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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
“Um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa”, foi a frase escolhida por José Alvalade, fundador e presidente do Sporting CP, para o caracterizar. A ambição assumida por José Alvalade podia parecer de difícil concretização, num país periférico, mas não é totalmente descabida. Passado mais de um século de altos e baixos, o Sporting não sendo um dos maiores, é conhecido como um clube de âmbito europeu.
O resultado deste último jogo da Champions, uma vitória sobre um dos grandes colossos europeus, demonstra que, apesar de menores meios financeiros, o Sporting também os pode vencer. É verdade que foi um jogo em que tudo correu bem e onde não faltou a estrelinha, mas o resultado deve-se também à competência de uma equipa, que tem vindo a evoluir positivamente desde alguns anos.
A evolução positiva da equipa, não se pode desligar do trabalho dos técnicos, dirigidos por Rúben Amorim, sem esquecer que com menos visibilidade, a direcção comandada por Frederico Varandas, deu um apoio incondicional à estrutura do futebol. Contra ventos e marés, apostou num treinador em início de carreira, e que revolucionou o futebol do clube. Em quatro anos, conquistaram-se 6 títulos, incluindo dois campeonatos nacionais.
O treinador Amorim está de saída, mas temos de reconhecer que transformou o futebol profissional. Há quem defenda que lhe devemos estar gratos, outros que nem por isso. Considero que foi uma óbvia relação profissional mútua, na qual lhe foram dadas boas condições, que soube aproveitar. Nesta linha, se melhorou o futebol do clube, também evoluiu e cresceu como técnico, pelo apoio que sempre teve dos gestores e dos adeptos. Nesse sentido, talvez não se deva colocar a questão dos agradecimentos.
A saída repentina do técnico, que tanta discussão gerou, não me espanta. Pode espantar quem não conhece a natureza humana. Esta, para simplificar, move-se pelo egoísmo e pelo poder, salvaguardando naturais excepções. O cidadão Rúben Amorim não fugiu de modo algum à regra... Palavra, valores são mera letra morta. Não deve ser incensado, nem ostracizado. Saiu, como alguns dizem, pela porta pequena, mas vai deixar uma equipa muito competente, bem motivada, com ambição de ganhar. Não é nenhum drama. Não há insubstituíveis. Alguém ocupará o seu lugar. O Sporting CP continuará como grande clube nacional e europeu.
Cabe à nova equipa técnica, seja qual for, dar seguimento ao projecto em curso. A equipa mostrou neste jogo com o Manchester City e nos anteriores, que já está num nível superior no panorama europeu e nesta época até pode fazer história, como era o desejo dos seus fundadores. Mas para que isso se torne numa regra permanente, é imperativo manter os melhores jogadores. A manutenção do plantel parece dar a entender qual é o caminho. Mantendo uma boa prática financeira é possível manter plantéis competitivos dentro e fora de portas. Acredito no presidente Varandas e na sua estrutura, para que isso aconteça. Uma gestão competente, permite fazer mais com menos. E passo a passo, quem sabe, se não estamos mesmo a caminhar para sermos dos maiores da Europa.
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