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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
As chicotadas formam treinadores e clubes. Uns a borrar-se de medo e os outros a crescer à toa.
1. Dezassete mudanças de treinador é um número bárbaro que inclui chicotadas recíprocas: do clube ao treinador e do treinador ao clube. Mas há um número pior, por quase não existir, que é o das equipas que seguram um técnico duas épocas seguidas. Duas épocas. Fora Benfica e Sporting, havia dois casos, ou melhor, caso e meio e nem esses vingaram. No primeiro exemplo, Manuel Machado capitulou à quinta temporada no Nacional, que já era uma anomalia para os hábitos portugueses; no segundo, foi o Arouca que não teve como amarrar Lito Vidigal, porque isso também acontece: se o treinador não funciona vai embora; se funciona, vêm buscá-lo facilmente. Falta pensar dois minutos (para combinar com as duas épocas) no que isto faz ao crescimento dos clubes e à formação dos treinadores. Alguém cresce a mudar de ideias a cada seis meses? Alguém pode aprender se tiver sempre o pescoço no cepo e for obrigado a vergar-se a jogadores, dirigentes, patrocinadores e quem mais queira dar palpites? Isso forma treinadores ou relações públicas? Raramente um técnico, ou um clube, apanhado neste ciclo consegue sair dele.
2. Há algumas semanas, o Benfica atacou o antijogo, com toda a razão, e o FC Porto fê-lo esta semana, com tanta razão como o Benfica. Um ou outro hão de acabar a praticá-lo de sábado a oito dias, no Estádio da Luz. Vão fazê-lo porque é possível e porque, na verdade, ninguém o condena, nem o acha especialmente grave, nem condenável, quando a vítima é o outro, apesar dos comunicados. Escrevo-o porque Fernando Santos acaba de convocar o guarda-redes do V. Setúbal para a selecção A. Só falta ouvi-lo dizer "bardamerda".
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