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Num post publicado aqui ,ontem, pelo Rui Gomes, debateu-se o assunto da venda de activos do Sporting CP, incluindo as concretizadas e as que se poderão concretizar. Falou-se de milhões, de muitos milhões. Um hipotético observador, que não conhecesse esta realidade, poderia chegar à conclusão de que o Sporting é uma empresa de investimentos financeiros. Mas quem participou no debate sabe, que para além disso, e antes disso, o Sporting é um clube desportivo. A discussão que se gerou, inspirou-me a fazer uma abordagem mais abrangente.

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Sabemos que o Sporting CP é acima de tudo um clube desportivo, e foi para exercer essa actividade que foi fundado há mais de cem anos, primordialmente como clube de futebol. Nos primórdios desse desporto no nosso país, o Clube foi pioneiro, e começou a existir devido à enorme vontade de alguns jovens, que gostavam de jogar à bola, sendo essa a sua motivação. Foi o tempo onde se andava de balizas às costas, para jogar em descampados, apenas pelo gosto de o fazer.

Muita água correu debaixo das pontes desde essa época fundadora. A história está feita e é conhecida. Como desporto amador, o futebol depressa se implantou pela vontade dos praticantes, mas também pela sua capacidade de captar espectadores, motivados pela sua espectacularidade.  Do amadorismo, passando pelo semi-amadorismo, depressa se chegou ao profissionalismo. Do espectáculo que atraía multidões, chegou-se a um negócio que move milhões.

O prazer de jogar e ver jogar, assim como as paixões que move, continuam iguais, mas a sua capacidade para gerar receitas, depressa o transformou num negócio que vai para além da prática desportiva, de tal modo, que existe uma separação entre ricos e pobres, confundindo-se uma modalidade desportiva com especulação financeira.

O Sporting CP continua a ser, na minha perspectiva, um clube desportivo eclético, mas que deve a sua grandeza ao futebol, à sombra do qual foi crescendo ao longo dos anos. Ser jogador de futebol, é hoje uma profissão muito bem remunerada, e cobiçada por muitos jovens, cujo objectivo, para além do gosto de jogar, é chegar a profissional, e conseguir atingir os mais altos patamares da glória e da riqueza.

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Portanto, o grande amor à camisola, e o puro “gosto” pelo jogo, está nas calendas dos seus primórdios. Daí os futebolistas hoje serem activos, que valem muitos milhões. Daí os clubes terem de gerir esses activos, de forma a rentabilizá-los, para conseguir receitas e equilibrar as suas contas. Daí parecer que um clube se confunda com uma empresa financeira. Daí que fique claro que apesar disso, o Sporting CP continua a ser um clube desportivo, que para além do futebol, presta um importante serviço público à sociedade, com as suas várias modalidades, e que permite que centenas de cidadãos, utilizem os seus espaços para praticar educação física.

E se hoje a valorização de activos e as suas vendas são uma grande fonte de receitas, entre outras, temos que acentuar que essa não é a razão da existência do Clube. E nesse aspecto convém separar as águas. O que os adeptos mais esperam e o que os mais apaixona, são as competições desportivas e os seus resultados.

Como a pescadinha de rabo na boca, as duas vertentes estão ligadas, as vendas são um mal necessário, no contexto em que vivemos, mas que não se coloque a vertente financeira, em pé de igualdade com a vertente desportiva, mas antes ao seu serviço. No fundo, sendo um mal necessário, que se subordine ao que é essencial.

publicado às 03:04

Registo de vendas do Sporting

Rui Gomes, em 08.06.17

 

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publicado às 11:22

Jogo de monopólio

Naçao Valente, em 05.09.16

 

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A Adoração do Bezerro de Ouro, óleo sobre tela, século XVII, Andrea di Lione

 

 

Para a mentira ser segura

e atingir profundidade

deve trazer à mistura

qualquer coisa de verdade...

(António Aleixo)

 

 

É comum dizer-se que o presidente Bruno Azevedo de Carvalho mantém altos níveis de popularidade junto de muitos adeptos. Popularidade conquistada pela imagem de único e possível salvador do Sporting, vindo de uma situação de descalabro financeiro e desportivo. E apesar da atitude desnecessariamente quixotesca do Presidente, atacando tudo o que mexia, a boa prestação da equipa de futebol, apenas com a prata da casa, manteve-o à tona. A inexistência de uma oposição forte e organizada permitiu-lhe gerir a seu bel-prazer a imagem de salvador. Os opositores mais mediáticos, por tacticismo, por indiferença, por expectativa, por falta de coragem, ou por aliciamento estão meio amordaçados.


Nestas circunstâncias é muito difícil ser oposição ao Presidente. E embora a minha influência dentro do universo sportinguista seja igual a zero, não posso deixar passar em branco análises de indefectíveis brunianos, com coluna na comunicação social. Refiro-me a Daniel de Oliveira, colunista semanal do Record. Escreve ele num artigo intitulado “Matraquilhos e Monopólio” e a propósito da venda de activos, que Bruno é um genial jogador de monopólio, em comparação com presidentes anteriores, simples praticantes de matraquilhos, que estavam a afundar o Sporting.


Identifico-me politicamente com algumas ideias de Oliveira, que julgo ser um homem probo, mas entendo que nesta análise, onde incensa, mais uma vez, o seu ídolo, usa uma meia verdade para apoiar os seus argumentos, que no aspecto global, correspondem a uma não-verdade. De facto, o presidente fez uma boa capitalização de activos com as vendas dos atletas João Mário e Slimani. E se usando a s terminologia de Oliveira foi uma grande jogada de monopólio, é preciso acrescentar que o fez graças aos trunfos de que dispõe. E outros ainda poderia usar, como Adrien, William, Rui Patrício. Ao todo e num grande lote, cinco grandes trunfos, que com excepção de Slimani, lhe foram deixados pelos "jogadores de matraquilhos".


A propósito, fiz uma breve pesquisa comparativa e cheguei aos seguintes resultados: entre 1995 e 2016 o Sporting teve sete presidentes, num espaço de 20 anos. É só fazer as contas. Durante esse período consegui encontrar cinco ou seis jogadores do mesmo nível dos que agora existem, e que foram transferidos para grandes clubes europeus. São eles, Figo, Simão Sabrosa, Quaresma, Ronaldo, (ainda júnior) Nani, talvez Veloso. Acentuo, seis activos do mesmo nível dos agora disputados pelo mercado. E independentemente de serem ou não bem negociados, facilmente se conclui que os seis presidentes anteriores tiveram menos trunfos para jogar monopólio em vinte anos, que este presidente teve num único ano.


Pode o jornalista Daniel Oliveira tecer as loas que entender ao seu” santo milagreiro”. Pode, mas não deve em nome da análise séria, fazer comparações de realidades que não são incomparáveis. Pode e deve idolatrar quem quiser, mas sem desvalorizar de uma forma grosseira, seis presidentes e revisionar a história do Sporting. Para mais, a alta propagada popularidade do Presidente dispensa esses favores. Pelo menos enquanto ganhar no jogo do monopólio.

 

publicado às 14:00

As mil e uma dúvidas

Rui Gomes, em 06.05.13

Com esta liderança ou com qualquer outra, teria sempre de haver uma reestruturação da Sporting SAD que inclui, infalivelmente, uma profunda análise e revisão de todos os atletas sob contrato profissional, quer sejam da equipa principal, da B e dos que se encontram em diversos outros clubes, por empréstimo. A começar pelos últimos, o Sporting tem o total de 16 jogadores emprestados, 3 em emblemas portugueses e 13 no estrangeiro. O acordo de empréstimo para todos termina a 30 de Junho de 2013, salvo Elias e Gelson Fernandes que foram cedidos até 2014. Estes serão casos que não requererão decisão imediata. Dos restantes, Evaldo, Grimi, João Gonçalves e William Owusu serão de mais fácil resolução uma vez que os seus vínculos terminam precisamente este verão. Ficamos então ainda com dez, dos quais seis têm contrato até Junho de 2014 - William Carvalho, Wilson Eduardo, Renato Neto, Oguchi Onyewu, Diogo Salomão e André Santos. dois até Junho de 2015 - Pranjic e Nuno Reis - e dois até Junho de 2016 - Valeri Bojinov e Allan Turan. 

 

Decisões do foro técnico em conjunto com as exigências salariais terão de ser feitas relativamente aos referidos dez, muito em especial sobre aqueles que não há muito tempo ainda representavam uma grande promessa: Wilson Eduardo, Renato Neto, André Santos, Nuno Reis e Allan Turan. Visto de fora para dentro e sem dados concretos, não dá para perceber como estes casos serão deliberados uma vez que ninguém da nova estrutura os conhece e, como Renato Neto afirmou recentemente, nenhum representante do Sporting tem ido observar os seus jogos para poder avaliar a sua evolução. Os casos mais complicados - pelo investimento feito à raiz e pelo elevado salário, Bojinov (custou 2,6 milhões por 80% do seu passe); Onyewu, que está emprestado ao Málaga e que tem um salário a rondar 900 mil euros e Danijel Pranjic que se encontra com o Celta de Vigo.

 

Não tenho os dados em relação à equipa B, embora se saiba que Godinho Lopes renovou com alguns dos mais promissores antes da sua demissão. Os mais evidentes são Bruma, cujo contrato termina em 2014, Eric Dier e Tiago Ilori em 2015.

 

Chegamos então à equipa principal, que será, indubitavelmente, o «olho do furação» que se aproxima, acreditando nas palavras do presidente. Este dá a entender, esclarecidamente, que alguns dos activos mais importantes do plantel actual vão ser disponibilizados no mercado. Quais são eles é impossível de adiantar pelo desconhecimento dos relevantes critérios, mas não é missão muito espinhosa antecipar que a atenção vai recair sobre os que estão mais valorizados e têm maior procura: Rui Patrício, Marcos Rojo, Diego Capel, Adrien Silva, Boulahrouz (pela idade e salário) e Labyad. Isto é mera opinião minha, mas não deverá estar longe da realidade, caso aparecem clubes interessados. Lamentarei a saída de Rui Patrício, mas chegou o dia de ele se aventurar no estrangeiro, especialmente, se possível, na English Premier League. Idem para Diego Capel, que tem vindo a ser observado pelo Marselha e por emblemas ingleses, mas os erros mais grosseiros que esta liderança vai cometer será com a venda de Rojo - vai ser um dos grandes centrais europeus - e Labyad - o talento está lá mas ainda não se afirmou devidamente. Jeffren deverá sair, se tiver mercado e talvez também Schaars, que vai ser outra perda de peso. Não imagino o que pretendem fazer com Carrillo e nem sequer quero admitir que estejam dispostos a transferir Rinaudo. Se assim fizerem, aconselho que o Sporting desista do futebol profissional e se concentre nas outras modalidades e não venham os «suspeitos usuais» atirar areia para os olhos com o discurso demagogo do passo certo para um futuro risonho, que servirá para adormecer os mais incautos. Muito embora Jesualdo Ferreira já tenha dado a sua recomendação sobre Joãozinho, a opção de compra é de um milhão de euros e veremos se estãrão dispostos a despender essa verba com ele. Miguel Lopes, pela idade, e imagino que terá um salário razoável, também estará incluído na lista dos transferíveis.

 

Quem ficará, então: Marcelo Boeck, por ser o substituto lógico de Rui Patrício, Valentin Viola, André Martins, Cédric Soares e o trio dos jovens se os conseguirem manter: Bruma, Ilori e Eric Dier. O resto do plantel será preenchido por elementos da equipa B, casos de Ricardo Esgaio, Zezinho, Betinho, Gael Etock, João Mário, etc.. Reforços ?... Nem dá para conjecturar.

 

publicado às 16:34

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