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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Primeiro-Ministro, excluiu os dirigentes do FC Porto, das felicitações que enviou pela conquista do campeonato. O Presidente da República foi mais longe e omitiu qualquer voto, relativamente ao campeão.
Pinto da Costa, igual a si próprio, acusou o toque e lançou-se numa costumeira diatribe contra a centralização e a asfixia de Lisboa.
O Primeiro-Ministro é um político sagaz que não dá ponto sem nó e o Presidente é aquela pessoa esfuziante que conhecemos, pródiga nos seus afectos. Em circunstâncias normais, ter-se-iam desdobrado em encómios, em altura tão propícia, mas claramente estão concertados nesta surpreendente atitude e a questão será de saber a razão pela qual o fizeram.
Não creio que se trate de sobranceria centralista ou sequer até de distracção. Acho que o fizeram intencionalmente e com um propósito claro de demarcação.
Pinto da Costa, como se sabe, está actualmente a ser investigado no âmbito da "operação prolongamento" e os indícios que apontam para a prática de ilícitos graves são, pelo que diz a comunicação social, muitos e variados.
A presunção de inocência é uma coisa muito bonita, mas não há homem público nenhum que goste de ficar colado ao que pode vir a ser um escândalo de grandes proporções e, em obediência à boa jurisprudência das cautelas, descartam-se.
O mundo mudou, mas Pinto da Costa ainda não percebeu isso e continua agarrado aos estereótipos dos anos oitenta. Pela primeira vez em quarenta anos, o poder político não se vergou a Pinto da Costa e emitiu um juízo, implícito, mas nem por isso menos claro, de reprovação.
Tem a palavra a Justiça. As buscas que o Ministério Público realizou datam de Novembro de 2021. Eu respeito os tempos da investigação, mas este silêncio de quase seis meses, presta-se a todas as especulações.
Artigo da autoria de Carlos Barbosa da Cruz, em Record
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