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Uma andorinha não faz a primavera

Naçao Valente, em 17.08.22

A frase do título que até serviu de mote para uma canção do saudoso cantor Carlos do Carmo, aplica-se à saída do jogador Matheus Nunes do Sporting, que tanta discussão tem gerado. E aplica-se com toda a propriedade, pois uma equipa de futebol, composta por várias individualidades, só terá sucesso se elas se constituírem como um colectivo coeso. Quem não tem memória curta lembra-se que ganhámos jogos com dez e contra onze.

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Matheus Nunes é um jogador bem acima da média, o que se pode chamar na linguagem popular, um craque. Quem não gostaria de ter uma equipa com onze Matheus Nunes, em todas as posições, mas a verdade é que não conheço nenhuma equipa que assim seja. Uma equipa de futebol é constituída por “estrelas”, e por “carregadores de piano”. E é na articulação entre todos, em prol do conjunto, que tem mais ou menos êxito.

A perda de um jogador muito influente poderá causar alguma perturbação do ponto de vista individual, mas o mais importante é não se perder a dinâmica do grupo. E qualquer técnico sabe que tem que estar preparado para substituir jogadores, em função de castigos e lesões. Neste sentido, parece-me um autêntico disparate dizer, como já li, que a ausência do Matheus no Dragão, é sinónimo de derrota. Imaginando que Matheus jogava, quem pode garantir que não fazia um jogo menos conseguido? Quem pode garantir que com Matheus ganhávamos, e que sem ele perdemos? Quem pode garantir que com Matheus seríamos campeões, e que sem ele não seremos?

Não pretendo com isto desvalorizar a importância do jogador, que o treinador tentou segurar até ao limite, mas não consigo entrar na dramatização que alguns adeptos criam à volta da questão, como se a ausência de uma peça, por mais importante que seja, ponha em causa a prestação da equipa nas provas que tem que disputar, indo até ao absurdo de se pôr em causa o próprio projecto. Continuamos a jogar com onze, e como dizia um treinador famoso, se não joga o Zé, joga o Manel. Para além disso, o mercado continua aberto e, certamente, porque o negócio do Matheus não se fez de um dia para o outro, já estão previstas alternativas.

Confio na equipa técnica e estou convicto que encontrará a solução adequada para que a equipa mantenha a sua dinâmica de jogo, que esteja focada e motivada para ganhar, que dispute cada lance como se fosse o último. Haverá no plantel gente de qualidade à espera da sua oportunidade. Quero lembrar, como exemplo, que se Acuña não tivesse saído, Nuno Mendes não teria tido, tão cedo, a oportunidade que teve, e que o catapultou para altos patamares, tendo com a sua saída aberto a porta a Matheus Reis, que para a sapiência de muitos adeptos, era um flop.

Portanto, e em jeito de conclusão, gostava que na análise geral destas situações, houvesse um pouco mais de ponderação e não se partisse para radicalismos extremos, sem qualquer base credível. O campeonato é uma prova longa, onde a regularidade é fundamental. Não adianta chorar sobre o leite derramado. Temos de contar com os que estão e fazer de cada jogo uma final, a começar pelo próximo.

Para além da saída do jogador apenas do ponto de vista da sua função desportiva, existe a questão das mais-valias que vai gerar, que merece, só por si, uma outra abordagem.

publicado às 03:04

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1 comentário

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De Luís Antunes a 17.08.2022 às 07:55

O problema não é a venda do Matheus (eu só deixaria sair após o dragão, mas por uma questão de coesão no grupo). O problema é que jogue o Zé, o Manel ou o Gaspar, do outro lado estarão sempre os Dias, os Pinheiros e os Nobres e, portanto, não o Matheus que vai fazer falta. "Num mundo perfeito", como disse o Miguel Braga, o plantel até chegaria como está. Mas a nossa liga não é esse mundo perfeito.

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