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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Considerações de Jorge Jesus depois do jogo com o Wolfsburg, este sábado. Alguns recados e também um misto de apreciações sobre vários jogadores, não mostrando a mão, no entanto, quanto aos seus futuros planos. Intriga a sua afirmação que não acredita que o onze inicial "vá continuar". Isto, por opção dele ou porque espera algumas saídas ?
«O presidente está atento a essa situação. Estamos no mercado e estamos sujeitos a tudo. Não acredito que este onze vá continuar. E também com a entrada de alguns jogadores e com a chegada de alguns elementos que já estão no clube e estão a crescer o próprio Alan Ruiz ainda está fora das ideias da equipa. O Meli vai-nos ajudar. O próprio Petrovic ainda não está integrado. Tem sido muito intenso para ele. Não está habituado a trabalhar tanto.
Toda a gente viu… Este Sporting não tem nada a ver com o Sporting dos outros jogos, mas isso é natural. Não só acrescentou qualidade e conhecimento de um ano de trabalho. Outra coisa é utilizares jogadores que estão a trabalhar connosco há um mês. E não estou a falar de intensidade, estou a falar de ideias de jogo, de táctica. Os jogadores têm alguma dificuldade de adaptação. Estes que entraram hoje não. Fizeram 45 minutos de grande qualidade. Na 2.ª parte houve uma quebra na equipa, o que é perfeitamente normal. A pré-época é mesmo isto. Agora nestes dois jogos no Algarve já é olhar para o dia 13. Os jogos antes foi para avaliarmos alguns dos miúdos: o Iuri, o Palhinha… Notaram que eles tiveram alguma dificuldade, não só do ponto de vista técnico/táctico, mas também do emocional. Ao contrário do Podence. Esse exagera na autoconfiança. Mas são processos aos quais estamos atentos.
João Mário e Slimani são jogadores do Sporting que têm mercado. Muito mais aqueles que foram campeões europeus. Mas os jogadores não mandam. Quem manda é o clube. Os jogadores têm contrato e, portanto, o presidente é que sabe o que tem de fazer. Todos eles têm contratos de mais anos e a defesa do clube está à frente.
Não vou comentar afirmações de empresário de jogadores. Aqui, aquilo que eles disserem vale zero. O Sporting não contratou empresários: contratou jogadores. Eles é que têm de defender os interesses da entidade patronal. Isso não tem suporte nem argumentos. Seja no Sporting ou em qualquer outro clube. Não são os empresários que mandam nos clubes,.
Dost (Wolfsburgo) e Bou (Racing Avellaneda) são jogadores que têm bons contratos. Este avançado Dost tem mais um ano de contrato. Não é mentira que estamos no mercado à procura de um avançado, se o Teo sair, que ainda não é definitivo, também perdemos o Spalvis. Os avançados são sempre os jogadores mais difíceis de encontrar, são mais caros, vamos tentar encontrar avançados que do ponto de vista económico sejam razoáveis para o Sporting».
Análise do jogo: "Acima de tudo, era importante toda gente adquirir ritmo de jogo e mesmo os que entraram na segunda parte, deram um contributo muito bom. A paragem foi curta, depois de alguns dias é sempre mais difícil voltar, mas a nossa função é dar o nosso melhor para o Sporting estar ao melhor nível."
Saída de jogadores: "Esse assunto aparece todos os anos, claro que queremos manter os melhores jogadores para o Sporting ser o mais competente possível, o Sporting saberá lidar com isso".
Possível saída de João Mário: "O João sente-se muito bem aqui e é acarinhado por todos, será uma decisão dele e acima de tudo do Sporting."
Importância de vencer o Troféu Cinco Violinos: "É um troféu muito importante, dedicado a históricos do Sporting, pode ser uma homenagem. Foi nesse sentido que abordámos este jogo, dar o nosso melhor para honrar o que eles fizeram por este clube".
Regresso a Alvalade: "Foi bom voltar a casa. Já tinha estado aqui no jogo contra o Lyon mas na bancada. Foi um sentimento muito bom, já não ia há muito tempo. Nesta fase há muita gente de férias que não está cá mas eles estão sempre presentes".
Um «capitão» digno da braçadeira. Ainda teve ocasião de comentar que reconhece que no futebol nada é garantido, mas que se sente muito bem no Sporting e preferia não sair.
O meu palpite sobre o onze inicial do Sporting:
Rui Patrício; Ezequiel Schelotto, Sebastián Coates, Rúben Semedo e Bruno César; William Carvalho, Adrien Silva, João Mário e Bryan Ruiz; Alan Ruiz e Islam Slimani.
* Não obstante ser ainda pré-época, Jorge Jesus não vai querer perder este jogo !
É verdade que nada substitui uma vitória (2-1), mas resultado de pré-época à parte - não obstante ter permitido que o Troféu Cinco Violinos fique em casa - mostrou um Sporting, nomeadamente nos primeiros 45 minutos, mais próximo do nível que se deseja para enfrentar a época oficial.
Aproximei-me do onze inicial de Jorge Jesus - houve sempre dúvidas entre Zeegelaar e Bruno César a lateral esquerdo - e contava com Alan Ruiz de início; acabou por entrar na segunda parte. Mas a grande realidade é que o regresso dos campeões europeus faz toda a diferença nesta equipa, com os três médios a controlar as operações e Rui Patrício a intervir quando é necessário, a exemplo da fantástica defesa que fez aos 40 minutos.
O segundo período não mostrou a mesma qualidade exibicional e ainda menos após as inúmeras substituições, período em que o Sporting acabou por sofrer o golo, com algumas facilidades concedidas pela defesa leonina.
Continua a ser um trabalho em progresso e veremos que alterações poderão surgir nos próximos dias, em termos de mais alguma entrada e, especialmente de saídas. Como era esperado, Marcelo Meli foi hoje oficialmente apresentado.
O Sporting foi clara e inequivocamente a melhor equipa em campo, realizando uma exibição de grande nível, mas, lamentavelmente, com a ineficácia de finalização e o guarda-redes "alemão" em destaque, sem esquecer, também, a "estrelinha" que por vezes faz a diferença nestes jogos de tudo ou nada.
Marco Silva surpreendeu - pelo menos a mim - com o onze inicial, optando por Jonathan Silva na lateral esquerda e Tanaka na ponta do ataque. Não desapontaram, pelo contrário, com boas exibições e Tanaka a dispor de algumas excelentes oportunidades para golo, onde a falta de acerto, o guarda-redes e, em uma ocasião, o poste, acabaram por ser determinantes.
Como bem sabemos, não há vitórias morais. A equipa, hoje, deu o seu melhor ao longo dos 90+4', superou o adversário, poderia, e merecia, ter saído do relvado a celebrar. Não aconteceu. Não há dedos a apontar a ninguém. Na realidade, a eliminatória foi decidida no jogo da primeira mão, por uma segunda parte pouco conseguida e uma arbitragem que favoreceu claramente os alemães.
O desgaste deste jogo foi enorme e com a visita ao Dragão a três dias de distância, a recuperação física do plantel é crucial e imperativa.
Parabéns "leões", pela bela exibição.
*** Apenas 23,097 espectadores em Alvalade. Possível indicação que os adeptos não acreditaram na reviravolta.
Os números do jogo
- 54% posse de bola para o Sporting
- 22 remates contra 4 do Wolfsburg
- 9 remates perigosos contra 1
- 6 cantos a favor contra 7
- 8 faltas cometidas contra 9
- 1 fora de jojo contra 2
Marco Silva convocou 21 jogadores para o importante embate de hoje da Liga Europa, sem surpresas algumas, mesmo tendo em conta a ausência do "afastado" Jefferson, e para quem já esperava a inclusão de Slimani, como era o meu caso. A maior dúvida recai sobre os três jogadores a excluir do lote dos equipados e, ainda, o onze inicial.
Os indiscutíveis: Rui Patrício, Marcelo Boeck, Cédric Soares, Paulo Oliveira, Tobias Figueiredo, Naby Sarr, William Carvalho, Adrien Silva, João Mário, Oriol Rosell, Carlos Mané, Nani, André Carrillo, Fredy Montero, Junya Tanaka.
É com alguma dificuldade que considero Sarr um "indiscutível", mas é a realidade de momento. Sobre o lateral esquerdo, creio que Marco Silva só poderá equipar um e a escolha, na minha opinião, recairá sobre Miguel Lopes, por dois motivos: a sua experiência e a capacidade para jogar nas duas laterais e a sua performance frente ao Gil Vicente, a melhor da época. Poderá muito bem continuar a esse nível neste jogo, mesmo do lado esquerdo.
Ryan Gauld não deve equipar, assim como Jonathan Silva. Não ficarei surpreendido se Slimani for para o banco, mas creio que a sua chamada visa principalmente fazer o treinador alemão pensar. Fredy Montero irá estar no onze, mas preferia ver Tanaka. O avançado japonês está a atravessar um bom momento e poderá surpreender neste jogo de tudo ou nada. Montero será mais do mesmo, pouco consequente. Admito que deixei de acreditar neste jogador, mas se ele me surpreender, serei o primeiro a felicitá-lo.
Também acredito que Diego Capel irá para o banco. Marco Silva aprecia a sua atitude e gosta de o utilizar como um género de "abre-latas" na segunda parte de jogos.
Temos 17, portanto, e a última opção é mesmo entre Slimani e André Martins. Se o treinador admitir que em uma situação de desespero ele poderá contribuir, será o argelino a equipar. Considerando o resultado do primeiro jogo, não vejo André Martins em campo.
Alex (Domingos Alexandre Martins Costa) cumpriu quatro épocas (2005 a 2009) no Wolfsburg - onde foi campeão da Bundesliga no último ano - registando também passagens pelo V. Guimarães, Benfica, Moreirense e Fafe. Iniciou a carreira de treinador na época passada ao serviço do Felgueiras e, posteriormente, do Académico de Viseu.
Atribui favoritismo aos alemães, mas acredita na reviravolta do Sporting. Entende que Nani, William Carvalho e Rui Patrício serão fundamentais:
«Seria um erro abordar este jogo com demasiada sede ao pote. Um golo do Wolfsburg afasta, praticamente, o Sporting desta eliminatória. O Sporting tem que marcar, mas fundamentalmente não pode sofrer. Acho que este último jogo (Gil Vicente) trouxe capital de confiança interessante à equipa, nomeadamente ao Nani, que considero ser o jogador mais importante no Sporting. O regresso de William Carvalho também será fundamental. Os alemães têm uma atitude competitiva muito forte. Na primeira mão, o Wolfsburg aproveitou quando o Sporting baixou a concentração e a agressividade. A equipa portuguesa terá de jogar muito concentrada. Este será um factor decisivo. Marco Silva preparou muito bem o primeiro jogo e com o Sporting a jogar em casa, tudo é possível. Bonito seria vencer nos penáltis para darmos um grande abraço ao Rui Patrício. Ele merece-o.»
Ruddy Buquet, de 38 anos, francês, será o árbitro para o embate decisivo de quinta-feira, entre o Sporting e o Wolfsburg. Buquet nunca apitou um jogo do Sporting, mas em Setembro do ano passado dirigiu o encontro entre a Selecção Nacional e a Albânia (0-1). Estreou-se na Liga dos Campeões em Dezembro, no empate (1-1) entre o FC Porto e os ucranianos do Shakhtar Donetsk.
Ainda não tinha tido ocasião de abordar as declarações de Marco Silva na conferência de imprensa pós-jogo na Alemanha, e aproveito para o fazer hoje, dado que é um dia relativamente calmo no universo leonino:
«Fizemos uma primeira parte muito boa, com a estratégia que tínhamos planeado e nunca se viu um grande domínio do nosso adversário. Aliás, a grande oportunidade da primeira parte é nossa.
O primeiro golo é um lance que define o jogo, tira tranquilidade e fez com que tivéssemos de arriscar mais. Pouco depois aparece o segundo, num lance consentido pela nossa equipa. Tivemos de arriscar mais, ainda dispusemos de mais uma grande oportunidade, mas a este nível quando não fazes golos acabas por ser penalizado.
O Uri teve um jogo competente, dentro da nossa organização, melhor na primeira parte como, de resto, a equipa. O mais importante, porque não gosto de individualizar, é o processo colectivo. Não foi só o William que falhou, também não tivemos o Slimani que ficou fora e é um jogador que faz um trabalho diferente daquele que é feito por Montero e Tanaka. Em alguns momentos, é um jogador importante para nós.
Não vi o lance (mão de Vieirinha), mas as informações que tenho é que é grande penalidade. Por norma, e vocês sabem disso, não falo sobre esse aspecto, mas, a ser verdade, era um lance que teria um influência grande no jogo, porque, caso marcássemos, dava outra tranquilidade.
Temos de acreditar até ao limite nas nossas capacidades. Temos de dar tudo para inverter e isso só é possível se acreditarmos na nossa qualidade. Vamos jogar em casa, diante dos nossos adeptos, nada está perdido e vamos lutar até ao último minuto.»
Creio que não há nada de maior a apontar às apreciações de Marco Silva, embora me tenha deixado boquiaberto quando refere a "estratégia que tínhamos planeado" e "dentro da nossa organização", porque, segundo algumas sumidades que visitam este nosso modesto espaço, o Sporting "não parece ter um plano de jogo claro."
Nota: A exibição de Vieirinha contra o Sporting - inclusive da falta para grande penalidade não assinalada que cometeu - devem ter impressionado o emblema alemão, porque logo no dia seguinte ao jogo prorrogou o seu vínculo contratual até 2018. Nunca saberemos o que teria acontecido se o árbitro tivesse cumprido o seu dever. Vieirinha deve-lhe estar muito grato, por várias razões.
Marco Silva - Estudou bem o adversário e montou a estratégia lógica e necessária para o Sporting poder discutir o jogo. Lançou o melhor onze possível, salvo discussão sobre a sua insistência em Montero. Não passa de uma ilusão pensar que o Sporting poderia ter ido para a Alemanha enfrentar o 2.º classificado da "Bundesliga", com mais dois ou três "miúdos" integrados na equipa, nomeadamente no onze inicial. Terá pecado por não recorrer ao banco mais cedo, face à disponibilidade de Carlos Mané e Tanaka. No outro lado da moeda, não beneficiou da tão preciosa estrelinha e, também, de uma arbitragem imparcial. A realidade é que a equipa correspondeu ao que o treinador lhe exigiu, fez 45 minutos de grande nível e poderia ter chegado ao intervalo a vencer por 2-0: a falta de eficácia de Carrillo e a grande penalidade não assinalada. Neste mesmo periodo o Wolfsburg, não obstante a ameaça do seu jogo de transição, criou apenas dois lances perigosos: o remate de Schurrle que exigiu uma boa intervenção de Rui Patrício e uma outra jogada na área em que Paulo Oliveira surgiu a fazer o corte crucial.
Rui Patrício - Excelente exibição, a mostrar que não se deixou afectar pelo desaire no Restelo. Pouco mais poderia ter feito nos golos sofridos mas registou diversas intervenções decisivas que permitiu ao Sporting alimentar a esperança de um bom resultado em solo germânico. Pode não ser um fora-de-série, mas é indiscutivelmente um excelente guarda-redes, o melhor português da actualidade e, acima de tudo, é nosso, formado na nossa casa.
Cédric Soares - Um dos melhores jogos da época do lateral direito. Só tem 1,72 metros, mas foi dos maiores "leões" em campo. Não cometeu lapsos defensivos, sempre muito envolvido nas manobras ofensivas e efectuou um cruzamento milimétrico para João Mário, à boca da baliza, que salvo a incompetência do médio, teria dado o tão precioso golo fora ao Sporting.
Paulo Oliveira - Sentiu algumas dificuldades com os atacantes alemães e esteve nos dois golos sofridos, embora sem culpas exclusivas. Fez o acima referido soberbo corte a cruzamento de Jung (19'). Apesar do resultado e dos golos, seria injusto apontar-lhe uma exibição negativa.
Tobias Figueiredo - Esteve melhor que o seu companheiro da defesa, embora também com responsabilidades inerentes a lapsos no eixo. Saiu bem a jogar e exibiu uma eficácia razoável nos passes. Continua a ser um trabalho em progresso e com muita promessa.
Jefferson - Foi o elemento mais fraco da defesa e pouco contribuiu no ataque. Sentiu muitas dificuldades para travar os alas do Wolfsburg, nomeadamente Vieirinha, e errou muito nos passes. Um dos piores elementos em campo.
Oriol Rosell - Sem deslumbrar, integrou-se bem na equipa e cumpriu com o que lhe foi exigido por Marco Silva. Muito discilinado tacticamente e eficaz na recuperação de bolas. Falta-lhe confiança para elevar o seu jogo a uma outra dimensão.
Adrien Silva - Como o resto da equipa, muito melhor nos primeiros 45 minutos. Foi baixando de rendimento e acabou por pecar tanto no controlo da bola como nos passes errados.
João Mário - Fez uma boa exibição, embora demonstre falta de serenidade no último terço do terreno. Aquele desperdício a cruzamento de Cédric, à boca da baliza, é inadmissível a este nível.
André Carrillo - Fez o possível para desequilibrar enquanto teve pernas, mas não conseguiu o nível de performance que já se viu dele esta época. Não obstante o grau de dificuldade, poderia ter feito melhor no lance da primeira parte em que foi isolado pelo passe de Nani.
Nani - Ainda não mostrou o seu melhor jogo desde que regressou de lesão. O Sporting necessitava do Nani, neste jogo, ao nível do que se verificou na Champions. Bons pormenores, a espaços, a condizer com o seu enorme talento, mas, em geral, uma exibição muito aquém do que se esperava e desejava.
Fredy Montero - O mesmo jogador "desaparecido" que, infelizmente, se tem visto em diversos outros jogos. Foi um elemento inconsequente em Wolfsburg, quase deixando a ideia de que o Sporting estava a jogar com dez. Marco Silva tem de ter o discernimento de o sentar no banco e permitir a Tanaka o seu primeiro jogo como titular (salvo na Taça da Liga) já frente ao Gil Vicente e com o segundo jogo com os alemães em mente.
Carlos Mané, André Martins e Tanaka - Esforçaram-se, touxeram mais alguma dinâmica ao jogo, mais não tiveram tempo de jogo suficiente para fazerem a diferença e, também, porque de nenhum deles surgiu um qualquer lance de inspiração ao fechar do pano.
Apesar de ter sentido algumas dificuldades em contrariar a velocidade do jogo de transição do Wolfsburg, o Sporting fez uma primeira parte de bom nível e até criou uma grande oportunidade para golo, aos 34', quando Nani serviu Carrillo à entrada da área dos alemães, com o seu remate a passar centímetros ao lado do poste. Este primeiro tempo também ficou marcado por uma grande penalidade não assinalada pelo árbitro israelita, aos 44', quando Vieirinha leva o braço à bola.
Ficamos com a sensação que o Sporting acusou o desgaste dos primeiros 45 minutos e veio do intervalo com menos intensidade, cometendo logo de imediato um péssimo erro defensivo que permitiu a Dost isolar-se perante Rui Patrício e inaugurar o marcador.
O segundo golo alemão, aos 63', novamente por Dost, deve-se a outro erro de cobertura defensiva, quando Paulo Oliveira permite que o avançado holandês iluda a sua marcação e desvie a bola para dentro da baliza do Sporting. Escassos minutos depois, salvo erro aos 69', só uma excelente intervenção de Rui Patrício impediu o "hat-trick", e, mais uma vez, foco negativo na defesa leonina.
Depois do segundo golo, o jogo baixou de intensidade e a única grande oportunidade de golo para o Sporting surgiu aos 73', quando João Mário falhou um cabeceamento mesmo à boca da baliza alemã.
Marco Silva não surpreendeu pelo onze inicial, com Oriol Rosell a preencher a vaga pelo castigo a William Carvalho. O médio espanhol não ofereceu a dimensão de jogo de William, mas também não comprometeu, fazendo uma exibição tacticamente muito disciplinada.
Este Wolfsburg é uma boa equipa com excelentes talentos, mas não é "papão" algum. Faltou ao Sporting a já bem conhecida criatividade e penetração pelo meio do terreno e um nível de jogo que lhe permitisse exercer maior pressão sobre a defesa alemã. Será injusto apontar o dedo a Fredy Montero, exclusivamente, mas foi inconsequente durante a maior parte do jogo e só surpreendeu a sua muito tardia substituição (80').
Diria que além de Rui Patrício, Cédric Soares e João Mário estiveram em bom plano, Carrillo fez o possível enquanto teve pernas, Nani ainda longe da sua melhor forma, e Jefferson a demonstrar dificuldades defensivas.
O Sporting ainda tem uma palavra importante a dizer nesta eliminatória, mas o objectivo está agora mais complicado pela ausência de pelo menos um golo fora de casa.
«Voraz mas criterioso, intenso mas frio na hora de atacar a presa. Veloz e inteligente mas igualmente com lacunas quando se vê cercado.»
Conheça o adversário do Sporting na Liga Europa, "uma equipa que pouco ou nada desperdiça".
Análise interessante da autoria do comentador Nuno Presume.
Hoje temos "Noite Europeia", embora um pouco mais cedo (18h00) do que é habitual, na cidade de Wolfsburg, onde, entre os 123 mil habitantes, encontram-se cerca de 450 portugueses. Entre alguns desses mais os que são esperados de Portugal, estarão cerca de 2000 no "Volkswagen Arena" para apoiar o Sporting. Alguns factos sobre o jogo a contar para a Liga Europa:
- Capacidade do estádio é de 22 mil espectadores.
- A previsão meteorológica é zero graus à hora do jogo.
- Vieirinha é o único português na equipa alemã e deverá ser titular.
- Ricardo Costa jogou no Wolfsburg entre 2007 e 2010.
- O Centro de Portugal de Wolfsburg - fundado em 1965 - será o ponto de concentração para os portugueses que vão assistir o jogo.
- O herói do momento do adversário do Sporting é o ponta de lança holandês Bas Dost, que recentemente marcou quatro golos ao Bayer Leverkusen.
- Andres Schurrle, que chegou à equipa no mercado de Janeiro a troco de 32 milhões de euros, estreia-se na Europa pelo seu novo clube. Recorde-se que marcou um golo ao Sporting, em representação do Chelsea, na fase de grupos da Liga dos Campeões.
- O central brasileiro Felipe Lopes e o médio-ofensivo Ivan Perisic não defrontam o Sporting, devido a lesões.
- Os médios-defensivos Luiz Gustavo (brasileiro) e Josuha Guilavogui (francês) estão castigados.
João Brás, alentejano que reside em Wolfsburg, sportinguista confesso: "Gostava muito que o Sporting pudesse vencer, mas vai ser muito difícil. Eles têm uma grande equipa, uma grande capacidade, e estão a atravessar um momento muito bom. Penso que o empate já não seria nada mau."
Para uma equipa que nunca venceu na Alemanha, concordo que o empate seria um bom resultado para o Sporting. Mas... o jogo é disputado no relvado, onde tudo é possível.
Alon Yefet, israelita, de 42 anos, já dirigiu oito jogos com equipas portuguesas, quatro vezes o Sporting, a última das quais na fase de grupos da Liga Europa de 2012/13, pelo empate a 0-0 com o Basileia, em Alvalade.
Esta época já esteve em Portugal, para um jogo do Estoril, também para a fase de grupos da Liga Europa.
O Wolfsburg goleou esta sexta-feira o poderoso Bayern Munique, por 4-1, em jogo da 18.ª jornada da "Bundesliga".
Com este resultado, o adversário do Sporting na Liga Europa solidificou o 2.º lugar no campeonato alemão, agora a oito pontos do adversário que acabou de derrotar. Até este ponto, regista 11 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, 37 golos marcados e 18 sofridos.
Não é que seja novidade, mas sublinha o grau de dificuldade que espera o Sporting na prova europeia.
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