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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
No ano 2000, em Dezembro, o técnico (Mourinho) esteve bem perto de suceder a Augusto Inácio e tudo estava acordado com o emblema de Alvalade. No entanto, Luís Duque, na altura presidente da SAD, voltou atrás com a decisão, face à opinião dos adeptos.
"O Duque ia anunciá-lo no Sporting depois de um treino, mas adiou devido ao impasse e críticas dos adeptos. Depois tudo caiu por terra e eu estava com o Mourinho e ele só disse ‘Mas está tudo tolo?’ completamente irritado", referiu.
‘Mourinho: Derrière le Special One’ o novo livro de Nicolas Vilas
Estas informação é só por si bastante significativa e dispensava comentários. Mas pareceu-me interessante fazer uma breve reflexão.
Será o Sporting um clube de tolos?
A resposta é não... No entanto, se perguntarmos se existem tolos no Sporting, temos que admitir que sim, como aliás se verifica noutros clubes e na sociedade. Estou convencido que serão uma mera minoria ruidosa, e que, ao contrário da maioria silenciosa, tem tido influência perniciosa na longa vida da nossa colectividade, como aconteceu na contratação falhada de Mourinho.
Uma outra constatação que se pode apurar é que a espécie humana nem sempre aprende com os erros. Ainda recentemente o Sporting passou por um período de tolice, com apoio dos verdadeiros tolos e de outros que pela sua ingenuidade se deixaram enganar. Como foi possível acreditar que alguém sem currículo profissional e de vida, tinha perfil para dirigir uma instituição, como o Sporting Clube de Portugal? Pior. Como é possível insistir na mesma solução?
Dir-me-ão, que isso são águas passadas. Aparentemente são, mas na realidade não é tanto assim. Os tolos, que mesmo perante tantas evidências teimam em idolatrar esse ignóbil passado, e manter viva a esperança do seu regresso, continuam por aí. E se durante a grave crise sanitária e económica por que passamos no Mundo, (onde a sobrevivência dos clubes é bem evidente), estão um pouco mais discretos, não desistiram e apenas esperam melhor oportunidade.
Vou dar alguns exemplos. Nos blogues que nas redes sociais assumem a defesa da tolice, a teoria dos ditos tolos continua bem viva. Se não vejamos: aquando do incumprimento do pagamento ao Sporting de Braga da prestação referente à contratação de Amorim, com a alegação de atraso nas receitas programadas, que posição tomaram? Colocaram-se contra a Direcção acusando-a de caloteira. Fosse ela dirigida por um tolo e seria elogiada.
Ao invés, e segundo uma notícia de O Jogo, onde se referia que o Sporting CP não estava a receber os pagamentos estipulados com a venda de Bruno Fernandes, porque a entidade bancária com a qual estava contratado o pagamento, aludia a dificuldades relacionadas com a situação especial que vivemos, quem criticaram? A Direcção, pois claro. Porquê? Porque é incompetente, não pega num canhão e não assalta essa instituição. Estivesse um tolo na presidência e já o teria feito. Mas como não o temos, voltaram à velha cantilena da demissão dos órgãos sociais, como se tivesses em tempo de continuar a brincar às tolices. Mas continua tudo tolo?
Estes exemplos fazem ver à sociedade porque é que o nosso nobre Clube não estabiliza. Não somos um Clube de tolos... mas um Clube onde os tolos insistem em manter viva a prática da tolice. Porque o verdadeiro tolo gosta mais dela do que do próprio Clube.
P.S.: A propósito do tema deste texto, lembrei-me de uma discussão a que assisti em 1976 sobre o ataque bombista à embaixada de Cuba, em Lisboa. Dizia um militante comunista:
-Agora os russos deviam vir cá bombardear-nos.
Respondeu o seu interlocutor.
-Afinal você é português ou russo?
Para bom entendedor.
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