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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
É óbvio que o treinador tem que transmitir a mensagem que não há titulares, que qualquer um pode entrar ou sair da equipa. A mensagem dita para fora e para dentro é essa e terá que ser essa mesmo, mas na prática sabemos que não é bem assim. É fácil percebermos quem são os titulares, os testes são feitos na pré-época e a equipa titular ganha aí os seus contornos decisivos, o plantel vai sendo dividido em 3 grupos: os titulares que podem até ser 12 ou mesmo 13, 5/6 elementos que rodam na hora de substituir e por último, o dos menos utilizados.
Campeão será sempre a equipa que conseguir maior regularidade durante toda uma época, que se torna desgastante para todos, para isso terá forçosamente que rodar o seu plantel. Num grupo mais limitado em número e com tantas competições, fica mais fácil para todos os jogadores do plantel sentirem-se úteis e importantes, porque irá sempre chegar a vez deles. Só a qualidade técnica de cada elemento no grupo dos menos utilizados não chega, no precisam de ter também grande capacidade mental, de perceber o seu real papel na equipa, mantendo a concentração máxima nos objectivos que definiram para a época.
Uma das particularidades do sistema que o Rubén utiliza nos jogos, muito trabalhada de forma exaustiva há várias épocas consecutivas, tem um grau muito elevado de exigência física. Os jogadores que começam de início têm uma carga disponível muito equiparada entre todos, podem dar, mantendo a mesma intensidade e velocidade perto dos 60/65 minutos. Tudo o que tiverem que fazer a partir desse ponto, principalmente nos casos de esforço extra, quando na procura de ultrapassar resultados adversos, entrará em desgaste acelerado. É nesse momento que começa a necessidade de gestão dos titulares, saírem de cena e substituídos por outros colegas e terá que ser assim em todos os jogos.
A temporada é longa e estamos todavia no início, ainda nem iniciaram 2 das 4 competições e todos querem seguramente chegar ao último terço da época bem colocados em todas elas e ainda com as energias necessárias para discutir os jogos finais, que acabarão por decidir os objectivos.
O treinador do Sporting prefere ter um grupo mais pequeno, mesclado na maioria com jogadores novos que ainda procuram chegar às ribaltas e por isso com mais paciência de esperar a sua vez, quando se sentam no banco. Desde a pré-época que cada um conquistou o seu lugar hierárquico no grupo, o treinador fez as suas escolhas e agora só terá que manter a justiça e a coerência das mesmas para que ninguém se venha a sentir injustiçado. No treino diário a disputa continua pela hierarquia, segurar o lugar que ocupam para uns, ou no caso dos menos utilizados, tentar conquistar uma posição mais acima nessa lista de escolhas do treinador.
Na hora das substituições, há vários aspectos que influenciam o rendimento da equipa: o resultado do jogo no momento da decisão define em muito as instruções que lhes são dadas, o que lhes é solicitado, depois a condição física dos que jogam os 90 minutos e a sua disponibilidade para ajudar os que entram, porque não é só os que entram que têm que ajudar os que lá ficaram, a ajuda terá que ser recíproca, o único factor que os une a todos é o objectivo da equipa que terá que estar sempre acima de tudo.
Texto da autoria de Julius Coelho
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