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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A contratação de Jorge Jesus pelo Sporting implicou uma operação financeira de dimensão invulgar para o nosso clube.
Parece que algo que não bate certo nesta história. Há uma semana o clube propunha-se vender bifanas a 40 euros para angariar fundos. Hoje contrata um dos treinadores mais caros da Europa!
Refiro-me ao dinheiro e à sua proveniência, obviamente. O dinheiro arranja-se quase sempre, pelo menos até certo ponto, embora com contrapartidas. Até pode ter origem no empréstimo obrigacionista. Mas, paira por aí o espectro de que não há almoços grátis.
Diz-se que José Maria Ricciardi e Álvaro Sobrinho estiveram por trás de tudo isto. Aliás, nos últimos anos permaneceram sempre atrás da cortina. Apoiaram Godinho Lopes, continuaram na reestruturação financeira, de seguida inspiraram Bruno de Carvalho.
Agora, iniciando-se o 3º Ano da actual presidência, consideraram que chegou a altura de recolher o jogo, baralhar as cartas e voltar a distribuir. Ficou-se a saber o que alguns já suspeitavam e outros diziam em surdina: o presidente eleito tornou-se um “funcionário” da Banca credora.
No que concerne à questão financeira estou convicto que se hipotecou a Sporting SAD e um dia destes ainda vamos assistir à tentativa de alteração do carácter secular do clube através da apropriação por um pequeno grupo da maioria da SAD. Na devida altura haverá uma Assembleia Geral devidamente organizada e dramatizada para que o plano seja bem sucedido.
Houve um tempo em que, convicto ou não, Bruno de Carvalho apresentou o seguinte no programa à presidência do Sporting, em 2013: “O treinador será mais uma peça de uma máquina que tem de funcionar em pleno, uma peça importante evidentemente, mas nunca um ser genial e providencial a quem se pede que resolva todos os problemas da equipa e, por vezes, até do próprio clube.”
Cada um de nós conhece o significado das palavras. Sabe-se que Jorge Jesus não encaixa nesta definição de “peça de uma máquina”.
Acompanho com curiosidade a hipotética saída de Inácio, pois a concretizar-se implicará deixar o futebol nas mãos do treinador e do presidente (por esta ordem!). Sendo assim, altera-se o paradigma de que é a “estrutura” que determina o futebol, sendo substituída pelas referidas pessoas.
Recordar agora palavrões a propósito do “rigor financeiro” ou que a “Banca não manda no Sporting” só é possível com um sorriso mordaz perante a arte e a manha de quem meteu tantos crédulos numa algibeira. Para além da ética e da moral, da transparência e da crítica do dinheiro cuja proveniência era suspeita que também foram pelo esgoto abaixo.
Um dia destes alguém exclamará “volta Godinho Lopes, estás perdoado”. Se isso não acontecer é porque nestas coisas dá jeito ter sempre à mão um bode expiatório a quem se atiram as pedras quando as coisas correrem mal.
Mudou o paradigma, portanto. Viva o “sponsorship”!
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