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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Em primeiro lugar, permitam-me esclarecer o que é mais óbvio: não sou advogado de defesa do conselheiro leonino Rui Barreiro e discordo veemente do rumo que o presidente do Sporting pretende seguir, nomeadamente a realização de uma Assembleia Geral, apenas e tão só para poder confrontar num fórum do seu inteiro conforto e confiança, um solitário sócio que discorda de algumas das suas tomadas de decisão. Na realidade, acho isto ridículo e até um abuso do seu poder como líder do Conselho Directivo.
Tenho vindo a ler os comentários dos leitores, a maioria dos quais manifestam apoio à decisão de Bruno de Carvalho e sublinham que foi Rui Barreiro que exigiu a convocação de uma Assembleia Geral. Inclusive, também foi aqui referido que ele teria iniciado uma recolha de assinaturas para esse fim. Assente na informação que chegou à praça pública, pelas declarações do conselheiro leonino - mais recente no dia 22 de Dezembro - isso não corresponde à verdade.
Rui Barreiro fez apenas uma chamada de atenção para a necessidade de os sócios serem clarificados quanto à decisão do TAS no caso Doyen, entre outras considerações. Sugeriu, neste contexto - e repito, sugeriu - que essa clarificação podia ser dada numa Assembleia Geral, numa reunião do Conselho Leonino ou numa reunião do Conselho Directivo.
Já li duas versões desta falsa premissa e não tenho dúvidas algumas que a alegada exigência sobre a realização de uma reunião magna não é mais do que a interpretação dos respectivos autores.
Mas mesmo admitindo que essa AG venha a realizar-se, há uma outra importante consideração que Bruno de Carvalho deixou omissa, por razões que só ele poderá explicar. O TAS limitou-se a divulgar uma ideia geral da sua decisão e deixou claro que o teor do acórdão é preservado no segredo de Tribunal, uma vez que as partes não consentiram à sua divulgação. Não sabemos se o Sporting gostaria ou não de ver o acórdão completo publicado, mas consta que a Doyen não consente. Até nem dá para compreender a razão desta sua opção, uma vez que a decisão do Tribunal lhe é favorável e nada de consequente pode adiantar sem ser confrontada pelo Sporting.
Reitero o que já aqui deixei claro em comentário: acho tudo isto um autêntico desperdício de dinheiro, tempo e de recursos humanos, pela discórdia de uma única pessoa, mesmo que essa pessoa tenha o apoio não revelado de outros. É sem dúvida alguma importante que este caso da Doyen seja clarificado, mas, na minha opinião, o que preocupa Rui Barreiro não é a decisão em si, uma vez que o principal já é do domínio público, mas sim as suas consequências para o Sporting e, sobretudo, o plano de acção do presidente para satisfazer a obrigação imposta pelo Tribunal.
Seja através de uma reunião do Conselho Leonino ou, como até já sugeri, via um debate livre na Sporting TV, é possível encontrar uma solução sem a realização de uma Assembleia Geral. Esta, a acontecer, poderá contar com a participação de poucas centenas de sócios, a maioria dos quais afecta a Bruno de Carvalho. Os restantes milhares de sportinguistas, milhões até, ficam no escuro à espera de informações em segunda e terceira mão.
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