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Um grande presidente

Naçao Valente, em 09.02.24

Frederico Varandas chegou à presidência do Sporting depois da destituição de Bruno de Carvalho, na qual não teve nenhuma responsabilidade, como têm defendido uns quantos apaniguados do ex-presidente. Resolveu candidatar-se e teve a maioria dos votos em eleições livres, assumindo a presidência com muita contestação e baixas expectativas.

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Encontrou um clube destroçado financeira e desportivamente. Com um plantel de recurso depois da rescisão de alguns dos mais importantes activos e com um ambiente de “cortar à faca”,  provocado pelas “viúvas” do brunismo, com nervos de aço e grande serenidade enfrentou a situação. Cometeu, no início, alguns erros de principiante, mas corrigiu o tiro e sempre debaixo de contestação, encontrou o caminho de recuperação do Sporting.

Bem assessorado na SAD, foi dando passos seguros na consolidação financeira, com os resultados que se conhecem e que levaram o Clube a controlar mais de 80% do capital. Bem aconselhado por Hugo Viana, discreto e pouco referenciado, encetou uma importante reforma desportiva no futebol profissional. A contratação de Rúben Amorim foi uma peça chave nessa reforma. Muito contestada pelo pagamento do elevado preço da cláusula de rescisão e por certas outras razões pueris e até absurdas, provou-se que foi uma decisão com algum risco, mas muito assertiva.

A instituição SCP mudou muito e para melhor. O êxito desportivo com a conquista de um campeonato com uma equipa sem grandes estrelas e de outras provas de menor dimensão, levaram os adeptos a acreditar numa presidência periclitante. A boa gestão de activos desportivos, com recurso a vários valores da formação e com um “scouting” competente, ajudaram a Direcção a combater com firmeza as claques (guarda pretoriana da anterior Direcção) que durante muitos anos andaram a desestabilizar e que pretendiam continuar a desestabilizar.

Lutamos agora de igual para igual com os adversários directos. Uma estrutura desportiva coesa não só gere o presente, mas também prepara o futuro. O presidente Varandas com um perfil discreto, sem demagogia e populismo, age à margem da pantalha comunicativa, com serenidade.

Quando deixar a presidência, porque acredito que Varandas não se queira eternizar no lugar e ainda porque defendo que esses lugares devem ser renovados, ficará na história do Sporting CP como um grande presidente. Em relação à questão dos mandatos, tenho defendido uma revisão de Estatutos, que prevejam um número de mandatos determinado, até porque não gostaria de ver o Sporting CP capturado por ninguém e que como grande instituição devia dar o exemplo, trazendo para o desporto a democracia plena.

Acredito que a maioria dos adeptos apoia o bom trabalho de Varandas e da sua Direcção, mas entendi que devia aqui salientar esse trabalho, que merece reconhecimento.

publicado às 03:04

Rúben Amorim disse que o Sporting perdeu o jogo nos detalhes, analistas falaram de erros estratégicos e falhas individuais e o presidente Varandas considerou o João Pinheiro a assombração dos sportinguistas.

Quando se perde um jogo que podíamos e devíamos ganhar, todas as apreciações têm um pouco de verdade. Os detalhes acontecem quando falhamos golos, quando fazemos passes errados, ou quando um jogador se desconcentra e erra, incluindo o guarda-redes. Erros estratégicos acontecem em qualquer equipa, por culpa de quem dirige ou de quem executa. Os erros evidentes de arbitragem, manhosos ou grosseiros, são os mais arbitrários, porque penalizam os verdadeiros protagonistas.

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Neste jogo em Guimarães, em concreto, dois detalhes causaram a derrota do Sporting porque resultaram em golos: o infeliz desvio de Morita de uma bola que ia na direcção do guarda-redes e uma má abordagem de Adán a um remate do adversário. Há também quem considere que as substituições de Amorim foram responsáveis pela derrota, mas penso ser unânime que o erro de Pinheiro e do VAR, prejudicaram claramente o Sporting.

Sem ser adepto de “calimeirices” quero focar-me neste erro de arbitragem, porque teve influência grave no resultado final do jogo. Se este penálti, inexistente, não tivesse sido marcado, o Sporting entraria a ganhar na segunda parte, com uma estratégia diferente e com outra tranquilidade, até porque o adversário ficaria com menos um jogador. Assim sendo, o homem do apito, beneficiou uma das partes.

Mesmo considerando que errou por má percepção, não existe nenhuma dúvida que o VAR, na posse das imagens, deixou passar o erro. Estas decisões parciais, em jogos equilibrados e num campeonato competitivo, acabam por fazer a diferença. Daí que denunciá-las com veemência seja prioritário.

À margem deste erro crasso, considero que a perda de sete pontos com as cinco melhores equipas, merece reflexão analítica da estrutura do futebol. Se queremos ser campeões, não podemos perder tantos pontos com os adversários mais próximos. E se não controlamos as “assombrações” da arbitragem tem de se controlar a prestação da equipa, do primeiro até ao último minuto, para não haver outras assombrações. Correcções que a equipa técnica e todo o grupo devem fazer. Não chega dizer que jogamos o melhor futebol, é preciso que isso se concretize na conquista de pontos para não acontecer, que em apenas dois jogos, os adversários directos se aproximem, pondo em causa a liderança.

Jogando bem, jogando muito melhor, com total rigor e empenho, conseguimos vencer os adversários e vencer as assombrações, que vão continuar a existir. O campeonato é longo e não está perdido, mas a equipa como está, ou com reforços, não pode ter um segundo de relaxo, se quiser ser campeã. 

Os erros individuais acontecem, mas prefiro salientar a actuação do colectivo. Considero que o lugar mais difícil é o do guarda-redes, que nunca pode falhar, mas quando falha é também porque a equipa terá falhado. Neste sentido, não gosto de “crucificar jogadores” embora admita que o Adán não é o mesmo da época do título, talvez também pela sua idade, mas na verdade não temos melhor no plantel. É um assunto a ser considerado.

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P.S.: Aproveito esta oportunidade para lembrar que ler faz bem e acalma as emoções do futebol. Embora seja suspeito, recomendo a leitura do meu livro “Zé Ninguém – A minha vida não dava um romance”, um retrato do país desde os anos 50, onde muitos se podem rever. Uma boa prenda Natal, à venda nas grandes livrarias online ou na livraria Martins em Lisboa. Também envio pessoalmente por correio. Email : as 3559225@sapo.pt.

publicado às 03:04

Do crime sem castigo à paz podre

Naçao Valente, em 04.06.22

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Na sua habitual participação semanal no programa de debate do CM, a  sportinguista Rita Garcia Pereira puxou dos seus galões de jurista, e explicou com rigor o que aconteceu em relação às escutas do apito dourado.

                "As escutas foram determinadas pelo Ministério Público mas não foram validadas pelo juiz. O processo cai por causa das escutas e, além das escutas, a grande testemunha do Ministério Público era uma senhora que o senhor Pinto da Costa conhecia bem e de perto mas cuja idoneidade não era propriamente a melhor. E foi assim que o processo caiu", afirmou na CMTV.

Quem tem seguido os debates sobre a acusação de corruptor activo, por Varandas,  a Pinto da Costa, através da comunicação social, depara-se com a seguinte situação: a maioria dos comentadores, cartilheiros ou jornaleiros, que vivem à conta do futebol, consideram as declarações de Frederico Varandas despropositadas e fautoras de guerrilhas que deveriam ser evitadas. Os que vão mais longe, acusam Varandas de promotor de violência. Mas será que o que presidente leonino afirmou é uma falsidade? Diz mais RGP.

            "Estive a ouvir coisas porque recordar é viver. Estive a ouvir escutas que são surreais e não são só surreais porque metem meninas. Essa nem é a parte mais surreal. Há outras designadamente pagamentos a árbitros e um dos árbitros a dizer isso. São bem mais surreais. Isto num país a sério o FC Porto não tinha ficado no campeonato".

O que esta afirmação baseada em factos significa, é que o crime existiu e ficou sem castigo. E significa também que o corruptor activo exerceu influência nos meios judiciais, para que interviessem no sentido de alterar o curso legítimo da justiça. O que na minha opinião, que não sou jurista, implica crime de obstrução à justiça por responsáveis da mesma. Mais crimes sem castigo. E Rita conclui:

"O que é que Frederico Varandas disse que não esteja nas escutas? Aquilo não foi dito? Aquilo não aconteceu? Não se pagaram aquelas viagens? Não se levaram aquelas meninas? Nada disto aconteceu? Pinto da Costa não foi passear até à Galiza? É que eu lembro-me perfeitamente de tudo isso. Não estava lá? Não voltou escoltado por uma espécie de guarda de honra? Não assistimos todos a isto? Eu assisti".

Todos nós que estamos de boa fé, independentemente de simpatias clubísticas, temos de admitir que houve indiscutível corrupção e que não foi castigada. E também sabemos que juridicamente este é um processo encerrado. No entanto, isso não invalida que Varandas, enquanto presidente de um clube lesado, não o relembre, e que nós cidadãos não nos indignemos. Esquecer as injustiças dá azo a mais injustiças. O que traz esta discussão ao presente, pergunta  toda a corja?

Ao contrário dos 'opinion makers', notórios defensores hipócritas de uma paz podre no nosso futebol, ainda bem que o presidente Varandas fez renascer o assunto. Pode e deve ser mais um passo no caminho da vital moralização do nosso desporto.

Como na martirizada Ucrânia, não é entregando o território a Putin sem defesa, que se consegue a paz e a justiça, como até defendem alguns. E não nos podemos esquecer que o clube das Antas, com novos processos, continua a actuar à margem da verdade desportiva. Não é por se esconder o lixo que este deixa de existir, hoje e sempre. Não queremos a paz podre. Queremos lutar por um futebol digno. Não temos medo!

NOTA ESPECIAL

E como a nossa vida é feita de pequenos nadas, como diz o poeta, aproveito a boleia para divulgar a minha contribuição para a poesia. Indignações... livro e e-book editado por Poesiafaclube, com página no Facebook. No entanto, para algum eventual interessado, tenho alguns exemplares que posso enviar com assinatura, a um preço especial (10 euros) para  frequentadores do blog. Contacto por Messenger, José Mateus Gonçalves. Obrigado.

publicado às 03:03

O presidente do Sporting, Frederico Varandas, foi pronunciado pelo crime de difamação e terá de ir a julgamento por ter chamado “bandido” a Pinto da Costa, presidente do FC das Antas, numa declaração em que usou outras palavras como “corrupção”, “compadrio” e “esquemas”. Um juiz de instrução do Tribunal Judicial da Comarca do Porto notificou esta sexta-feira os intervenientes. 

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As palavras de Varandas, que remontam a meados de outubro de 2020, foram ditas na sequência de Pinto da Costa ter dito que o agora presidente do Sporting CP beneficiou da invasão a Alcochete para chegar onde chegou. “Deixem-me dizer-vos, e agora falando para todos os sócios, para todos os adeptos do Sporting Clube de Portugal, que eu sei que eles merecem há décadas ouvir isto”, introduziu assim, numa declaração que está toda reflectida no documento do Tribunal.

“Está engasgado, está mesmo encravado nas gargantas de todos os sportinguistas, e eles bem merecem ouvir isto de viva voz. Mas não só os sportinguistas, também todos os portugueses que se levantam bem cedo para ir trabalhar e que tentam triunfar na sua vida, não à custa da corrupção, do compadrio, dos esquemas. Para todos eles: pode ter um grande sentido de humor, pode ser uma pessoa culturalmente acima da média, pode ter um currículo cheio de vitórias, mas um bandido será sempre um bandido”.

E acrescentou: “E um bandido, no final, será sempre recordado como um bandido. E o sr. Pinto da Costa, no dia em que se retirar, ou que for obrigado a retirar-se, prestará um grande serviço ao futebol português e irá contribuir muito para que Portugal cada vez mais tenha uma imagem de país de primeiro mundo”.

Os advogados de Jorge Nuno Pinto da Costa, que visam o crime de difamação, entendem que nos termos usados por Frederico Varandas “formulam-se juízos ofensivos da sua honra e consideração, pois que foram ditas com a finalidade exclusiva de o vexar, humilhar e envergonhar, sendo que tais afirmações ultrapassaram a simples crítica e o legítimo exercício da liberdade de expressão, assumindo contornos de insulto pessoal, totalmente gratuito e injustificado”.

Assente parcialmente num artigo de Hugo Tavares da Silva, em Tribuna Expresso

P.S.: Como é possível ofender a honra de quem não a tem e nem sequer sabe o seu significado?

ADENDA

Já sobre o facto de Pinto da Costa o ter acusado de difamação e ofensas à honra e o caso seguir para julgamento, Frederico Varandas foi taxativo... "Em relação a isso, jamais alguém pretende ofender alguém quando se diz a verdade. Apenas disse a verdade e essa não ofende. Se quiserem trocar a palavra, posso trocar bandido por corruptor activo".

Bem... a verdade, por ser a verdade, pode não ofender, mas incomoda bastante, muito em especial a quem sabe que é... a verdade.

publicado às 03:18

Bom gosto e bom senso

Naçao Valente, em 11.02.21

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O Sporting, contra ventos e marés, e contra as previsões mais optimistas, está em primeiro lugar no campeonato nacional, com algum avanço, e já tem no seu vasto currículo mais um troféu. É tempo de viver o momento com humildade e com a esperança que se prolongue. Mas este não é o tempo de manifestações de superioridade, de euforia e de arrogância. No futebol tudo muda muito rapidamente, e grandes euforias que se vão manifestando aqui e além, deixam-me preocupado, e leva-me a fazer esta reflexão.

Louvável e inteligente tem sido a estratégia comunicacional do nosso treinador, mantendo o seu objectivo exclusivo no jogo a jogo. Muito bem tem estado o presidente, mantendo-se basicamente em silêncio e não fazendo ruído. Tem falado pouco e deixado a mensagem aos protagonistas. Mas anteontem falou e borrou um pouco a pintura. Indo contra a corrente, considero que não esteve bem. Compreendo que pretendesse alertar, enquanto presidente, os adeptos, para não caírem em excessos de euforia, mas não resistiu a dar uma “bicada” nos adversários, com alguma, na minha interpretação, arrogância, mesmo disfarçada de ironia. E que fique claro que apoio e sempre apoiei o presidente, que foi a escolha livre dos associados.

Ainda me lembro do presidente anterior dizer, em 2015, que os adversários precisavam de jogar muito mais para ombrear connosco, quando íamos à frente da tabela. Todos sabem como acabou. Não gostei nada de ouvir o este presidente dizer que somos um “gigante”. De outra forma, está a cair na esparrela do anterior. Esta comunicação do líder, não me pareceu oportuna no timing, no local e no modo. O Sporting CP tinha acabado de ganhar um jogo difícil, com muito querer e muito empenho. Ganhou, mas poderia não ter ganho. Fiquei com a sensação que quis pôr-se nos bicos dos pés, de algum modo inebriado com os elogios justos que tem recebido. Humildade era comemorar a vitória. Ponto.

O lema do Sporting tem sido, até agora, e espero que continue: trabalho, vontade, entrega e humildade. A comunicação, exceptuando casos pontuais, como o caso Palhinha, deve ser para dentro e não para fora, para manter as hostes unidas. Começar a desviar o foco para os adversários  pode permitir que estes se galvanizem.

Eu percebo que Frederico Varandas queira acentuar, que estamos a ganhar com mérito, contra adversários poderosos “dentro e fora do campo”. Eu, um simples adepto, já o tenho dito e continuo a dizê-lo, mas só me represento a mim mesmo. O presidente representa milhões de adeptos. Todos sabemos que existe o “sistema” mas não é esta a hora, a forma, nem o modo de o combater. Tocar a  fera com vara curta pode dar mais resultado. Cada coisa no seu tempo e no seu lugar. A guerra contra o sistema é longa e não se faz com 'sound bites', faz-se  com perseverança, paciência e inteligência.

O Sporting não deve seguir esse caminho. Deve continuar unido e competente a vencer dentro do campo. Para mais, para ser diferente, não pode entrar pelo comportamento dos adversários , porque corre o risco de abrir a porta  para  se unirem, criticarem e ganharem motivação, e perder credibilidade. Até agora a comunicação, feita por quem sabe, está a ser eficaz. Não a estraguemos, com o jogo falado, o que se está a ganhar com o jogo jogado. Que alguém tenha o bom senso de dizer ao presidente, que não estrague o que de bom se está a fazer, com a sua colaboração. Bom gosto e bom senso, precisa-se.

publicado às 12:30

A perseguição não tem pausa

Rui Gomes, em 13.12.20

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João Mário homenageado antes do jogo com o Paços de Ferreira

pelos seus 100 jogos de leão ao peito.

O Conselho de Disciplina da FPF instaurou um processo disciplinar a Frederico Varandas, Miguel Braga e ainda ao jogador João Mário pelas críticas destes à arbitragem após o jogo Famalicão vs Sporting. Segundo explicou o CD em comunicado, a decisão "tem por base participação disciplinar apresentada pelo Conselho de Arbitragem da FPF, por alegadas declarações proferidas em órgão de comunicação social".

O referido processo foi enviado à Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, "ficando excluída a publicidade até ao fim da instrução", pode ainda ler-se na nota.

Veremos o que vai sair deste processo. Qualquer eventual sanção a Frederico Varandas e Miguel Braga é de menores consequências, já o mesmo não se pode dizer de João Mário, caso venha a implicar o seu afastamento de jogos.

O que o presidente disse no final do jogo em Famalicão já é bem conhecido. Eis o que João Mário afirmou na flash-interview da Sport TV:

"Anularam-nos um golo limpo, no final, já vi o lance e não consigo ver falta. Faz parte, mas é difícil compreender esta decisão. Há que haver respeito e não houve. Acabamos por responder a algumas bocas do banco do Famalicão. Foi um bom jogo e infelizmente não nos deixaram ganhar.

Sinto orgulho por atingir a marca de 100 jogos pelo Sporting. Faltou a vitória, fizemos por isso, chegámos a marcar, mas o árbitro acabou por anular o lance".

A verdade tem um peso que nenhuma mentira pode falsificar, mas... tem o seu preço!

publicado às 03:33

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Vou tentar ser breve, porque isto refere a um assunto que dá para o proverbial "pano para mangas", com muitos metros de tecido.

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol instaurou dois processos disciplinares a Frederico Varandas. Em causa, segundo o documento, estão as declarações do presidente do Sporting a criticar a arbitragem após o clássico com o FC Porto e ainda a acusação a Pinto da Costa.

No primeiro caso, pode ler-se que o processo... "tem por base participação disciplinar apresentada pelo Conselho de Arbitragem da FPF, por alegadas declarações proferidas em órgão de comunicação social". Recorde-se que após o jogo em Alvalade, Varandas apontou o dedo ao penálti revertido aos leões. "Sabem quando é que este penálti era revertido no Dragão ou na Luz? Nunca", disse na sala de imprensa.

No que toca ao segundo processo, surgiu por "alegadas declarações proferidas em órgão de comunicação social, visando dirigente desportivo de sociedade anónima desportiva", mais concretamente por Varandas ter apelidado Pinto da Costa de "bandido".

Nota adicional, na sequência também do clássico, para a instauração de um processo de inquérito a Rúben Amorim, para "apuramento de eventuais declarações alegadamente feitas pelo agente desportivo e referidas na participação disciplinar apresentada pelo Conselho de Arbitragem, assim como modo de apurar a eventual responsabilidade disciplinar inerente à factualidade que subjaz a tais declarações e que pode associar-se a eventuais omissões do relatório da equipa de arbitragem."

- O processo relativamente aos comentários de Frederico Varandas sobre a arbitragem do jogo com o FC Porto já era esperado, não sendo, portanto, surpresa alguma;

- Deixa-me algo perplexo, no entanto, um segundo processo pelas acusações dirigidas a Pinto da Costa. Desde quando é que o Conselho de Disciplina da FPF intervém em casos que constam de troca de "bocas" entre presidentes de Clubes?

- O organismo federal levantou algum processo pelas "declarações proferidas em órgão de comunicação social, visando dirigente desportivo de sociedade anónima desportiva" por intermédio de Jorge Nuno Pinto da Costa, no que ao presidente do Sporting e da Sporting SAD diz respeito?

- Por fim, um processo de inquérito a Rúben Amorim e a causa da sua expulsão durante o clássico. É a minha memória que falha, ou o treinador do Sporting não foi já punido com seis dias de suspensão e multado em 3.825 euros?... Ou será isto relacionado com um outro aspecto do incidente?

Para terminar - e já não estou a ser tão breve como gostaria - um excerto da crónica de Eduardo Dâmaso, em Record, que toca no assunto:

"Não sei se um bandido será sempre um bandido, como disse Frederico Varandas... até porque os manuais por onde estudei direito penal defendiam o contrário, ou seja, a famosa ressocialização dos delinquentes. Mas sei que, para formar uma opinião sobre o que aconteceu no Apito Dourado, não preciso de ir ouvir as escutas nem de ouvir a canção do bandido sobre a presunção de inocência ou a falta de condenações. E também não preciso de ir ao futebol - de pertencer ou, tão só, frequentar o seu mundo - para perceber que Varandas, pessoa que não conheço, trava a luta certa contra uma claque. E que Pinto da Costa (ou Luís Filipe Vieira) nunca teria condições para fazer o mesmo e dar um exemplo de grande dignidade moral".

ADENDA

A acreditar no que é hoje noticiado por Record, o CD da FPF vai investigar a "dualidade de critérios" denunciada por Rúben Amorim. Ou seja, tudo aquilo que Sérgio Conceição disse durante o clássico e que o árbitro e quarto árbitro - este em posição ideal para ouvir tudo - ignoraram e que não resultou em punição durante o jogo nem constou no relatório.

publicado às 03:34

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Pinto da Costa, pelos vistos, anunciou esta quarta-feira que vai avançar com uma queixa-crime contra Frederico Varandas, que o apelidou recententemente de "bandido":

"Não vou comentar, não vou falar sobre esse senhor. Não costumo falar de processos judiciais. E como entra amanhã, já está determinado, uma queixa-crime nos tribunais contra o tal presidente, não me vou pronunciar até que siga o seu curso normal".

Mesmo reconhecendo a ironia cómica desta ameaça do presidente portista, não deixamos de reparar que o anúncio foi feito durante a apresentação anual das contas da SAD azul e branca que regista um recorde negativo de 116,1 milhões de euros.

Para uma velha raposa como Jorge Nuno Pinto da Costa, é obra hábil desviar as atenções do que é realmente importante.

publicado às 03:46

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A história é conhecida há muito em Portugal: Frederico Varandas, médico de formação, esteve envolvido no combate à primeira vaga da pandemia de Covid-19, prestando serviço no Hospital Militar, em Lisboa. O caso foi ganhando projecção e este sábado é notícia no NY Times, o prestigiado jornal com sede em Nova Iorque. "The Coronavirus Patient Had a Question: Don"t You Lead a Soccer Team? [O doente com coronavírus tinha uma pergunta: você não é o líder de um clube de futebol?]" é o título do artigo.

A reportagem da autoria de Tariq Panja está disponível aqui.

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Adenda: Fui alertado há instantes pelo meu colega redactor Leão Zargo que o artigo só está acessível a subscritores do NY Times. Como eu sou, não identifiquei essa restrição. Infelizmente, não há alternativa, uma vez que o artigo é mesmo muito extenso. É referido em vários outros sites noticiosos, mas todos a dar o mesmo link que eu dei aqui. Fica a ideia...

publicado às 13:20

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Em recém-entrevista ao Canal 11, Frederico Varandas confirmou o regresso da equipa B do Sporting já na próxima temporada. Na sequência desse mesmo tema, o presidente leonino referiu João Pereira, actualmente ao serviço dos turcos do Trabzonspor, mencionando que este terá futuro como treinador.

Questionado sobre este assunto, João Pereira admitiu sentir-se "contente por Varandas falar" nele, mas garantiu que não há qualquer tipo de conversação sobre a possibilidade de deixar o futebol para regressar ao Sporting noutras funções, para já:

"Mandaram-me o vídeo e penso que ele disse isso porque no Sporting CP conversávamos muito e ele deve ter percebido que poderia abraçar a carreira de treinador. É claro que fico orgulhoso, por ser a pessoa que é a referir-se a mim".

Além disso, o lateral que jogou de leão ao peito de 2009 a 2012 e novamente entre 2015 e 2016, ainda comentou a contratação de Rúben Amorim:

"Uma excelente aposta do Sporting, um treinador ambicioso que mostrou já excelente trabalho. Na minha opinião, fizeram muto bem em contratá-lo. Vai provar todo o seu valor também no Sporting, vai mostrar a quem lhe apontou o dedo pela questão da falta do IV nível."

Actualmente com 36 anos, João Pereira salientou que ainda não decidiu como vai ser a sua carreira depois do término desta temporada.

publicado às 03:46

Foto do dia

Rui Gomes, em 29.04.20

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Momento inédito: Varandas, Vieira e Pinto da Costa a conversar

publicado às 04:32

Calado é um poeta

Naçao Valente, em 14.02.20

Já aqui escrevi que Varandas está sozinho nesta luta para resgatar o Sporting do domínio de energúmenos que não representam o clube, e que são a antítese do que deve ser o desporto.

Varandas não conta com o apoio de outros clubes, que têm as suas claques controladas e que utilizam na luta externa. Não tem o apoio do poder político que assobia para o lado. Não tem o apoio de órgãos do mundo do futebol, que se refugiam numa estranha passividade.

Os notáveis do Sporting com uma ou outra excepção, incluindo ex-candidatos, estão mudos e quedos. E os que se pronunciam é para deitar mais achas na fogueira. Refiro, concretamente Sousa Cintra, que depois de estar no tribunal como testemunha arrolada pelo advogado de assaltantes, Francisco Marques, prestou declarações onde fez feroz ataque à actual Direcção.

Criticou a precipitada substituição de Peseiro, e nesse aspecto dou-lhe alguma razão, porque aqui me bati contra a pressão dos adeptos para que isso acontecesse. Foi um erro mas ao qual associo adeptos e mais uma vez as claques. Mas agora pergunto: que autoridade tem Cintra para criticar, neste aspecto Varandas, quando despediu Robson com a equipa isolada no campeonato? Que autoridade tem quando durante a sua Presidência não ganhou um campeonato? Que autoridade tem quem durante a presidência da SAD aumentou despesa, com conhecimento da grave situação financeira?

Mas o que considero mais grave foi a sua defesa das claques, depois dos graves acontecimentos que se têm sucedido. O que considero lamentável é que sobre os ataques a pessoas e interesses do Sporting, nada tenha dito. Nem uma ténue condenação. Porque é que esta personagem de opereta bufa não se cala. Calado é um poeta.

Com estes amigos o Sporting não precisa de inimigos.

publicado às 00:55

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Miguel Braga, responsável da comunicação do Sporting, assina um artigo no site do Clube esta sexta-feira em resposta a uma reportagem do jornal Público que hoje dava conta de que os atletas do Sporting são tratados por médicos da Clínica Comcorpus, de Frederico Varandas.

A pseudo-notícia avançada por essa potência noticiosa portuguesa dava conta de que são sete os funcionários da clínica de Varandas que prestam actualmente serviço no Clube – dois fisioterapeutas e cinco clínicos. Um dos médicos da equipa principal de futebol, Nuno Loureiro, é também coordenador do departamento médico desportivo da Clínica do Dragão, no Porto, empresa instalada no Estádio do Dragão e com protocolos com o FC Porto:

Eis o comunicado de Miguel Braga:

Escrever torto por linhas direitas

No país do e-toupeira, da Operação Lex, do Apito Dourado, da Mala Ciao, dos passeios de Isabel dos Santos e afins e de tantas outras personagens, tenta-se, mais uma vez, atacar a idoneidade do presidente do Sporting Clube de Portugal.

Em causa, uma notícia (com informação “antiga”) a dar conta que os “atletas do Sporting Clube de Portugal são tratados por médicos da clínica de Varandas”.

Se é mentira? Não.

De facto, os atletas do Clube são tratados por médicos da ComCorpus.

Mas também do Hospital da Luz, da CUF Alvalade, da CUF Almada, do Hospor, da Clínica Algododeia, da Clínica Joaquim Chaves, da Clínica Dr. Fernando Póvoas, do Hospital das Forças Armadas e, imagine-se, da Clínica do Dragão.

Mais, os médicos do Sporting Clube de Portugal não trabalham em exclusividade no Clube, tal como se passa em todos os departamentos médicos dos outros clubes em Portugal.

Esta é a regra.

Acrescente-se que o anterior presidente do Sporting Clube de Portugal quis fazer um protocolo para oficializar esta parceria, situação recusada por Frederico Varandas que, em cinco anos, nunca cobrou um cêntimo ao Sporting Clube de Portugal.

E, recorde-se, estamos a falar de um departamento médico que tem sido, e continua a ser, uma referência a nível internacional. Ou seja, muita tinta para escrever sobre nada, apenas para atacar o presidente do Sporting Clube de Portugal.

Fica a nota.

* Responsável de Comunicação Sporting Clube de Portugal

publicado às 14:03

Varandas está só

Naçao Valente, em 10.01.20

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As claques como grupos organizados, e constituídos por jovens, têm a sua origem nos anos sessenta. O seu objectivo era apoiar as equipas, dando-lhes motivação na sua acção em campo. Agiam por amor ao clube e nada recebiam para além da satisfação de participar e receber bons resultados desportivos.

As claques evoluíram acompanhando os tempos, mas evoluíram no pior sentido. Passaram de grupos de adeptos que davam, com generosidade, o seu apoio, para grupos subsidiados, como uma espécie de animadores profissionais, que começaram a extravasar o motivo para que foram criadas. São hoje um contra-poder que se arroga  a intervir na gestão do próprio clube, pressionando decisões dos dirigentes. 

Enfeudadas no Sporting Clube de Portugal à Direcção que foi destituída, tornaram-se na sua guarda pretoriana. Com a queda dessa Direcção, assumiram-se como oposição aos novos dirigentes eleitos, ao ponto de irem para os jogos criticar e insultar o Presidente, à boleia de maus resultados negativos. A situação atingiu tal dimensão, que Varandas teve de agir com firmeza, tomando as medidas, impopulares, que se exigiam.

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Passados meses,Varandas mantém a mesma firmeza mas está só. Os presidentes de outros clubes, que de forma clara ou até encapotada, se servem das claques, nas quais se apoiam, como um grupo que utilizam para a luta contra os adversários, assobiam para o lado. E enquanto estas não se virarem contra a sua autoridade não irão mexer uma palha. Deste lado, não pode esperar Varandas qualquer solidariedade.

O poder político foge do mundo do futebol e da sua irracionalidade como o diabo da cruz. Tem medo de meter-se com gente que se apoia em milhões de adeptos, que enquanto tal, consideram os dirigentes do seu clube, como cidadãos acima da lei, inatacáveis e dispostos a guerrear em seu nome. Deste lado, tirando umas promessas vãs de alguns governantes de segunda linha, Varandas dificilmente terá qualquer apoio.

Os vários acontecimentos de comportamento selvagem de adeptos, utilizando artefactos pirotécnicos proibidos num jogo de futebol, trouxe para a actualidade, um assunto que é transversal a todos os clubes. Esta violência gratuita não tem a ver com rivalidade, e devia preocupar a sociedade. O poder político ao mais alto nível, devia ser pressionado para agir de forma drástica. A escumalha, para usar as palavras de Varandas, não pode continuar impune a espalhar o medo pelos recintos desportivos. 

Como é possível que os dirigentes desportivos vejam os seus adeptos a causar distúrbios num jogo que devia acontecer dentro das quatro linhas e não tome nenhuma medida, para além de algumas lágrimas de crocodilo? No combate a esta situação Varandas está só, mas está no bom caminho. A indústria do futebol agradece num país que se quer civilizado.

Nota: título utilizado na coluna de opinião do Director de Record

publicado às 04:34

Dos "pecados" de Varandas à Guerra Suja

Naçao Valente, em 22.10.19

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Antes de mais, quero deixar claro que não apoio a demissão da actual Direcção. Foi eleita legitimamente, mediante as normas vigentes, por uma das maiores Assembleias Eleitorais. Está a exercer o seu mandato dentro dos limites previstos nos Estatutos.

A contestação a que tem vindo a ser sistematicamente sujeita, em função dos resultados do futebol profissional, por grupos que perderam privilégios e por uma oposição que ainda não reconheceu a decisão maioritária dos sócios, na mais concorrida Assembleia que destituiu a Direcção, na sequência do ataque a Alcochete, ultrapassou todos os limites.

Estes grupos constituídos por desordeiros, ao não respeitarem os Órgãos Sociais eleitos, também não respeitam o Sporting. O reprovável ataque a Alcochete que custou milhões de euros ao Clube continua com outros contornos, agora com ataques à Direcção. Num jogo de futsal o presidente teve de ser escoltado perante a ameaça destes arruaceiros, ao sair do Pavilhão João Rocha. Mas que é isto? O presidente não pode assistir aos jogos do Clube a que preside? Quem manda afinal? A Direcção eleita ou grupos de perturbadores? Quem governa? A estupidez ou a inteligência?

A livre crítica não deve ser confundida de modo algum com sentido cívico. O pluralismo também não é sinónimo de anarquia. Mas estará esta Direcção (e o seu presidente) isenta de erros?... Apesar de ter encontrado uma situação financeira deveras caótica, que tem estado a resolver, a Direcção cometeu o que eu apelido de "pecados capitais" na gestão do futebol profissional, num misto de inexperiência e "governança" dirigida pelas bancadas.

O primeiro pecado

Durante a última campanha eleitoral, o então candidato Frederico Varandas assumiu que manteria em função o treinador contratado pela Comissão de Gestão, José Peseiro, uma vez que quando tomasse posse, a época futebolística já estaria em andamento. Prometeu e não cumpriu, por uma razão muito fundamental: a desmedida pressão das bancadas hostis ao referido técnico, desde a sua contratação. A qualidade do futebol praticado, mais do que os resultados, serviram de argumento para a sua dispensa, apesar de ter reconstruído, uma equipa destroçada. O que é mais conforme a norma no despedimento de técnicos são os maus resultados. Neste aspecto, não havia razões objectivas para o fazer. E aí cometeu, o presidente, o primeiro "pecado capital", que está na origem de todos os outros.

O segundo pecado

A contratação apressada de um novo treinador, o holandês Marcel Keizer, desconhecedor do futebol português e sem currículo que o habilitasse como a pessoa certa, no rescaldo de crise gerada pelo ataque a Alcochete, foi um tiro no escuro. Foi, sem dúvida, pior a emenda que o soneto, mesmo depois da continuação de resultados positivos, um pouco à boleia do trabalho que herdou, da equipa técnica anterior. Este foi o segundo "pecado".

A manutenção da equipa no terceiro lugar e a conquista de duas provas nacionais, embora meritoriamente, mas também com alguma dose de sorte, constituiu um balão de oxigénio para treinador e Direcção. Os grupos contestatários que já então existiam, tiveram-se que se remeter a algum silêncio e aguardar outras oportunidades. Mas a capacidade de Marcel Keizer, apesar dos ditos triunfos, não ficou, no aspecto geral, comprovada, e havia indícios que continuava a ser uma aposta de risco.

O terceiro pecado 

O começo atribulado da presente época, com uma espécie de navegação à vista, sem um plantel devidamente definido, não augurava um bom começo. Mesmo com a atenuante das dificuldades financeiras, a falta de uma planificação rigorosa, em função dos caprichos do mercado, hipotecou a possibilidade de um trabalho bem organizado.

A insistência em segurar Bruno Fernandes, recusando vender de acordo com o valor que o mercado estabeleceu, manteve uma constante inabilidade de constituir um plantel sólido. As vendas de recurso à última da hora, para prover receitas de tesouraria, e a negociação apressada de empréstimos de atletas de duvidoso valor, constituem o terceiro "pecado".

Embora compreenda a referida insistência, na minha perspectiva, teria sido mais realista vender Bruno Fernandes, que terá até ficado algo contrariado, e manter o restante plantel. O encaixe teria permitido adquirir mais dois ou três reforços de comprovada qualidade. Como disse Silas recentemente, o Sporting precisa de uma equipa e não de "heróis" Para além da qualidade individual dos atletas, não há sucesso desportivo se estes não actuarem como equipa. E essa é uma das razões dos maus resultados desportivos.

São estes os erros apontados como a razão para a actual contestação organizada e que se manifesta nas redes sociais e pela arruaça?... Atrevo-me a dizer que não. Os protestos são consequência de uma mera estratégia oposicionista, que sempre existiu, mas que esteve algo adormecida, e  que desejava estes maus resultados, para puderem concretizar a queda da Direcção.

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A guerra suja

A guerra da claques, reafirmo, à boleia dos resultados, não é inocente.Tem na sua génese a orfandade de um líder, que a transformou numa força de choque ao seu serviço, agravada com a perda de poder e rendimentos neste mandato directivo, e criou o caldo de cultura para o que está a acontecer.

Ao mesmo tempo, alguns dos derrotados nas eleições, com pressa de dominar o Sporting, aproveitaram o clima de guerrilha, aceitando-o tacticamente, para se apresentarem como salvadores. Nunca se verificou da parte desta oposição de gabinete, com pontas de lança na comunicação social, uma condenação clara e não hipócrita dos distúrbios violentos. Por sua vez, os 'brunistas' continuam a acreditar que podem voltar ao poder, e desejam o caos para dele emergirem como  almas inocentes e puras. 

A decisão frontal e corajosa da Direcção em cortar relações com duas claques, não é para já uma vitória. Estes grupos desordeiros, de forma subterrânea ou visível, vão continuar a sua guerra suja. Apenas a inversão de resultados num sentido positivo, pode travar a curto prazo a cruzada de interesses que não são os do Clube. 

Esta Direcção está a cumprir o seu mandato, legitimamente. Deve reflectir e aprender com os erros. Deve corrigir o que não está correcto, definir estratégias precisas, e continuar o seu trabalho em prol do Clube. Deve ouvir as críticas com ponderação, mas sem ceder a pressões inadmissíveis. Deve dialogar com quem quer o diálogo, ouvir opiniões, informar com objectividade, e decidir consensualmente. Deve enfrentar, com coragem a guerrilha dos grupos arruaceiros, que põem os seus interesses pessoais, acima dos do Clube. 

O Sporting para ganhar esta guerra suja precisa de contar com o "adepto comum" sempre disposto a contribuir para o engrandecimento do Clube. A luta pacífica contra a violência interna, pode servir de exemplo, para a luta mais vasta pela pacificação do desporto.

Quem com telhados de vidro sacudir a água do capote e não fizer a sua parte, não se pode queixar, quando esta mesma violência lhe bater à porta. Banir do futebol quem não o serve e dele se serve, é um imperativo cívico e geral.

publicado às 04:03

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Aproveitando o estágio de pré-época que o Sporting está a realizar na Suíça, Frederico Varandas esteve reunido esta quinta-feira com Gianni Infantino, presidente da FIFA.

Em declarações à Sporting TV, o presidente leonino explicou que abordou dois temas com o dirigente máximo do organismo mundial: o mercado de transferências e a necessidade de proteger os clubes formadores:

"Mostrei as minhas duas grandes preocupações. Uma delas é a falta de regulação do mercado de transferências. Vivemos numa fase em que há um mercado verdadeiramente selvagem, em que os clubes estão cada vez mais pobres. As receitas vão aumentando, mas, cada vez, o dinheiro fica menos nos clubes e tem de, de uma vez por todas, haver coragem para uma regulação das tranferências.

O segundo aspecto foi falar da nossa história, da nossa tradição, como um clube que formou dois 'bolas de ouro', um dos quais, o melhor jogador português de todos os tempos e um dos melhores do mundo, tem de ser protegido. Não falo só do Sporting, falo de todos os clubes formadores, e hoje estes clubes têm uma grande dificuldade a lutar contra gigantes, que chegam a estes jogadores mesmo antes de eles assinarem o primeiro contrato profissional. e nós não temos qualquer tipo de protecção".

 

Regular... mas como?

A visita de Frederico Varandas à FIFA não irá mudar o Mundo, nem sequer o mundo do futebol. Porque, apesar das palavras simpáticas de Gianni Infantino em relação ao emblema de Alvalade, os problemas de clubes como o Sporting – grandes num contexto regional – não estão na primeira linha de preocupações da FIFA, até porque a sua resolução não depende apenas de regulamentos que possam emanar de Zurique.

A grande mensagem que Varandas passou após a reunião foi sobre a necessidade de regular o mercado de transferências, que classificou de "verdadeiramente selvagem", pedindo especial proteção aos clubes formadores. Uma evidência para quem anda atento – e não é preciso muito – aos meandros da bola, mas a questão é a mesma de sempre: como? Porque há regulamentos de transferências, mas depois também há leis nacionais e europeias, como nos lembrou Jean-Marc Bosman há mais de 20 anos.

Os problemas do Sporting são comuns a muitos clubes formadores e a falta de dinheiro deixa esses emblemas mais expostos do que nunca. Mas se os leões podem queixar-se num contexto global, também é verdade que estão do lado dos tubarões num contexto local. E basta lembrar, para citar um dos exemplos referidos por Infantino, que Cristiano Ronaldo foi recrutado ao Nacional por causa de uma dívida de 5 mil euros.

Artigo de Sérgio Krithinas, jornal Record, aqui.

 

Nota: O Director Adjunto do diário desportivo não devia abordar assuntos sobre os quais não tem conhecimento algum. O recrutamento de Cristiano Ronaldo em 1997, aos 12 anos, em nada se relacionou com a então dívida do Nacional ao Sporting, sendo esta apenas uma circunstância à data.

Acontece que uma colega de blogue nossa esteve pessoal e directamente envolvida no caso que viabilizou a vinda de CR7 para Alvalade.

publicado às 06:49

Revolução tranquila

Naçao Valente, em 28.05.19

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Ponto prévio: não fui apoiante do candidato Varandas aquando das eleições. Mas foi eleito pela maioria dos votos expressos e é o presidente dos Sportinguistas. Depois da sua posse, critiquei pontualmente, algumas decisões como a contratação de um treinador sem grande currículo. Estou portanto completamente à vontade para fazer, com alguma equidistância, a análise dos primeiros meses do seu mandato.

Varandas e a sua equipa encontraram o Clube numa situação muito difícil. Tiveram de resolver, em tempo recorde, um pagamento obrigacionista, sem apoio de personalidades com influência na área bancária e com alguma hostilidade dos meios financeiros. Ousou e conseguiu com o apoio de alguns grandes investidores e de muitos adeptos, que  colocam o Sporting acima de qualquer personalidade, concretizar essa operação.

De forma discreta e em certo sentido sigilosa, como convém, resolveu os graves problemas de tesouraria e começou a saldar dívidas cujo pagamento já estava atrasado. No aspecto financeiro foi arrumando o todo da casa sem alardes e sem "foguetório". Melhor, nunca fez nenhum alarde, nem pretendeu colher louros, do relativo êxito da operação.

No plano desportivo encontrou uma equipa de futebol profissional que estava destruída. Depois de um período em que o novo treinador parecia perdido e sem soluções, começou a notar-se o seu cunho pessoal, e com um plantel com poucos "craques" deu uma nova alma a um grupo que se uniu, e com humildade e trabalho recuperou terreno, e conseguiu a proeza de conquistar dois títulos.

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No mesmo estilo sereno, Frederico Varandas e a sua equipa,  reformaram toda a estrutura, com ênfase na aposta da Academia, entregue ao desmazelo e à incompetência, durante anos. Nos oito meses de mandato, tempo demasiado curto para uma avaliação profunda e segura, podemos concluir, contudo, que o presidente está a fazer uma revolução muito tranquila, longe do "show off" inútil a que estávamos expostos.

Até  este momento parece-me certo e adequado o caminho seguido, mas muito falta fazer. O Sporting não pode querer, como os seus homólogos dos chamados grandes, dominar o "sistema", através de procedimentos ilícitos e condenáveis. 

Ao Sporting Clube de Portugal, como clube histórico e, sim, diferente, compete-lhe lutar pela libertação do "sistema", para que a justiça e a verdade possam voltar a imperar. De uma forma tranquila, mas com passos bem firmes, é o único Clube que, com mãos limpas, pode moralizar o futebol português.

A impunidade pode parecer natural e até eterna, mas um dia terá o seu fim, como outras iniquidades. Compete agora aos Sportinguistas unirem-se à volta da sua Direcção e sem divisionismos, remarem todos no mesmo sentido.

P.S.: Ontem, no seu discurso na Câmara , o dr. Varandas, deixou uma ideia que transcrevo, sem total rigor, de memória: "nós somos diferentes e mostrámos que se pode vencer sem abandonar os valores". Comprova o que escrevi e penso. Que não fique na nossa história nenhuma conquista que não seja legítima.

___________________________________________________

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Para quem gosta da minha escrita venho informar, que numa vertente ficcional, estarei a autografar, no próximo domingo, na Feira do Livro de Lisboa, entre as 16h00 e as 17h30, o meu livro "Os bons Velhacos", no pavilhão dos pequenos editores (Mosaico de Palavras), sem pseudónimo e com o nome José Mateus Gonçalves. Estão convidados. Obrigado ao Rui por me permitir a inclusão deste convite.

publicado às 02:49

Dores que ainda Doyen

Rampante, em 05.03.19

 

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Publicado o Relatório Semestral, tem esta direção sido questionada por algumas questões, nomeadamente acerca do negócio Rui Patrício e suposta divida à Gestifute.

 

Vamos a factos.

 

Antes de 2013, o Sporting encetou uma série de negociações e renovações com jogadores, utilizando para isso 3ªs empresas que investiram dinheiro em proporções que o Sporting não conseguia. Podemos agora questionar a ética por trás da intervenção destas empresas, mas temos de ter plena consciência de que à época este era um procedimento legal e comummente utilizado por aqueles clubes que não tinham dinheiro para investir e num momento em que a banca tinha fechado as torneiras do crédito.

 

Assim, os clubes viram nestas empresas o acesso viabilizado a dinheiros que não tinham e as empresas viram aqui oportunidades de negócio milionários.

 

Os saudosistas pela Direcção de BdC, gostam de abanar a bandeira a dizer que foi ele que liderou uma guerra contra os Fundos e Empresas 3ªs, no entanto não dizem que BdC apenas se tornou contra os Fundos quando tentou “passar a perna” a um desses Fundos, numa ação que custou milhões ao SCP. Falo aqui da Doyen e na sacanice que a direcção de BdC fez (ou tentou fazer).

 

Para além da situação com a Doyen Sports, aquando das renovações de Adrien Silva e Rui Patrício em 2016, o Sporting (ou BdC) tentou afastar a Gestifute do processo de forma unilateral, excluindo-a dos seus direitos como se nada fosse. Foi utilizada a exacta mesma estratégia que para com a Doyen, com consequências que podiam ter sido semelhantes.

 

Esta distinta “sacanice” foi feita à vista de todos e ainda hoje me pergunto como é que as autoridades fiscalizadoras, bem como a PWC que audita as contas do SCP, nunca se referiu ao seguinte facto:

 

Até 31-12-2015 o SCP indicava que possuía 65% dos direitos económicos de Rui Patrício e 50% dos de Adrien Silva. No 1º semestre de 2016, por via das renovações de contrato, o Sporting adquiriu a percentagem que cada um detinha (17,5% e 30% respectivamente) e anunciou o Sporting à CMVM que passou a deter 82,5% dos direitos económicos de Rui Patrício e 80% de Adrien Silva (o restante dos passes dos 2 jogadores seriam da Gestifute).

 

Acerca dos dois referidos jogadores, nunca mais houve comunicações à CMVM, nem foi feita referência em qualquer relatório e contas, NO ENTANTO, após Junho de 2016 o SCP passou a reflectir nos seus documentos que detinha 100% dos direitos económicos destes dois jogadores SEM evidenciar qualquer contingência a favor da Gestifute pelos direitos que a mesma detinha. Incrível esta “contabilidade” criativa…

 

No Mundo do “faz de conta” em que BdC vivia, tudo isto era muito bonito, até ao dia em que a realidade lhe bateu à porta e esse dia foi aquando da negociação de Rui Patrício. Nesse dia a Gestifute terá pedido um acerto de contas que consistiria em 20% de 29,5M€ da venda de Adrien Silva e 17,5% da venda de Rui Patrício, o que daria 9,05M€ (5,9M€ + 3,15M€), mais de metade do valor a que estava a ser vendido Rui Patrício.

 

Com a saída de Bruno de Carvalho do Clube, as negociações tornaram-se mais “simples” e Rui Patrício, à semelhança do que Adrien já havia feito, abdicou de valores que tinha a receber do Sporting por forma a facilitar as negociações e a Gestifute, por forma a não se envolver em litígios aceitou receber 4.459K€ ao invés dos pouco mais de 9M€ a que tinha direito.

 

Ao contrário do que os “alucinados” pela anterior Direcção querem fazer crer, as dividas à Gestifute eram evidentes e mesuráveis e este foi MAIS UM problema que BdC deixou para os outros resolverem...

 

...no entanto a Direcção de Varandas também não está a conseguir sair com a imagem “limpa”, pois segundo este relatório semestral existe um valor de 1,5M€ (e não 2M€ como tem sido divulgado) por justificar. Zenha, com visível embaraço, disse que este valor era referente a um protocolo com o Wolves para o Sporting entrar no mercado Chinês. Uma justificação que além de não ser convincente, levanta mais questões do que deu respostas e se Varandas não quer começar a deixar “pontas soltas” é bom que ele ou alguém da sua Direcção venha a publico clarificar esta situação sob pena de perder já a transparência que tanto apregoou durante a sua campanha eleitoral.

 

Nota final:

 

Porquê o título “Dores que ainda Doyen”?

 

É uma simples alusão ao facto de que um processo infantil, liderado por mentes infantis, pode fazer sofrer o Sporting muito para além do tempo expectável… Toda esta confusão com a Gestifute arrastou-se no tempo por causa do processo Doyen… e mais… à custa da infantilidade de BdC, o SCP ainda tem neste momento mais de 2M€ penhorados na UEFA, dinheiro que neste momento faz imensa falta à tesouraria de Alvalade. Os “alucinados” podem não querer acreditar, mas o Sporting CP vai demorar muito tempo até recuperar definitivamente do efeito Bruno de Carvalho.

 

publicado às 03:19

Reflexão do dia

Rui Gomes, em 25.02.19

 

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"Toda a gente entende a afirmação de Frederico Varandas segundo a qual o ataque à Academia de Alcochete constituiu "o maior rombo financeiro e desportivo da história do clube" e toda a gente sabe quem gerou as condições para que o Sporting visse rebentar dentro das suas próprias instalações um dos barris de pólvora mais indignos da história do futebol.
 
Parece fácil restaurar todos os estragos (e as consequências financeiras, cujas contas finais serão apuradas a seu tempo), mas não é. O Sporting precisa de tempo para sarar feridas tão profundas. E isso só poderá ser feito, se os sócios do Sporting perceberem o que aconteceu ao clube e quem o atirou para uma situação tão delicada.
 
Frederico Varandas — sem ruído mas com coragem — colocou o dedo em várias feridas. Uma delas foi a das claques. Na verdade, é preciso ter coragem para mexer no vespeiro. Naquilo que ele representa de subversão de todos os valores que devem estar associados ao desporto e às sociedades. Varandas relembrou que fez parte da Juve Leo quando não (lhes) era dado nada em troca.
 
As claques, entretanto, por responsabilidade das Direcções, passaram a ser espaços de negócio e de poder. E o clube ficou e estava refém das claques. Dos seus caprichos e das suas exigências. Desmantelar o todo desse processo não é fácil. Mas é um imperativo de consciência para quem quer fazer crescer o clube. E, para isso, como diz Varandas, as claques não podem estar acima dos sócios que pagam as suas quotas e bilhetes e que se devem enquadrar num regime de normalidade".

 

Um breve excerto da crónica semanal de Rui Santos, no Record.

 

publicado às 02:49

O estado da nação sportinguista

Naçao Valente, em 23.02.19

 

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Como estava programado e anunciado o presidente Frederico Varandas, acompanhado por outros membros da Conselho Directivo, fez o balanço dos primeiros seis meses da sua presidência.

 

Abordou temas como a Auditoria Forense, (ainda não concluída) e o mais importante, a situação financeira, a estratégia para o futebol e a marca Sporting. Fez um relato longo, impossível de descrever na íntegra no espaço de um post. Assim sendo optei por fazer um breve resumo da conferência, para dar espaço a alguma análise interpretativa.

 

Em relação à Auditoria referiu-se ao contrato efectuado pelo Conselho Directivo anterior com MGRA, uma sociedade de advogados, onde à data trabalhava Alexandre Godinho, vogal da Direcção e que a partir de 2018 passou a contar, como associado, com o sogro de Bruno de Carvalho, por 1,7 milhões para tratar de "assuntos da presidência".

 

De acordo com os resultados apurados, o Sporting gastou mais 50% nesta conta, em três anos, do que em todas as outras em dezasseis. O departamento jurídico do Sporting não obteve evidência sobre o trabalho que foi facturado pela MGRA.

 

Falou de um empresa de nome Chow Lda (China), à qual o Sporting pagou 60 mil euros de brindes e ofertas promocionais e 20 mil euros por serviços de “Divulgação da marca Sporting na comunidade Chinesa”. O departamento de merchandising não conhece a empresa. A empresa fechou actividade após o pagamento.

 

E ainda do chamado Batuque Futebol Clube, de Cabo Verde, com o qual foi celebrado um contrato conferindo o direito de preferência do Sporting Clube de Potugal sobre sete jogadores pré-identificados. Não existe qualquer relatório, do Clube ou de terceiros, sobre jogadores daquele Clube; Em Janeiro de 2018 foi solicitado pela Administração da SAD ao departamento jurídico uma minuta de acordo de resolução daquele contrato. Não obstante esse pedido, o valor de 330 mil euros foi liquidado em Maio de 2018 e nunca foi restituído.

 

Sobre as claques, depois de referir os privilégios que possuíam, afirmou que não concorda com o seu comportamento desestabilizador e com atitudes que revelam mais interesse por negócios do que por amor ao Clube. Acentuou a sua firmeza em não se deixar ficar refém seja de quem for.

 

No diagnóstico do futebol profissional, fez o balanço conhecido dos últimos cinco anos, e dos acontecimentos que tiveram na situação actual do Sporting, que ficou com um plantel desequilibrado. E acentuou os esforços que estão a ser feitos para o reequilibrar.

 

Quanto ao futebol da formação considerou que houve desinvestimento na Academia quer em termos humanos, quer em termos materiais, com instalações degradadas, campos sem manutenção o que se reflectiu na formação de excelência conseguida. Reverter a situação é uma tarefa premente para o futuro do Sporting, dos seus adeptos, dos seus associados, que em número de pagantes sem as quotas em dia, são um assunto preocupante.

 

Em conclusão garantiu que o Sporting tem um rumo, estão a ser implementadas reformas em várias áreas, sem alarido, sem trombetas, com trabalho discrição e eficiência. Acentuou a importância da estabilidade para o sucesso, a necessidade de ter os pés na terra, não cair no deslumbramento fácil, e trabalhar para que as vitórias surjam de forma consistente.

 

Para além das leituras que se possa fazer destas declarações quero dar relevo negativo ao oportunismo do destituído, que marcou a apresentação do seu livro para a mesma hora, criando assim as condições para fazer, de imediato, o contraditório na mesma linha a que nos habituou, mentindo ou ignorando os aspectos fundamentais. Deixa-me perplexo como uma Editora prestigiada como a Bertrand se deixou enredar nesta repugnante campanha que o destituído mantém contra o Sporting.

 

Outro facto que não pode deixar de ser passível de reflexão, prende-se com a reacção dos 'brunistas', nomeadamente nas redes sociais. Caso de estudo é ver a página de Facebook do Sporting, inundada com comentários de seguidores do destituído, atacando a actual Direcção. Como o seu guru passaram ao lado das graves ou pelo menos intrigantes indícios que são apontados na Auditoria. E se não estamos perante uma acção concertada, parece.

 

Entendo o destituído porque não tem vida fora do Sporting. É como um fantasma que não quer admitir que morreu e continua a tentar assombrar, mesmo que isso implique o fim do Clube, que felizmente não é o caso.

 

Compreendo os fanáticos com palas nos olhos que não concebem o Sporting sem Bruno. O que me custa muito a compreender é a guerra que se vê entre adeptos, críticos até do não criticável, que consciente ou inconscientemente, exigem a esta Direcção, em seis meses, o que não exigiram à anterior em cinco anos, e que estava a destruir o Sporting.

 

Esta equipa precisa de tempo, de estabilidade e do apoio de todos os sportinguistas. Sem isso não há recuperação financeira e desportiva. Sem isso não se criam as condições reais para lançar o Clube no caminho do sucesso.

 

Nota: No site oficial do Sporting, está exposto em detalhe tudo aquilo que foi referido na conferência de imprensa, ponto por ponto:

 

- Sociedade advogados MGRA
- Chow Lda (China)
- Batuque Futebol Clube (Cabo Verde)
- Claques
- Sócios
- Compras de jogadores
- Diagnóstico e Estratégia Financeira
- Diagnóstico e Estratégia para Futebol Profissional
- Diagnóstico e Estratégia para Futebol de Formação
- Diagnóstico organizacional – o futuro do Sporting
- Infra-estrutura para além da Academia
- As pessoas
- A gestão
- Visão Marca Sporting

 

publicado às 13:15

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