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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
César Boaventura foi condenado por crimes de corrupção activa no desporto, provando-se o aliciamento a jogadores do Rio Ave no sentido de facilitarem no jogo contra o Benfica na época 2015/16.
O Tribunal deu como provada a existência de uma relação próxima entre o referido agente de jogadores e Luís Filipe Vieira, tanto pessoal como profissionalmente.
O Ministério Público, em Março de 2023, ilibou a Benfica SAD por não existirem indícios suficientes de que César Boaventura, não pertencente à estrutura da referida SAD, tenha sido mandatado por alguém da liderança da mesma.
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol arquivou vários processos relativos a aliciamento a jogadores, tendo também ilibado o SL Benfica de uma possível relação com o dito César Boaventura. Por "simpatia" e "diluição", o mesmo Conselho de Disciplina incluiu o Sporting no comunicado que expressa esta decisão, aludindo a um eventual envolvimento do clube leonino num jogo com o Marítimo.
Abstenho-me de avaliar ou comentar decisões proferidas pelo Tribunal. São soberanas e só há que as acatar. No entanto, é impossível não questionar as motivações que levaram um agente de jogadores, a expensas próprias, a "investir" valores elevados em favor da vitória de uma determinada equipa.
Uma súbita e desmedida paixão clubística?
Um desvario comportamental?
Uma atitude "filantrópica", qualquer que seja o beneficiário?
Uma abundância económica que impulsiona este dispêndio de capital?
Desde as mais pertinentes às mais ridículas, é lícito e necessário colocar diversas questões sobre esta estranha "generosidade" e disponibilidade financeira de César Boaventura, bem como sobre a "inocência" do principal beneficiado com este comportamento.
A "impossibilidade" que os órgãos judiciais ou disciplinares têm em estabelecer o nexo de causalidade entre determinadas acções, não pode de modo algum esconder a existência de prejuízos para terceiros. Muito menos pode afectar a capacidade crítica dos adeptos ou coartar o raciocínio que deve ser efectuado.
P.S.: Apenas a título de curiosidade, já que de mais nada serve, é interessante notar que o juiz referiu a palavra 'Benfica' 64 vezes no acórdão que condenou César Boaventura.
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