Uma questão à consideração dos 89,13%

Rui Gomes, em 12.05.17

Muito além da época sem qualquer aproveitamento - tanto desportivo como financeiro - e o estado do futebol profissional do Sporting, onde "estrutura" e "projecto" não passam de termos fantasistas para preencher papel e entreter audiências, foi deveras relevador o recém-reatamento de relações institucionais com o FC Porto - há quem diga que é uma aliança a fim de combater a aparente hegemonia dos "encarnados" - após quatro anos de costas voltadas.

No respectivo comunicado para anunciar o acto, entre outras considerações, foi referido o seguinte que dá causa para reflexão:

"(...) Verificámos que há caminho que pode e deve ser feito em conjunto, considerando que é muito mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa».

A questão, ou melhor, a pergunta que deve ser apresentada aos 89,13% que votaram em Bruno de Carvalho, é se foi em antecipação de tudo isto que lhe transmitiram total confiança e lhe concederam poder absoluto por mais quatro anos, na liderança do Sporting Clube de Portugal.

Como a notória falange de apoio tem andado muito desaparecida desde o acto eleitoral, não surpreenderá a sua não participação em esclarecer esta importante questão.

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publicado às 15:15

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41 comentários

De Naçao Valente a 12.05.2017 às 20:34

As relações entre os clubes devem ser a regra e não a excepção. O Sporting cortou relações co o FCP na sequência da venda do Moutinho. Não tirou nenhum proveito disso e portanto não havia necessidade. Da mesma forma, há muitos anos, o SCP cortou relações com o SLB por causa da transferência de Eusébio. Ora o que aconteceu é que perdeu Eusébio por culpa própria, isto é deixou-se dormir na forma. Estas coisas sempre aconteceram e sempre vão acontecer. Por isso os cortes de relações não passam de "birras" temporárias e como tal de procedimentos absurdos. Outra coisa são as alianças estratégicas visando tirar proveitos fora das quatro linhas, e que são conjunturais. Convém separar as duas situações. Não sei em que enquadramento se insere esta situação. Se for o retomar de relações normais é louvável, se for uma aliança para atacar outro rival parece-me despropositada.

De Rui Gomes a 12.05.2017 às 20:53

Caro Nação Valente,

Acho o actual cenário muito ambíguo, pura e simplesmente porque o Bruno movimenta-se caprichosamente mediante os impulsos que lhe surgem de dia para dia. Não há um plano de acção com cabeça tronco e membros, muito menos ainda um projecto.

Esta "nova" amizade perdurará até ao primeiro incidente que surgir, já na próxima época e não vejo o Bruno com os conhecimentos necessários para tirar o devido proveito.

De Schmeichel a 12.05.2017 às 22:19

Rui Gomes,

Acho que toca na ferida quando questiona quando tempo esta amizade durará... e ai está o problema do futebol português... olhar para o umbigo.
Ver os 3 grandes em acordo sobre algo, já alguma vez aconteceu?!? Tudo no futebol português é um acordo de circunstância.... nada mudou!