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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Deu para reparar no tom dos apoiantes (pagos e não pagos) do Bruno Carvalho algum desespero nos comentários que aqui colocaram aos nossos posts nos últimos dias. Percebi agora porquê – a conferência de imprensa lamentável de 6ª feira passada que só consegui ver ontem na íntegra, apenas não é fatal para o Bruno Carvalho porque quase ninguém a terá visto.
A ameaça latente / concretização de despedimento do Marco Silva que nesta altura em nada beneficia o Sporting, mostra que existe já uma grande desorientação e que as várias trocas nos assessores de comunicação não ajudam a resolver. A questão é mesmo mais a nível psicológico e de personalidade e isso não muda facilmente.
Voltou em força à conversa das 24 horas de trabalho e do sonho de infância que já enjoa, os auto-elogios até no caso do “Facebook” que mostra que não aprende com os erros e ainda a permanente campanha eleitoral com a referência à concretização das medidas do programa eleitoral (foi pena não ter referido aquela parte das contratações cirúrgicas).
O “quem diz é quem é“ quando refere as “sacanices”, revelam claramente a falta de maturidade e estofo para ocupar um cargo com esta responsabilidade.
A mim o que mais me chocou ainda foi a permanente vitimização “querem desestabilizar-me” e a personalização de tudo nele e identificar-se com o Sporting: “um ataque ao Presidente é um ataque ao Sporting”, quando ele próprio, em muitos casos até bem, “atacou” diversas vezes o anterior Presidente do Sporting. É a mesma coerência quando o maior defensor dos fundos que já tivemos é agora o seu grande inimigo.
Ri-me muito quando fez a referência aos papagaios, quando tem dois dos mais conhecidos que são os seus maiores apoiantes, “elos de ligação aos sócios” e que nome se dá a pessoas que gostam de falar muito e só dizem asneiras ou nem dizem nada?
Ainda tem a lata de apelar à concentração dos jogadores quando é o primeiro a tentar desconcentrá-los (felizmente no plantel ninguém lhe liga nada) e ainda diz coisas como em “profissionais de futebol não há desestabilização” como se ele soubesse alguma coisa de futebol e de como funcionam os futebolistas. Referir os dois últimos jogos do campeonato como “cruciais” é de uma enorme falta de noção e se a ideia era arranjar mais desculpas para despedir o Marco Silva, para já deu-se mal.
A referência ao Marco e ao macaco foi já uma coisa a nível de primata e a frase que lhe saiu “ainda não houve telefonema do treinador ao Presidente” a referir-se ao almoço com Pinto da Costa, mesmo que depois disfarçada, é absolutamente sibilina e mostra o mau carácter e falta de escrúpulos do Carvalho, mesmo que tenha havido histórias para trás complicadas da parte do Marco Silva (mas se assim fosse já o teria que ter despedido). Não tenho qualquer duvida que a noticia foi “plantada” pelo próprio Presidente do Sporting ou alguém ligado a ele com o objectivo de descredibilizar o Marco Silva.
Em tudo, fez-me lembrar muito um antigo Presidente dum clube rival que também tinha momentos de devaneios como este e uma “guarda pretoriana”. A minha mulher que ia espreitando a TV perguntou-me ingenuamente se ele estava bêbado e talvez só isso poderia desculpar o que se passou nesta conferência de imprensa surreal e embaraçosa para um clube com a nossa história e tradição.
Deixo para o fim a pergunta inevitável: até quando temos que aturar isto? Não haverá alguém na Direcção que consiga ajudar a que este mandato acabe com alguma dignidade? O Bruno Carvalho ainda por cima convocou os restantes órgãos sociais para participar nesta autêntica vergonha e imagino depois disto a tentação de vários em seguirem o exemplo do Vice-Presidente que já se demitiu.
P.S.: Uma vergonha os incidentes à volta da festa do título que também vi à ontem noite e imagens como estas de um roubo ao armazém do Guimarães que também deveriam levar a polícia a actuar.
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