de Carvalho diz e faz. Mas também temos outros sportinguistas, como é o meu caso, que sentem enorme dificuldade em aceitar, sem discussão, determinadas considerações, especialmente as que contraditam os factos de registo.
Não concordei com a eleição de Vicente del Bosque como o Melhor Treinador do Mundo em 2012 e não posso concordar agora com a escolha de Joachim Low para a mesma distinção, relativamente a 2014.
Ambos são seleccionadores nacionais, uma função totalmente distinta da de treinador de clube, e não vejo a que critérios se pode recorrer para fazer uma avaliação justa e objectiva. É por de mais óbvio que a eleição é assente apenas e tão só na conquista do título Mundial, ignorando quem terá realizado maiores feitos como treinador de clube, disputando competições que perduram praticamente um ano inteiro.
Não sou fã de Diego Simeone, mas considerando que na liderança do Atlético de Madrid conseguiu conquistar o campeonato espanhol - deixando pelo caminho os poderosos Real Madrid e Barcelona - e, ainda, chegar à final da Liga dos Campeões, sinto que é uma grande injustiça a Bola de Ouro não ter sido entregue a ele.
O título do post é a manchete de hoje no jornal "A Bola", em uma reportagem da autoria de Hugo Forte, em que descreve o que decorreu na reunião entre Bruno de Carvalho e Marco Silva. Como ele teve acesso a esta informação está no segredo dos "Deuses", mas, confirmando-se a genuinidade da mesma, torna-se por de mais evidente que alguém presente na dita reunião "soprou" essa informação para a praça pública.
Em síntese, eis as questões principais que são reportadas pelo jornalista:
- A reunião teve lugar no sábado, dia 3 do corrente, pelas 13h00, na Academia de Alcochete;
- A iniciativa da reunião partiu de Bruno de Carvalho;
- A reunião não durou mais de meia hora;
- Marco Silva anuiu ao encontro, pois também teve consciência de que protelar a situação de guerra fria entre presidente e treinador era insustentável;
- Bruno de Carvalho ouviu diversas sensibilidades e quase todas se mostraram contrárias ao despedimento de Marco Silva;
- A resolução de Bruno de Carvalho para despedir o treinador foi tomada no dia 26 de Dezembro, quatro dias depois da outra reunião entre as partes;
- Nessa outra reunião, Bruno de Carvalho exigiu que Marco Silva se retratasse das palavras por ele proferidas após o jogo com o Nacional;
- Na reunião deste sábado, Marco Silva tentou esclarecer as questões que se levantaram na sequência das declarações públicas e nos escritos de José Eduardo;
- Marco Silva ainda mais tentou esclarecer a não existência de qualquer declaração de repúdio, por parte do Conselho de Administração da SAD;
- Não houve tempo para a abordagem de muitas questões, inclusive da questão de reforços em Janeiro;
- Marco Silva gostava de ver reforçado o centro da defesa com um jogador experiente e também não veria com maus olhos a aquisição de mais um jogador para o centro de ataque, uma vez que vai perder Slimani nos próximos tempos;
- Em resumo, posições foram clarificadas, sempre no pressuposto que os interesses do Sporting estavam acima de qualquer ego.
Bem... meia hora não dá para muita coisa mas, pelos vistos, foi o suficiente para "selar a paz", pelo menos no imediato. O jornalista refere que Marco Silva anuiu ao encontro de sábado com o objectivo de resolver o diferendo entre as partes. Enquanto estes sentimentos são perfeitamente lógicos e sensatos, teria sempre de anuir a uma reunião convocada pelo presidente, em representação da entidade patronal.
De resto, pela informação disponibilizada, pouco mais pode ser apurado neste momento, além, evidentemente, da mensagem do presidente desse mesmo dia.
Não era de esperar que a alegada "ameaça presidencial" sofresse uma "morte" súbita, por conseguinte, não surpreende verificar que continua a ser o prato do dia para a comunicação social desportiva cá do burgo, embora, porventura, de forma mais branda e velada.
No processo de rever as manchetes noticiosas matinais, como é meu hábito, verifico que há ainda quem insista que a estrutura leonina - ou seja, Bruno de Carvalho - chegou mesmo a tomar medidas no sentido de avançar com processos disciplinares a Nani, Rui Patrício e Jefferson, os três jogadores que "ousaram" comentar as críticas do presidente após o desaire em Guimarães.
Que o processo não tenha desenvolvido, segundo a Imprensa, deve-se apenas e tão só a reflexão por parte do presidente, assente no receio que uma acção desta natureza viesse a provocar consequências mais nefastas no grupo.
Não obstante o clima nebuloso provocado pelo infeliz uso do Facebook pelo presidente - além dos dois últimos menos agradáveis resultados em jogos da I Liga - existem fortes indicações de que o grupo está totalmente com Marco Silva e acredita na sua liderança. O comentário do treinador no sentido que os problemas da equipa são para resolver dentro das quatro paredes do balneário, é entendido globalmente como a forma ideal de encarar as responsabilidades e solidificar o colectivo.
Marco Silva tem vindo a ganhar o respeito dos jogadores, desde o primeiro dia, de forma gradual e sustentada, através de uma relação assente primordialmente na confiança e na lealdade do seu discurso. Ainda bem que assim é e esperamos que os jogadores saibam responder com performances em conformidade com as exigências do Clube e das competições entre mãos.
Como sempre, visto da bancada pelos "treinadores" que ali ocupam lugar, é fácil opinar sobre o estado da equipa e até adiantar sugestões. Muitíssimo mais complicado é o tomar de decisões por quem assume essa responsabilidade como parte integral da sua função, nomeadamente o real treinador, neste caso concreto, Marco Silva.
Mesmo sob esta incontornável consideração, creio que é evidente algo não vai bem com a equipa do Sporting nesta fase inicial da nova campanha e, indica o bom senso, que compete a esse treinador efectuar as modificações necessárias, partindo do princípio que são possíveis, para assegurar um maior e sobretudo melhor desempenho da equipa.
Não me vou dar à repetição da minha usual tese sobre a formação táctica - embora creia que pode aí residir parte da solução - mas é claro que esta equipa necessita de reaprender a ser mais eficaz em todos os seus sectores e, acima de tudo, a acreditar no golo. Mesmo acreditando - como eu acredito - que outra fatia do problema recai sobre a (falta de) qualidade das contratações - porventura até a mais acentuada - temos o plantel que temos e este terá forçosamente de dar mais rendimento, especialmente diante equipas perfeitamente ao alcance, como foram os primeiros jogos da Liga frente à Académica, Arouca e Belenenses.
Indicam as estatísticas que o Sporting fez 72 remates nas primeiras quatro jornadas do campeonato, uma média de 18 por jogo, o que havendo qualidade nesses remates daria para marcar muito mais do que os 4 golos de registo: Académica (11) - Arouca (18) - Benfica (15) - Belenenses (28). O problema é precisamente que desse número, apenas 24, um terço portanto, é que foram à baliza e com alguma medida de perigo para o guarda-redes adversário.
Surgiu um leitor em comentário ao post pós-Belenenses, a indicar que, entre outras coisas, não há "confiança na hora de meter a bola lá dentro". Até poderá ter alguma razão, mas não creio que explica tudo. Dando o caso de Slimani como exemplo, duvido que apenas mais confiança seja suficiente para ele executar melhor com os pés, longe de ser a sua característica mais forte. Não temos rematadores de qualidade no meio-campo: William Carvalho, Adrien Silva e André Martins. Salvo os rasgos em diagonal por Carrillo e Nani, não temos criatividade e penetração pelo corredor central que permita não só os indispensáveis desequilíbrios como também a muito desejada finalização. E, como sempre, abusamos da condução do jogo pelos flancos, especialmente se considerarmos a ineficácia do mesmo, como ficou bem ilustrado neste último jogo contra o Belenenses.
Se Marco Silva não tem intenções algumas de modificar o sistema de jogo - muito improvável - terá de mexer no seu até aqui preferido onze. O regresso de Cédric Soares dará uma outra dimensão às manobras ofensivas - isto, sem querer criticar o bom desempenho de Ricardo Esgaio. Algo terá de ser decidido sobre André Martins: como disse o acima referido leitor, e bem, "esconde-se do jogo e não brilha". A alternativa aparente é Carlos Mané. Ainda não foi possível determinar, esclarecidamente, a qualidade de Slavchev e Ryan Gauld simplesmente não é opção para o treinador.
Ninguém anda sob a ilusão que a solução absoluta recai sobre Junya Tanaka, mas o que se torna bem claro é que não podemos contar com Fredy Montero, pelo menos como ponta de lança. Seja qual for o seu problema, não há razão alguma para optimismo, pelo andar das coisas.
Veremos o que vai acontecer na Eslovénia, mais uma vez diante uma equipa perfeitamente ao nosso alcance. Não pretendo de forma alguma exercer qualquer tipo de pressão sobre Marco Silva, além da que ele já sentirá, por natureza, mas sei de fonte interna cem por cento fidedigna - repito, cem por cento fidedigna - que após o jogo do Belenenses Bruno de Carvalho afirmou (palavras para o efeito) "ou as coisas mudam ou não vai cá estar muito tempo". Se fez esta afirmação com convicção ou pela frustração sentida no momento, não posso garantir, mas foi essa a sua expressão.
Aconteceu com José Mota, poderia ter acontecido com qualquer outro treinador - como aliás já aconteceu com muitos - mas para o caso até nem interessa. Há longo que me intriga - por falta de termo mais adequado - a mentalidade operacional e desportiva de clubes de menor capacidade estrutural e financeira, em geral, e do Vitória de Setúbal em particular.
José Mota é um técnico muito experiente e, na opinião de alguns, deveras competente. Curiosamente, um grande amigo meu - devoto adepto benfiquista - detesta Jorge Jesus e um dos treinadores que ele gostaria de ver orientar o seu clube é precisamente o técnico que foi ontem demitido do clube do Bonfim.
A contenda que me afronta, já há muito, é não compreender o que um clube como o Vitória de Setúbal pretende realizar e provar a mudar de treinador ao mais pequeno sinal de instabilidade de resultados, ignorando que simplesmente não tem condições, à raiz, para muito mais. Entre 2000 com Rui Águas até o momento actual, já passou por 20 treinadores e as únicas realizações de relevo nestas 13 épocas são a conquista da Taça de Portugal em 2005 e a Taça da Liga em 2008. De 2004/05 - pelo seu regresso à I Liga - até à época finda, alcançou uma vez o 6.º lugar com 45 pontos e em uma outra ocasião o 8.º lugar com 46 pontos. As restantes sete épocas registam todas classificações entre o 10.º e o 14.º lugares, contabilizando entre 24 a 30 pontos. Neste mesmo período apenas dois treinadores se mantiveram mais do que uma época e nenhum duas épocas completas consecutivas.
Neste momento o Vitória de Setúbal encontra-se empatado com o Olhanense e a Académica em 13,º lugar com 5 pontos, resultante de uma vitória, 2 empates e 4 derrotas. Vejamos os jogos: duas das derrotas foram com o Sporting em Alvalade e pela visita do FC Porto - nada de invulgar aqui; outra foi pela visita ao Rio Ave, equipa do seu campeonato onde qualquer resultado é possível; e a única que talvez seja discutível, embora também não espectacular, foi a recepção ao Marítimo por 2-4. Os dois empates foram repartidos, em casa frente ao Gil Vicente e fora frente ao Paços de Ferreira, também aqui nada bombástico. Não sem muita surpresa, a única vitória, e por 4-1, surgiu pela visita ao Vitória de Guimarães, este sim, um resultado espectacular.
Entra agora José Couceiro, que poderá ou não melhorar o estado das coisas, mas qualquer melhora, por inevitável natureza, nunca será mais do que temporária. E quando novos resultados desagradáveis surgirem - e vão surgir quer com Couceiro quer com outro - qual será a solução ? Mudar de treinador novamente... pelos vistos. Algo ilude a minha imaginação no todo deste processo recorrente, ano após ano, época insuficiente após época insuficiente. Todos os treinadores - à excepção de dois ou três notáveis no Mundo - desgastam-se passado algum tempo no mesmo clube, é inevitável. No entanto, no extremo oposto, temos o Vitória de Setúbal - entre outros - que muda de "Mister" com a mesma frequência que muitos mudam de camisa, ignorando que um só homem não conseguirá aquilo que o todo de uma instituição não consegue.
«Eu acho que deve ser dada tranquilidade e tempo aos treinadores para poder fazerem o seu trabalho, também acho que o presidente do Sporting deve ter tempo e tranquilidade para poder fazer o seu trabalho e que deve ficar até ao fim do mandato. (Eu não votei em Godinho Lopes) ».
*** Adepto identificado por «Zé Lagarto».
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.