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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Completou-se um mês desde que publiquei o primeiro post no Camarote Leonino. Aceitei o convite por estima e admiração pelo Rui Gomes e porque o Camarote constitui uma referência incontornável na blogosfera leonina. E, também, porque sinto um grande prazer em debater questões relativas ao Sporting Clube de Portugal.
Desde que me lembro sou assim, tomando sempre partido pelo que considero ser o melhor para o clube de José Alvalade e Francisco Stromp,visando a sua “glória” e a sua afirmação no contexto associativo e desportivo.
Ao assumir a função de redactor tornou-se evidente que me transferi de uma “zona de conforto”, feita de comentários a posts, para uma “zona de exposição” em que cada parágrafo chega a ser dissecado. É natural e é bom que assim seja. Cada post vive, também, do seu contraditório, sem isso perderia qualidade e finalidade. Como escreveu o Fernando Pessoa, para um conhecido slogan publicitário, “primeiro estranha-se, depois entranha-se” !
Por conta de alguns textos houve quem me intitulasse de lampião e de lambuça. Creio que isso aconteceu pela primeira vez na minha vida. Se eu tiver de me localizar em algum sítio no clube será num grupo de sportinguistas um tanto heterogéneo que em meados da primeira década deste século alertava para o perigo do abastardamento do Sporting num tempo de grande euforia empresarial. Minoritários, é verdade, mas uma referência na reflexão crítica ao caminho que então se trilhava.
Reconheci em tempos mais antigos grande mérito a Brás Medeiros, presidente em dois momentos difíceis do nosso clube e que não invocou a “pior classificação de sempre” para justificar eventual falha de liderança. Para mim, foi um dos melhores presidentes do Sporting. Depois, considerei algum mérito a Amado de Freitas, apesar da sua presidência infrutífera, e num tempo mais próximo a Dias da Cunha, não obstante decisões contraproducentes. De João Rocha não falo que é quase intocável. Se votasse em 2013 optaria por Couceiro, sem entusiasmo, mas com confiança.
Conheço a importância das redes sociais neste tempo que avidamente se nos escapa por entre os dedos como espaços singulares de permuta de ideias, conceitos e projectos, desempenhando o papel que Manuel da Fonseca referiu para o Largo, como o “centro do mundo”. Agora, muitas luas depois, o Largo pertence a um passado que apesar de tudo se prolonga no presente, coexistindo com o desenvolvimento das telecomunicações e da informatização que transformaram o mundo numa aldeia global. Os blogues e o facebook são os actuais protagonistas, entre outros, da construção dessa aldeia global.
Enquanto adeptos sportinguistas temos o privilégio de apreciar aquilo que o desporto e o nosso clube proporcionam a cada um de nós desde que se conhece. Olhar com olhos de paixão o voo felino do guarda-redes sobre a linha da baliza, o atleta da maratona que altivo cumpre a última centena de metros, o hoquista que num gesto imprevisto dispara a bola feita bala. Ou, quando tudo já parecia perdido, o golo redentor que recompensa mil angústias!
Esta é a outra parte da nossa vida, do nosso Sporting e de nós próprios, que pretendemos que permaneça por muito tempo para além de nós. Por tudo isso, por uma multiplicidade de ideias e de sentimentos, de memórias e de convicções, sinto imenso orgulho e grande responsabilidade por integrar a equipa redactorial do Camarote Leonino.
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