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Sporting trama Sócios seitosos

Rampante, em 21.12.21

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Faz agora uma semana, que os meios de comunicação social noticiaram a prisão de um dos “cartoons” mais ridículos do futebol português… personagem esta que todos sabem estar ligada umbilicalmente ao Benfica, nomeadamente ao seu ex-presidente, no entanto isso não impediu que essa mesma comunicação social atirasse o nome do Sporting para as mesmas capas caluniosas, havendo mesmo “jornalistas” a dar maior destaque ao Sporting que ao Benfica, como que, se o caso se desenrolasse em Alvalade e não do outro lado da Segunda Circular.

Por tudo o que se sabia, parecia evidente que o Sporting não teria qualquer ligação ao caso que motivou as buscas da PJ. No entanto, isso não impediu que alguns associados se aproveitassem da calúnia jornalística e andassem pelas redes sociais (incluindo as do Clube), como que numa vendeta pessoal, a acusar e a formar juízo acerca da Direcção do Clube, principalmente do seu presidente, Frederico Varandas.

Compreendo e aceito que há quem não goste muito deste presidente, no entanto, parece-me irracional que exista um Sócio do Sporting que festeje umas buscas em Alvalade como se uma vitória no Campeonato se tratasse, ou que almeje uma condenação do Presidente ao mesmo nível de desejo de vitória de uma Champions.

E se tudo isso não fosse já de si ridículo e completamente infantil, agora que as noticias dão conta que afinal a ida da PJ a Alvalade foi com o intuito de confirmar que o “cartoon” teria documentos falsos, nomeadamente facturas ao Sporting, o silêncio desses mesmos sócios é ensurdecedor.

Pessoalmente, pouco me incomodam ódios de estimação pessoais, no entanto estes sócios estão a prejudicar enormemente tanto a imagem como o bom nome do Sporting CP… ver sócios sportinguistas (alguns bem conhecidos da nossa praça) a atacar a Instituição até ainda mais ferozmente que os nossos adversários, é algo que para mim ultrapassa todos os limites.

Que façam a sua guerra ao homem, mas que deixem o Sporting à margem.

Penso que está na hora de todos nós sócios que queremos o melhor para o Sporting CP, exigirmos que o Clube, nomeadamente através dos Órgãos que compõem a MAG, tome medidas punitivas em relação a alguns destes sócios cuja actuação tem sido tolerada, mas cujos danos se têm perpetuado no tempo e sem quaisquer sinais de abrandamento.

publicado às 13:45

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Excerto da capa do jornal "A Bola".

O Sporting emitiu ontem um comunicado à CMVM, a informar acerca das transacções de jogadores no mercado de Verão.

Ao consultar o comunicado, o mesmo despertou em mim dois sentimentos contraditórios: a felicidade por ver algo muito bem feito, e a revolta por o mesmo espelhar algo que para mim é inaceitável.

O muito bom

A comunicação acerca das transacções de jogadores foi algo implementado no Sporting em 2015 com o propósito de dar transparência acerca da principal actividade do Clube. Apesar da excelente medida, depressa se verificou que novos tempos (mais criativos nos negócios) exigem mais detalhe acerca do principal negócio do Clube e Frederico Varandas mostrou estar bem à altura para responder a essa exigência, não só continuando a divulgação das transferências, mas incluindo cada vez mais informação extra. Este ano não foi excepção e daí que o comunicado nos mostre bastantes detalhes acerca das diversas entradas e saídas, incluindo o nome dos empresários intervenientes no negócio, condições futuras, etc…

Note-se que a elaboração deste comunicado é fundamental para que os sócios e adeptos se possam informar acerca de cada negociação, mas também para trazer uma pressão extra à comunicação social que tanta vez vive de rumores, pois sabendo que os valores reais serão conhecidos, sentir-se-á menos tentada a fazer manchetes baseadas em nada e que tantas vezes prejudicam o futebol.

O assim-assim

Este comunicado em vários aspectos foi apenas “assim-assim”, logo a começar pela data de publicação, pois nunca havia sido publicado tão tarde o que me deixa com a inevitável ideia que se queria esconder algo antes da AG de sábado, pese embora os assuntos fossem completamente distintos.

Depois, e apesar de alguns negócios muito bem detalhados, outros há cuja informação é zero e nesses fica sempre aquele pensamento: “Será que estão a esconder alguma coisa? Ou é tão lesivo para o Sporting que nem divulgam?”

Há ainda algumas situações que clarificaram comunicações anteriores, como por exemplo o empréstimo de Sarabia, que, afinal, incorreu em elevados custos até aqui omitidos.

Por fim, verifica-se que apesar das comissões a empresários muito baixas que o Sporting pagou (redução gigantesca), há ainda ocorrências curiosas, como o pagar comissões quer em compras quer em vendas e ainda em empréstimos, bem como ainda o caso curioso de Domingos Andrade onde o Sporting pagou mais de comissões a empresários que pelo passe do próprio jogador.

O inaceitável  

A divulgação do comunicado veio confirmar os rumores de alguns jornais que diziam que Sporting e FC Porto tinham-se juntado num negócio “fictício”, de troca de jogadores secundários, supra inflacionados, ao estilo do que o Porto já tinha feito com Guimarães.

O silêncio do Sporting acerca deste assunto é ensurdecedor e sem qualquer clarificação por parte da Direcção sobre o mesmo e vendo agora com este comunicado a real dimensão do que foi feito (troca valorizada em 11M em cada jogador), a mim pessoalmente, deixa-me muito, mas mesmo muito desconfortável.

Note-se que sem outros detalhes e justificações (e parece mesmo que não existem), este é um negócio que além das potenciais ilegalidades, não trás qualquer vantagem visível e imediata ao Sporting, tendo apenas e aparentemente ajudado o nosso rival (FC Porto) a livrar-se das amarras do fair-play financeiro da UEFA… e mesmo que este fosse um negócio vantajoso para o Sporting, a total falta de ética e o “chico-espertismo” do mesmo, seriam mais do que suficientes para me manifestar, pois não posso ser um acérrimo critico à “negociata” que o FC Porto fez com o Guimarães e depois assobiar para o lado quando o Sporting faz o mesmo.

Ainda para mais, existe a agravante desta inenarrável acção, ter sido feita com um rival a quém o nosso Presidente chamou “bandido” e que “estaria a mais no futebol”.

Como nota final sobre este assunto, desejo e espero que Varandas venha urgentemente a público explicar esta aparente “negociata”, pois ele mesmo disse uma vez que “cortaria a sua mão se o Sporting se visse envolvido em investigações a transferências…”… é que, depois de deixar o Sporting, a mão far-lhe-á com certeza muita falta para continuar a sua actividade enquanto médico.

publicado às 12:45

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No próximo dia 23 de Outubro o Sporting Clube de Portugal irá ter nova Assembleia Geral.

Este, que deveria ser mais um momento de felicidade por reunir a família Sportinguista, é na realidade um momento de tensão face às absurdas crispações existentes. Para mim, é profundamente lamentável que um Sócio não se sinta seguro, livre e feliz na sua própria casa, independentemente das suas opiniões e convicções.

Aparentemente alheados desta realidade, a MAG lançou uma convocatória para a próxima AG, que pela ausência do ponto relativo à discussão e aprovação do Orçamento para o ano desportivo 2021/2022, levou muitos sócios a questionar, qual o motivo deste ponto ter caído da convocatória.

Para compreender esta situação, temos primeiro de lembrar que a época desportiva se iniciou em Julho, motivo pelo qual o orçamento deveria ter sido apresentado e aprovado em Junho. Excepcionalmente e pela situação vivida em Portugal e no Mundo, ao abrigo da Lei, a MAG decidiu adiar para Setembro a aprovação do dito Orçamento (eu não o teria feito!) que veio a ser chumbado como todos sabemos.

Significa isto que o Clube tem vindo a ser gerido em regime de duodécimos (com base no orçamento 2019/20) desde Julho até Setembro e com o recente chumbo, Outubro também foi gerido nessa base.

Assim, dos 12 meses de gestão, 4 meses (ou 1/3) foram geridos em duodécimos, pelo que na minha opinião se perde todo o sentido em se votar um orçamento que na realidade só iria ser cumprido em pequena parte. Acredito eu que a Direcção do Sporting tenha feito esta mesma leitura e tenha decidido continuar a gestão do Clube em duodécimos (como fez nos últimos 16 meses) e retirar da discussão este ponto que em termos práticos, pouco ou nada afectaria a vida quotidiana do Clube.

Por fim, chamo a atenção que a reprovação de um orçamento não exige de modo algum a apresentação a discussão e/ou aprovação de um novo orçamento, sendo que, legalmente, a única consequência prática é o impedimento da Direcção de o executar e ter de efectuar uma gestão por duodécimos, com base no último orçamento aprovado.

Cabe à Direção decidir como pretende gerir o Clube e esta decidiu fazê-lo em duodécimos.

NOTA: Entre economistas, as opiniões dividem-se sobre este tipo de gestão em regime de duodécimos, que, em termos simples e generalizados, significa que, neste caso os serviços do Clube, terão apenas à disposição o valor correspondente a um dozeavos do "bolo" geral do orçamento anterior, embora sem causar problemas graves ao seu funcionamento.

Há quem argumente, no entanto, que como o Mundo mudou, e também o Clube, passado o tempo, devia então haver um novo Orçamento para fazer face às diferenças existentes e não operar num regime do passado. Em termos práticos, isto tem maior impacto no País, e menor num clube, onde quase metade da economia é o Orçamento do Estado, no caso de Portugal.

publicado às 12:30

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Esta publicação é a continuação do post Relatório e Contas 2020/21 - Sporting SAD (1).

Neste segundo texto abordo alguns temas que normalmente mais discussões provocam no universo leonino, sendo que muito do debate é consequência do desconhecimento e/ou da paixão com que cada pessoa os encara. 

1 - DÍVIDA FINANCEIRA

A Dívida Financeira não é mais que os empréstimos que a SAD possui, sendo que estes dividem-se em Não Corrente, e Corrente. A dívida corrente (curto prazo) é aquela que a SAD necessita pagar até 30 Junho 2022, sendo que a Não Corrente (longo prazo) é aquela divida cujo pagamento ocorre em qualquer momento após essa data. 

Ao olhar para o R&C verificamos que a dívida total passou de 126,6M em 2020, para os actuais 129,4M, ou seja, um aumento de pouco mais de 2,8M, o que surpreende pela positiva dado o contexto económico. Significa isto que a SAD, num ano extremamente difícil, conseguiu arranjar outros meios de financiamento. No entanto, num olhar mais atento, percebe-se alguma fragilidade nesta rubrica, face à divisão entre a dívida corrente a curto prazo e a longo prazo.

Na divida corrente verifica-se que o valor está em 90,2M, ou seja, este é o montante em empréstimos que o Sporting tem de devolver no máximo até 30 Junho. Um montante elevadíssimo que representa cerca de 70% da divida financeira total da SAD.

No entanto, deste valor apenas 42,6M necessitam solução, pois os restantes correspondem a situações que apesar de serem classificadas correntes, na realidade fazer o seu revolving (renovar) é algo muito simples e já previsto. Estes 42,6M não são mais que os 25,9M do empréstimo obrigacionista e 16,7M de um empréstimo bancário. 

2 - EMPRÉSTIMO OBRIGACIONISTA (É SOLUÇÃO?)

Em 2011 o Sporting tinha um EO de 19M, sendo que o mesmo foi aumentado para 30M em 2015 e após o "falhanço" no pagamento no inicio de 2018 (antes ainda do evento Alcochete), no final do mesmo ano, foi finalmente emitido um EO de 25,9M que se vence agora.

É comum as sociedades fazerem EOs com o objectivo de liquidarem/substituírem os anteriores e o Sporting não é excepção, dai que exista a necessidade da SAD lançar um novo EO até ao final do ano. Como para lançar um EO é necessário autorização da Assembleia Geral da SAD, o anuncio (via convocatória para a A.G.) que o Sporting pretendia fazer um EO de 50M encheu páginas de jornais e inflamou opiniões como se isso fosse um dado certo.

O que parece que ninguém se lembrou, é que isto é normal, solicitar autorização para montantes superiores àqueles que figurarão no lançamento. O Sporting por exemplo, no ultimo EO, tinha solicitado autorização para 60M, sendo que fez um lançamento de 30M dos quais apenas 25,9M foram subscritos. Ou seja, pedir autorização de 50M, não significa que o Sporting, efectivamente queira e/ou consiga concretizar, dai que estranho ver nas noticias e nos comentários esse dado como sendo certo.

Pessoalmente, acredito que o SCP irá anunciar um EO de 30M com possibilidade de o aumentar até 50M durante a emissão, já que a prioridade será liquidar o EO de 25,9M que termina agora em Novembro.

Caso a procura seja muito elevada, a SAD deverá aumentar o EO para os 50M, não com o objectivo de aumentar a dívida como alguns vaticinam, mas sim com o objectivo de substituir divida, ou seja, pagar outros créditos, nomeadamente o empréstimo bancário de 16,7M que termina entretanto, muito embora ainda possa vir a ser alvo de moratoria e/ou renegociação bancária.

Resumindo, o Sporting lançará um EO para liquidar o anterior (fazer revolving). Caso o novo EO seja um sucesso, a SAD tem a possibilidade de aproveitar que existe dinheiro no mercado e fazer aumentar o EO, não para aumentar a sua divida, mas sim para pagar outras dividas já existentes.

Espero honestamente que os responsáveis do Sporting, desta vez se antecipem e se preparem bem por forma a que os 30M sejam subscritos logo nos primeiros dias, pois assim fica nas mãos da SAD aumentar o valor consoante a sua estratégia financeira.

publicado às 14:00

Factor Comunicação e Propaganda

Rampante, em 20.12.20

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Capa do livro "Spinning History"

Todos os sportinguistas, incluindo os apoiantes mais próximos de Frederico Varandas, sempre admitiram que um dos grandes problemas do Sporting CP era a comunicação.

Ninguém, incluindo o presidente, conseguia comunicar devidamente e cada vez que se ouvia alguma coisa vinda de Alvalade, era de colocar as mãos à cabeça. "Vergonha alheia", foi uma das muitas expressões utilizadas.

Curiosamente, quis o destino que esta mesma Direcção fosse contratar aquele que se está a revelar como porventura um dos melhores comunicadores mundiais dentro do futebol, e com o bónus de ser treinador... e dos bons ainda por cima.

Ruben Amorim já mostrou que sabe falar, e bem. Fá-lo com mestria antes dos jogos... Fá-lo quando o Sporting perde, e tem-lo feito quando o Sporting ganha.

Já a nível de balneário também se verifica os jogadores completamente alinhados com o discurso do treinador e a fazerem bom uso duma inteligência pouco comum no futebol, tal como Luís Neto ontem bem mostrou na flash interview ao dar a "bicada" ao VAR.

Até a Direção do Sporting foi "contagiada" por esta "boa comunicação", que nos últimos meses têm gerido este aspecto tão importante no futebol com elevada mestria.

Este foco na comunicação é essencial e é bom que seja o treinador a conseguir controlar a forma como a mesma é feita, pois a forma como o futebol é falado tem o duplo efeito de colocar ou retirar pressão aos jogadores. Ser o treinador a controlar esses momentos é simplesmente fulcral.

No entanto, como tudo no Sporting, o trabalho tem de ser a dobrar. Basta ver a "pressão" que a comunicação social está a colocar sobre o jogo de ontem, querendo fazer eco dos desejos de quem segue mais abaixo na tabela, de que o Sporting foi "ajudado".

Este é ainda, um dos problemas que o Sporting enfrenta.

Urge que o presidente se recorde das aulas que teve no Colégio Militar, em particular daquelas em que se mostrava que a "propaganda" é das armas mais letais em qualquer guerra. É necessário compreender que neste "campo" o Sporting está quase ausente e isso acaba por complicar a vida ao próprio Clube!

O Sporting não necessita de controlar a Comunicação Social no seu todo, mas deve pelo menos conseguir exigir que a mesma não interfira na "pressão" da equipa, obrigando-a a ser justa!... E este per si so, é já um trabalho colossal.

Em relação ao jogo de ontem:

Vender a ideia que o penálti não existiu, num lance onde existiram dois claros, é de uma falta de honestidade monumental. E para envergonhar muitos destes "jornalistas" e "comentadeiros" basta rebobinar a cassete e ver o que os mesmos disseram quando em Junho deste ano o Porto beneficiou de um penálti extremamente parecido contra o Aves, ou de quando o SCP sofre um penálti semelhante contra o Belenenses em Abril de 2018.

Em todos esses momentos os penálties não levantaram dúvidas (sendo mais duvidosos) e o de ontem é duvidoso...

Coerência, pois claro!

P.S.: Ontem fui o único a sentir falta do célere conforto comunicacional do Conselho de Arbitragem em defesa do árbitro?

publicado às 13:15

Bater, sem olhar a quem!

Rampante, em 07.11.19

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Ponto prévio

As minhas mais sinceras desculpas a todos os leitores e em especial aos meus colegas do Camarote Leonino, por a minha escrita não abundar nos últimos tempos.

E se é a pura verdade que o tempo disponível não tem sido muito, também é verdade que a vontade para escrever vai escasseando, muito porque, gosto que a minha escrita seja critica, de evidenciar problemas para que se discutam soluções e com isso progredir… no entanto o clima de crispação existente, não me deixa à vontade para discutir, pois tudo está a ser aproveitado para “apedrejar” o Sporting e por muitos assuntos que eu gostasse de ver a serem discutidos, comigo não contem para o maltratar.

Neste momento, o meu silêncio, é o meu total apoio à Direcção e consequentemente ao Sporting Clube de Portugal.

A crítica

Todos nós sabemos que o Sporting está dividido e quem está “contra” esta Direcção, tem aproveitado tudo como pedra de arremesso.

Eu, que acompanho assiduamente e leio um bom número de espaços on-line dedicados ao Sporting, deparo-me diariamente com mentiras intoleráveis, extrapolação de situações, ofensas, contradições deveras infinitas e muito pouca racionalidade, no ataque aos órgãos directivos do Sporting e em especial ao nosso presidente.

E sendo verdade que se percebe bem qual a facção de onde provêm estes discursos, o que é certo é que estes ataques “sem olhar a quem”, acabam por prejudicar não a Direcção, mas sim todo o universo leonino, inclusive a equipa principal de futebol.

É um facto que o Sporting não está a jogar bem e não dá muitas esperanças para o futuro, mas eu ainda não percebi bem esta história de deitar a toalha ao chão à 10ª jornada e de se andar a gritar aos sete ventos, e mais, que o Sporting está afastado de tudo desde o início de Outubro...

De quem era de esperar estes tipos de discursos hostis, era de adversários do Sporting e nunca de sportinguistas... se é que verdadeiramente o são... pois sportinguistas de verdade podem (e devem) até criticar Direcções, mas não, jamais, equipas inteiras com enfoque especial na sua motivação...

Um sportinguista que à 5ª jornada, 6ª, 7ª, etc… ande a gritar aos sete ventos, e mais, que o Sporting já está afastado do título, que ganha ele com isso?... E o que acha ele que ganha o Sporting ou a equipa com esse discurso derrotista?... Acha ele que está a fazer bem ao Clube?

Os factos e a realidade

- Na época passada (201818/19), à 16ª jornada (a meio da época) o SLB estava a 7 pontos do líder e acabou Campeão com 2 pontos de vantagem...

- Na época 201414/15, à 10ª jornada o Sporting tinha exactamente os mesmos 17 pontos que tem esta época (o Benfica tinha 8 de avanço)… é verdade que acabou em 3º, mas ao contrário de hoje, não se colocou a Direcção e a equipa em causa por tão fraca prestação, nem se gritava que se iria repetir a época 2012/13… muito pelo contrário, a equipa teve apoio até ao fim.

- Na época 20005/06, à 10ª jornada o Sporting tinha exactamente os mesmos 17 pontos, fruto de um arranque muito tremido…. Relembro, no entanto, que terminou em 2ª lugar, conquistando assim acesso à Liga dos Campeões.

- Apesar de na temporada anterior (20004/05), à 10ª jornada, o Sporting também ter estado com os mesmos 17 pontos (acabando em 3º lugar), chamo à atenção para a época 2001/2002, onde à 10ª jornada o Sporting contava com 3 derrotas e somava os mesmos 17 pontos. Parece que ninguém se lembra desta situação… e porquê? Porque nessa época o Sporting acabou Campeão.

Atenção que com isto não estou a dizer que o Sporting pode facilmente recuperar e muito menos desvalorizo o mau futebol que se está a praticar… o que me custa… e muito… é ver ditos sportinguistas, que com a ânsia de atacar a Direcção, atacam a equipa…

Atirar a toalha ao chão neste momento da época é completamente prematuro tal como nos mostra a história…

Atacar” a equipa neste momento, não é atacar a Direcção, é atacar o Sporting.

publicado às 14:30

A avareza enquanto pecado capital

Rampante, em 19.06.19

O Sporting está a passar uma espécie de mini-revolução, não causada por uma qualquer transferência mais ou menos polémica, mas por causa do novo preçário das GameBox, que sofreu um aumento significativo para a época 2019/2020, o que para mim representa o segundo grande erro da administração de Varandas.

Começando pelo aspecto positivo: a reformulação da organização dos sectores que há muito era “pedida” pelos sócios e adeptos.

Agora o negativo: o aumento dos preços.

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É verdade que nos últimos anos o Sporting viu o preço das suas GameBox aumentarem, no entanto isso não é “desculpa” para os aumentos deste ano.

Esta Direcção devia ter tido a inteligência para perceber que as receitas de GameBox são uma pequena parte das receitas anuais da SAD (menos de 5M€) e que estes aumentos, mesmo que se mantivesse o numero de GBs vendidas, representariam um pequeníssimo aumento de receitas (menos de 1M€), ou seja, este aumento praticamente não se nota nas contas anuais da SAD.

MAS NOTA-SE, E MUITO, NAS CONTAS INDIVIDUAIS DE CADA SÓCIO

Conheço alguns casos em que entre pai e filho os aumentos batem quase nos 200€, e isto sem contar que já tem custos acrescidos por terem de fazer mais de 300kms cada vez que vão a Alvalade. Mas esquecendo a injustiça crónica para com os sócios de fora de Lisboa, cuja discussão deixarei para outra ocasião, este aumento brutal vai eventualmente afastar muitas famílias de Alvalade.

E mais... se esta Direcção está a olhar para as GB como forma de receitas, então percebem muito pouco da dinâmica comercial de eventos para massas.

Trazer pessoas a Alvalade, devia ser um investimento e não uma fonte de receitas. Daí eu até defender uma baixa de preços nas GameBox.

Porquê?

Porque GB mais baratas representariam um pequeníssimo investimento no “bolo total” de receitas anuais do Sporting…

Investimento esse que seria provavelmente colmatado com o aumento de vendas de GB.

E um maior número de pessoas a assistir aos jogos em Alvalade, cria uma dinâmica viva entre adeptos e sócios, o que faria com que também fosse aumentada a venda de bilhetes pontuais… além de representar também receitas acrescidas em merchandising e melhores contratos na exploração de bares, publicidade, etc… Toda uma dinâmica crescente…

…e tudo isto, sem sequer referir o rendimento desportivo que beneficia de um maior apoio dos adeptos.

Este aumento é, na minha opinião, um erro enorme de Varandas. Avidez de ganho que lhe poderá sair cara.

Primeiro, enche-se Alvalade, e só depois, se poderá jogar com a questão de oferta/procura e fazer aumentar os preços.

Uma decisão incompreensível e sem qualquer justificação aparente, e que, apesar dos meus (consideráveis) conhecimentos na área da gestão comercial, não descortino qualquer razão lógica para ocorrer… muito pelo contrário.

Varandas, que precisa do apoio de todos para a próxima época, “compra uma guerra” que jamais poderá vencer… e basta ver a generalidade de notícias difundidas, bem como toda a agitação precipitada, para verdadeiramente compreender que não há aumentos de preços que possam compensar o momento.

Após esta decisão completamente amadora, espero profissionalismo, pelo que aguardo que alguém da Direcção venha justificar cabalmente esta medida, ou que no mínimo, venha dizer que ouviram os sócios e como tal irão apresentar uma nova tabela de preços.

P.S.: Este aumento não representa simplesmente uma má estratégia de gestão, representa também que na ânsia de fazer dinheiro há quem esteja disposto a jogar com o Amor que os sócios e adeptos têm pelo Sporting. 

Nota final: Para os que ficaram a questionar qual eu considero ter sido o primeiro grande erro desta Administração, considero que foi e é, a Comunicação.

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publicado às 06:49

 

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Continuando a minha análise à auditoria, faço este post destacando apenas um assunto: a relação com a empresa Sigma Trust International, do Luxemburgo.

 

O contracto com a SigmaTrust é algo que à primeira vista seria normal e razoável, pois compreendia um contracto onde esta empresa iria tentar obter um financiamento mínimo de 150M€ para o Sporting com uma taxa de juro máxima de 6,5% ao ano.

 

Adicionalmente o Sporting pagaria à SigmaTrust no mínimo 1M€ caso ela conseguisse um haircut (redução) na divida da banca nacional, e mais um valor de 25 mil euros mensais durante 2 a 6 meses.

 

Em princípio, não aparenta haverem indícios de anomalias neste contrato, no entanto, o auditor entendeu dar relevo a algumas peculariedades, nomeadamente:

 

  • Se não existe haircut mínimo, então no limite bastaria a esta empresa fazer um haircut de 1€, para o Sporting ter de lhe pagar 1M€.

 

  • Apesar de facturar dois meses (50.000€), nunca esta empresa respondeu ao Sporting nas diversas solicitações acerca dos trabalhos desenvolvidos, não existindo assim qualquer evidência desse trabalho.

 

Estas são as considerações do auditor, no entanto acho que neste caso o auditor podia e devia ter ido mais longe, senão vejamos:

 

O contrato foi assinado por Riccardo Moraldi e Jorge Cunha, pese embora a empresa seja “apenas” de Riccardo Moraldi.

 

Apesar de não ter encontrado informação que ligue algum Jorge Cunha à SigmaTrust, é fácil perceber que na realidade se trata do mesmo Jorge Cunha que trabalha na Goldreds que possui sede no mesmo local da SigmaTrust e que também pertence a Moraldi.

 

E qual a importância disto?

 

É que este Jorge Cunha foi um dos principais portugueses envolvidos no escândalo dos Panamá Papers, estando ligado à gestão de algumas fortunas, incluindo à de Manuel Vilarinho, antigo Presidente do Benfica.

 

Após o escândalo dos Panamá Papers (em 2016) Jorge Cunha afastou-se (ou foi afastado) do Banco do Luxemburgo e ter-se-á juntado a Riccardo Moraldi.

 

Isto até poderia não ter especial importância, mas temos de ter em consideração que BdC sempre se mostrou paladino da verdade, da ética e mostrava-se como sendo um cruzado contra fundos de origem duvidosa e contra todos os interesses obscuros que rodeiam o futebol…

 

Sendo ele essa pessoa, então o que o fez juntar-se (e pagar) a uma empresa que se fazia representar precisamente por um dos rostos que a nível mundial, mais está ligado a “esquemas altamente duvidosos”?

 

Faz-se de santo e vai dar dinheiro ao diabo?

 

Curiosidade final: Apesar de Moraldi ser um Italiano que faz carreira no Luxemburgo é curioso perceber que o domínio da SigmaTrust foi registado em Portugal e o próprio site terá sido desenvolvido por pessoa e/ou empresa portuguesa, bem como está sediado em servidores portugueses (tal como a Goldreds). Será que existem aqui mais coincidências?

 

Deixo ao leitor o desafio de comentar este contrato, nomeadamente os dois pontos que o auditor levantou, bem como da idoneidade (ou falta dela) aparente da empresa em causa.

 

publicado às 12:01

 

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(Em uma auditoria séria, ninguém está a salvo, nem o próprio auditor!)

 

Nestes dias, no mundo desportivo não se fala de outra coisa a não ser da auditoria... No meio de tanta asneira que tenho lido (aliás, maioritáriamente só leio e ouço asneiras em relação à auditoria) tenho tentado manter algum silencio acerca do assunto, no entanto, sinto que devo deixar alguns esclarecimentos, questões e pensamentos, para que todos em conjunto possamos fazer o nosso debate aqui no Camarote Leonino.


Assim, ao contrário das extensas análises que costumo fazer acerca dos diversos assuntos, irei distribuir em vários posts (este é o primeiro), deixando apenas referências àquilo que considero relevante.

As minhas pertinências de hoje são:

 

1 - Facto: A auditoria foi solicitada pela Comissão de Gestão e não pela Direcção actual;

 

2 - Facto: A auditoria foi entregue ao Sporting CP a 15 de Março, que entretanto a terá feito chegar a outras instituições, nomeadamente do foro de investigação criminal. Terá havido uma "fuga" de informação, estando esta a ser considerada da responsabilidade exclusiva do Conselho Directivo. Efectivamente, a "fuga" é lamentável e o Sporting deve agir de forma a encontrar os autores da acção.

 

De momento, é prematuro e infantil "culpar" a Direcção, pois trata-se de um documento de elevado interesse jornalístico e  a fuga pode ter surgido de vários locais, incluindo os de investigação criminal, pois como se sabe a Imprensa tem conseguido o que quer, inclusive e surpreendentemente vídeos de interrogatórios judiciais (surreal e digno de país de terceiro mundo). 

 

3 - Facto: A lamentável fuga tem servido para a "ala brunista" atacar esta Direcção e por consequência o Sporting. Pessoas, blogs, páginas e artigos de opinião têm sido escritos e em quase todos é denominador comum o ataque a Frederico Varandas, sendo que alguns vão mais longe e citam os Estatutos de forma a justificar uma pretensa destituição.

 

Esta fracção radical diz que isto é um ataque pessoal (como se BdC ainda tivesse alguma relevância institucional na actualidade do Sporting) e que com ele isto não seria possível. Aos leitores do Camarote Leonino, deixo o alerta para não se deixarem enganar por estes "falsos moralistas", pois foi precisamente com o ex-presidente destituído que o Sporting viu contratos seus serem "escarrapachados" na praça pública.

 

Mas pior... lembram-se da auditoria que BdC mandou fazer às Direcções anteriores? Então não é que essa mesma auditoria também foi publicada nos jornais antes de ser dada aos sócios? E não é que houve inclusivamente processos em tribunal contra BdC por essa "fuga"??

 

4 - Nota: As auditorias NÃO são investigações, são sim análises de métodos, processos, documentos, etc... da entidade contratante. Da mesma forma, a auditoria incide sobre essa mesma entidade e não sobre os seus fornecedores, clientes, funcionários, etc... 

 

Falo nisto porque ouvi hoje um comentário de Octávio Machado que estaria preocupado com a sua situação fiscal, bem como li uma nota de imprensa (infantil) de um fornecedor (YoungNetwork) onde tentam justificar algumas situações. Eles deviam ter percebido que não foram eles os auditados mas sim o Sporting.


Em relação ao antigo dirigente, a exemplo, o alerta do auditor era que o trabalho realizado poderia configurar não uma prestação de serviços mas sim um contrato laboral e daí os riscos fiscais, pois a ACT, por exemplo, poderia considerar que estaríamos perante um caso semelhante aos "falsos recibos verdes". Aqui, o auditor apenas alerta o Sporting para que de futuro estas situações sejam evitadas.


Relativamente à YoungNetwork, nem vou comentar para já, pois quero acreditar que a nota de imprensa foi escrita por alguém que lhes "hackeou" a conta do Facebook e não da autoria de uma empresa minimamente credível.

 

5 - Questão: Na página 17 da auditoria, ficamos a saber que em Junho de 2018 (depois do ataque a Alcochete e antes de BdC sair) houve um acerto de contas no saldo das claques num total de cerca de 1 milhão e 100 mil euros.

 

A que se refere este acerto, como e exactamente quando foi pago?

 

O auditor não conseguiu determinar, no entanto, dado o momento do Clube à data e o substancial montante em causa, considero que esta questão exige resposta, até porque o então presidente tinha supostamente "cortado" todas as regalias às claques. 

 

Estas são as minhas primeiras 5 pertinências.

 

publicado às 03:34

 

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Dez dias após ter escrito este artigo aqui no Camarote Leonino, eis que hoje volto a escrever, não um original, mas antes para citar uma noticia acabada de ser lançada no site da FPF:

 

"O próximo jogo em casa da Selecção Nacional A no grupo B da fase de qualificação para o Campeonato da Europa de 2020, frente ao Luxemburgo, vai realizar-se no Estádio José Alvalade, a 11 de Outubro (19h45).

 

Antes desta partida, Portugal vai cumprir os dois encontros da "final four" da Liga das Nações na zona Norte do País: o Portugal-Suíça está já marcado para o Estádio do Dragão (19h45), sendo que o palco da outra partida dependerá do resultado frente aos helvéticos (as únicas possibilidades são o Estádio do Dragão e o Estádio D. Afonso Henriques).

 

Até ao mês de Outubro, a 'Equipa das Quinas' tem ainda duas deslocações no âmbito do apuramento para o próximo Europeu, à Sérvia (7 de Setembro) e à Lituânia (10 de Setembro).

 

O Presidente da FPF, Fernando Gomes, salientou a importância do apoio dos adeptos em todo o país nos compromissos que se avizinham:

 

"Nos últimos anos, a Selecção Nacional tem efectuado jogos em diversos estádios do País, o que de resto sucede com todas as Selecções Nacionais dos diferentes escalões. Em Junho estaremos no Norte, que escolhemos para receber a fase final da Liga das Nações, e em Outubro disputaremos um jogo muito importante com o Luxemburgo, em Alvalade. Estamos certos que, a exemplo do que aconteceu na recém-dupla jornada de qualificação para o Europeu 2020, os portugueses estarão nos estádios ao lado da Selecção nestes compromissos tão importantes."

 

Frederico Varandas, presidente do Sporting, congratulou-se com o regresso da principal Equipa das Quinas ao recinto do emblema leonino:

 

“Estamos muito satisfeitos com a decisão da Federação Portuguesa de Futebol. Não recebemos, no Estádio José Alvalade, um jogo da Selecção desde 2015. É o regresso da nossa Selecção, Campeã em título do torneio, a um palco de excelência que é a casa de um conjunto largo de jogadores que foram formados no Sporting Clube de Portugal. Uma feliz notícia para o Sporting. Esperamos um Estádio cheio e um grande ambiente de vitória para a Selecção Nacional."

 

in: www.fpf.pt

 

publicado às 16:30

Novo empréstimo de 65 Milhões

Rampante, em 21.03.19

 

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A Sporting SAD anunciou ontem, dia 20, ter fechado um acordo de cessão de créditos pelo montante de 65 Milhões de Euros…


O que significa isto e que consequências existem?

 

O que significa

 

Como é do conhecimento público, o Sporting possui um contrato de longo termo com a NOS relativo a direitos de TV e publicidade. Esse contrato dá o direito ao Sporting de receber anualmente um determinado montante.

 

O que o Sporting fez, foi contrair um empréstimo de uma empresa investidora (Apollo?) e como garantia deu os direitos que possui sobre o contrato da NOS.


De uma forma simplista, é um pouco como quando compramos uma casa recorrendo a um empréstimo bancário… o banco dá-nos o dinheiro e ao mesmo tempo hipoteca-nos a casa, que é a garantia deles para o caso de nós não cumprirmos com as prestações. Neste caso há uma empresa que dá 65 milhões ao Sporting e ao esmo tempo "hipoteca" parte do contrato da NOS.

 

Esta é uma operação financeira extremamente normal nas empresas e no caso particular do futebol é também comum… aliás, o Sporting, dos chamados 3 grandes, até era a SAD que menos valor do contrato de direitos televisivos tinha cedido…

 

Acaba por ser uma excelente alternativa à emissão pública de obrigações como aquela que o Sporting fez há uns meses, e o juro apesar de ser normalmente mais alto, não significa obrigatoriamente que a operação seja mais cara.

 

Que consequências existem?

 

Para já, o Sporting consegue um encaixe financeiro de 65 milhões de euros, o que é uma lufada de ar fresco na sua tesouraria, no entanto, este montante nem vai chegar a aquecer o lugar, pois terá de pagar um valor que eu estimo ser próximo dos 50 milhões, até ao final de Maio.

 

Pese embora todo o dramatismo que já li na Internet, não existem consequências de maior desde que o Sporting cumpra o pagamento do empréstimo na(s) data(s) acordada(s). Caso falhe esse pagamento, o que acontecerá é que a NOS pagará ao investidor ao invés de pagar ao Sporting… Podem os sócios ficar descansados, que nesta operação não existe risco do investidor vir a ficar com percentagem da SAD.

 

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A minha opinião pessoal sobre esta operação

Para já, é difícil dar uma opinião mais elaborada, pela pouca informação conhecida.

 

Pessoalmente gostava de saber pelo menos o seguinte:

 

  • Qual a empresa investidora? É mesmo a Apollo?
  • Qual o juro aplicado?
  • Sendo através da emissão de obrigações, qual o prazo das mesmas (quando tem de se pagar este empréstimo)?

 

No entanto, face ao que já se sabe e tendo em conta as necessidades urgentes do Sporting, considero que esta era a opção mais rápida e eficaz, sendo que apenas estou preocupado com o eventual juro que terá de pagar.

 

Contudo, pelo comunicado à CMVM, sabe-se que são permitidas amortizações antecipadas (pagar mais cedo) e isso é uma boa noticia, pois se o juro for muito alto, pode o Sporting no futuro com a venda de algum jogador amortizar este crédito.

 

Esta é uma solução que vai dar tempo à Direcção para arrumar a casa sem ter de andar preocupada com a tesouraria, pois esta verba deve satisfazer as necessidades financeiras até ao fim de 2019.

 

Com este dossiê resolvido, é de esperar que Varandas comece a tomar rédea de outros temas fundamentais para o Clube, com uma disponibilidade que até agora provavelmente não tinha.

 

Espero nos próximos dias vir a ter mais informação acerca desta operação e nessa altura cá estarei para comentar. Como se tem verificado, rumores e notícias de pasquins raramente revelam a realidade total.

 

publicado às 04:04

A "Luz" que ilumina a FPF

Rampante, em 16.03.19

 

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Escrevo este texto, motivado pelo comentário do leitor “Leão da Guia”, que comentava neste post, o facto da Selecção Nacional jogar os próximos dois encontros deste mês no Estádio da Luz.

 

Na minha opinião, é notório e demais evidente que existe uma óbvia preferência da FPF por este estádio, senão vejamos:

 

Desde Março de 2015 (último ano em que a Selecção jogou em Alvalade), até Março de 2019, a equipa de todos nós fez 25 jogos em Portugal, sendo 14 amigáveis e 11 oficiais.

 

Destes 25 jogos:

 

  • 8 foram no Estádio da Luz
  • 3 no Estádio-Fantasma de Leiria
  • 2 no Bessa e 2 no Algarve
  • 1 em Alvalade (a 04 de Setembro de 2015)
  • 1 no Estádio do Dragão
  • 8 nos restantes estádios

 

Se formos a ver apenas os jogos oficiais, então temos:

 

  • 6 no Estádio da Luz
  • 1 em Guimarães, Bessa, Algarve, Aveiro, Braga
  • 0 em Alvalade e 0 no Dragão

 

A última vez que a Selecção jogou em competição em Alvalade foi a 11 de Outubro de 2013, já lá vão quase 6 anos.

 

Exige-se que a FPF explique os motivos e se o não fizer, exige-se que os clubes exijam uma justificação junto da FPF.

 

O FCP provavelmente irá remeter-se ao silêncio, uma vez que o Estádio do Dragão já tem garantidos 2 jogos para este ano (após 3 anos de um amigável que lá se jogou).

 

Não havendo explicações públicas, é natural que as pessoas acreditem que esta preferência se dê pelos motivos que vieram a público através dos e-mails filtrados, ou seja, por haver trocas de dinheiro entre a FPF e o SLB, “pela porta do cavalo”, para além dos montantes oficiais.

 

Da minha parte, surpreende-me que nem FPF, nem SLB, tenham vindo ainda a público justificar o que para eles significa “…pagar pela porta do cavalo…”, em especial, porque esta afirmação indicia práticas ilegais de branqueamento de capitais, um crime público que a ser real, poderia levar a FPF a perder o Estatuto de Utilidade Pública.

 

Mais, surpreende-me que sendo o SLB uma SAD cotada em bolsa, nunca tenha havido por parte das entidades reguladoras, nomeadamente CMVM, qualquer questão e/ou pedido de esclarecimento, esquecendo-se porventura (ou fazendo-se de esquecida) que o crime é alargado às Instituições Reguladoras que, por mero indício, não actuem.

 

Este caso com certeza ainda dará muito que falar, até porque estes são crimes públicos e a partir do momento que a mera suspeita surja (e já surgiu na imprensa nacional) o Ministério Publico terá de actuar…

 

Poderão as Instituições tentar “esquecer” o caso, no entanto compete-nos a nós cidadãos pressionar até que haja respostas, e nesse sentido, o Sporting, como um dos principais lesados, poderá ter um papel fundamental, queira esta Direcção disponibilizar-se a isso.

 

P.S.: Podendo um jogo oficial render mais de 1 Milhão de euros (directa e indirectamente) ao “dono” do Estádio, é fácil perceber o quão apetecível é albergar os jogos da Selecção.

 

publicado às 12:00

De jogador a "Saco de Pancada" !

Rampante, em 06.03.19

 

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Desde que anunciou a decisão de rescisão, Bruno Fernandes tem sido o “saco de pancada” preferido dos inimigos do Sporting e nem a brilhante e histórica época que está a fazer, faz esmorecer aqueles que lhe querem mal.

 

Ver adeptos adversários a atacar este profissional custa, mas são “ossos do oficio”, agora ver sportinguistas a fazê-lo, já me parece demasiado masoquismo…

 

Utilizar este jogador, que se tem mostrado exímio profissional, como arma de arremesso de outras guerras, é algo que tenho dificuldade em tolerar.

 

Posto isto, tem surgido recorrentemente assunto sobre o “regresso” de Bruno Fernandes à equipa após rescisão e sobre os hipotéticos montantes envolvidos.

 

Vamos a factos:

 

  1. Bruno Fernandes Rescindiu com o Sportng após o ataque a Alcochete;
  2. A Comissão de Transição negociou o seu regresso ao Clube;
  3. O jogador é “atacado”, havendo quem diga que o mesmo lucrou com o regresso a Alvalade;
  4. Em entrevista, Bruno Fernandes esclarece que regressou sem ter ganho qualquer euro e que o novo contrato é nos exactos mesmos termos do anterior. O mesmo refere que o seu empresário terá ganho dinheiro, tendo sido algo que o desagradou;
  5. Sai o R&C semestral e o mesmo evidência que o empresário tem a haver desta operação um montante entre 1,2M€ e 1,6M€;
  6. Instaurada nova discussão pública, Bruno Fernandes vem de novo à praça dizer que não ganhou nada com o regresso ao Sporting.

 

Perante estes factos, parece-me por de mais evidente que Bruno Fernandes não recebeu qualquer incentivo adicional e nem sequer viu melhorada a sua posição contratual com o seu regresso ao Sporting.

 

Por isso, atacar e/ou questionar as motivações de B. Fernandes, pelo seu regresso, apenas pode ser revelador de má fé por quem o fizer.

 

NO ENTANTO, há que esclarecer o que levou a Comissão de Transição e o empresário a negociar uma verba na ordem dos 1,5M€.

 

Era do conhecimento geral que a Comissão de Transição pretendia resolver as rescisões o mais breve possível e porventura sentiu-se pressionada a aceitar pagar esta verba, ainda mais, referente a um jogador de tão alto valor como é Bruno Fernandes. Se assim foi, a Comissão apenas terá de o assumir e viver com a possivel crítica.

 

É natural que houvesse uma verba a pagar ao empresário, no entanto, o valor da mesma poderá deixar dúvidas no ar, nefastas caso não exista uma justificação plausível.

 

Quanto ao jogador, e para aqueles que questionam o porquê de ele manter o empresário, relembro que haverá um contrato em vigor e esta não será certamente uma causa que o permita rescindir.

 

Além do mais, há indicações que Bruno Fernandes não foi “perdido nem achado” neste capítulo das negociações, podendo ser argumentado que é um assunto da responsabilidade das partes: o seu agente e a Comissão de Transição do Sporting.

 

Como nota final, chamo apenas a atenção que este valor é devido, mas ainda não foi pago,  sendo então plausível a actual Direcção, o jogador e o empresário, sentarem-se à mesa e esclarecerem o assunto, bem como eventualmente renegociarem a verba. Haja vontade para isso.

 

Adenda: Declaração, desta quarta-feira, de Miguel Rúben Pinho, da Positionumber - Sports Management, empresa que gera a carreira de Bruno Fernandes:

 

"O valor que mencionam é um valor devido pela Sporting SAD à Positionumber e não a Bruno Fernandes. O Bruno é um profissional de excelência, um enorme jogador que regressou ao clube sem exigir nenhuma renovação contratual e não foi premiado com nada quando regressou. Todos estes factos poderão ser naturalmente confirmados pelo Sporting".

 

Também Bruno Fernandes reiterou a sua posição:

 

"Mas qual é o agente que não ganha uma comissão hoje em dia? E foi uma das coisas pelas quais tive uma discussão com o meu agente porque eu não sabia dessa comissão e confrontei-o com isso. Confrontei-o porque o meu objectivo, e ele sabia, que o meu foco, a vir para o Sporting, seria vir com o mesmo salário, vir com as mesmas condições".

 

publicado às 03:19

Dores que ainda Doyen

Rampante, em 05.03.19

 

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Publicado o Relatório Semestral, tem esta direção sido questionada por algumas questões, nomeadamente acerca do negócio Rui Patrício e suposta divida à Gestifute.

 

Vamos a factos.

 

Antes de 2013, o Sporting encetou uma série de negociações e renovações com jogadores, utilizando para isso 3ªs empresas que investiram dinheiro em proporções que o Sporting não conseguia. Podemos agora questionar a ética por trás da intervenção destas empresas, mas temos de ter plena consciência de que à época este era um procedimento legal e comummente utilizado por aqueles clubes que não tinham dinheiro para investir e num momento em que a banca tinha fechado as torneiras do crédito.

 

Assim, os clubes viram nestas empresas o acesso viabilizado a dinheiros que não tinham e as empresas viram aqui oportunidades de negócio milionários.

 

Os saudosistas pela Direcção de BdC, gostam de abanar a bandeira a dizer que foi ele que liderou uma guerra contra os Fundos e Empresas 3ªs, no entanto não dizem que BdC apenas se tornou contra os Fundos quando tentou “passar a perna” a um desses Fundos, numa ação que custou milhões ao SCP. Falo aqui da Doyen e na sacanice que a direcção de BdC fez (ou tentou fazer).

 

Para além da situação com a Doyen Sports, aquando das renovações de Adrien Silva e Rui Patrício em 2016, o Sporting (ou BdC) tentou afastar a Gestifute do processo de forma unilateral, excluindo-a dos seus direitos como se nada fosse. Foi utilizada a exacta mesma estratégia que para com a Doyen, com consequências que podiam ter sido semelhantes.

 

Esta distinta “sacanice” foi feita à vista de todos e ainda hoje me pergunto como é que as autoridades fiscalizadoras, bem como a PWC que audita as contas do SCP, nunca se referiu ao seguinte facto:

 

Até 31-12-2015 o SCP indicava que possuía 65% dos direitos económicos de Rui Patrício e 50% dos de Adrien Silva. No 1º semestre de 2016, por via das renovações de contrato, o Sporting adquiriu a percentagem que cada um detinha (17,5% e 30% respectivamente) e anunciou o Sporting à CMVM que passou a deter 82,5% dos direitos económicos de Rui Patrício e 80% de Adrien Silva (o restante dos passes dos 2 jogadores seriam da Gestifute).

 

Acerca dos dois referidos jogadores, nunca mais houve comunicações à CMVM, nem foi feita referência em qualquer relatório e contas, NO ENTANTO, após Junho de 2016 o SCP passou a reflectir nos seus documentos que detinha 100% dos direitos económicos destes dois jogadores SEM evidenciar qualquer contingência a favor da Gestifute pelos direitos que a mesma detinha. Incrível esta “contabilidade” criativa…

 

No Mundo do “faz de conta” em que BdC vivia, tudo isto era muito bonito, até ao dia em que a realidade lhe bateu à porta e esse dia foi aquando da negociação de Rui Patrício. Nesse dia a Gestifute terá pedido um acerto de contas que consistiria em 20% de 29,5M€ da venda de Adrien Silva e 17,5% da venda de Rui Patrício, o que daria 9,05M€ (5,9M€ + 3,15M€), mais de metade do valor a que estava a ser vendido Rui Patrício.

 

Com a saída de Bruno de Carvalho do Clube, as negociações tornaram-se mais “simples” e Rui Patrício, à semelhança do que Adrien já havia feito, abdicou de valores que tinha a receber do Sporting por forma a facilitar as negociações e a Gestifute, por forma a não se envolver em litígios aceitou receber 4.459K€ ao invés dos pouco mais de 9M€ a que tinha direito.

 

Ao contrário do que os “alucinados” pela anterior Direcção querem fazer crer, as dividas à Gestifute eram evidentes e mesuráveis e este foi MAIS UM problema que BdC deixou para os outros resolverem...

 

...no entanto a Direcção de Varandas também não está a conseguir sair com a imagem “limpa”, pois segundo este relatório semestral existe um valor de 1,5M€ (e não 2M€ como tem sido divulgado) por justificar. Zenha, com visível embaraço, disse que este valor era referente a um protocolo com o Wolves para o Sporting entrar no mercado Chinês. Uma justificação que além de não ser convincente, levanta mais questões do que deu respostas e se Varandas não quer começar a deixar “pontas soltas” é bom que ele ou alguém da sua Direcção venha a publico clarificar esta situação sob pena de perder já a transparência que tanto apregoou durante a sua campanha eleitoral.

 

Nota final:

 

Porquê o título “Dores que ainda Doyen”?

 

É uma simples alusão ao facto de que um processo infantil, liderado por mentes infantis, pode fazer sofrer o Sporting muito para além do tempo expectável… Toda esta confusão com a Gestifute arrastou-se no tempo por causa do processo Doyen… e mais… à custa da infantilidade de BdC, o SCP ainda tem neste momento mais de 2M€ penhorados na UEFA, dinheiro que neste momento faz imensa falta à tesouraria de Alvalade. Os “alucinados” podem não querer acreditar, mas o Sporting CP vai demorar muito tempo até recuperar definitivamente do efeito Bruno de Carvalho.

 

publicado às 03:19

OPSO Sporting SAD 2018-2021

Rampante, em 18.11.18

 

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O Sporting lançou no passado dia 12 de Novembro uma Oferta Publica de Subscrição de Obrigações SPORTING SAD 2018-2021 por um montante inicial de 30M€. Esta oferta podia ser aumentada, caso o SCP SAD assim o entendesse, numa decisão a ser tomada no máximo até ontem, dia 16 de Novembro (algo que não aconteceu).

 

Os valores a serem recolhidos nesta operação, destinam-se integralmente ao reembolso do empréstimo obrigacionista que termina este mês.

 

Dado que o SCP não requereu o aumento da oferta, isso é uma clara indicação de que a procura está baixa e poderá nem chegar aos 30M (para a operação se concretizar a procura tem de ultrapassar os 15M€.

 

Tendo em consideração que nem sempre as pessoas conhecem este tipo de instrumentos financeiros (acreditando cegamente nos seus gestores de conta), vou tentar aqui explicar de forma simples e grosseira do que estamos a falar.

 

Obrigações SCP 2018-2022: 

 

Basicamente uma obrigação é um contrato de empréstimo onde tem escrito que o detentor da obrigação tem direito a receber 5€ em Novembro 2022. Além deste valor, o detentor irá receber ainda 2,625% a cada 6 meses como compensação (juro). 

 

5,25% é bom ?

 

Depende...

 

Para o SCP é bom se não tiver conseguido arranjar outros meios de financiamento mais baixos, por exemplo, vamos imaginar que o SCP tinha a hipótese de antecipar valores do contrato da NOS, mas essa operação tinha um “custo” associado de 3,5%/ano. Neste caso, então compensaria mais ao SCP antecipar valores da NOS do que emitir obrigações.

 

Para os subscritores, este valor é bom se não conseguirem melhores rentabilidades (juros mais altos) em investimentos de risco semelhante. Por exemplo, vamos supor que o Manel tinha 1000€ para investir e considera que existe tanto risco comprar obrigações do SCP como emprestar o dinheiro ao seu amigo Carlos, sendo que o seu amigo lhe disse que só lhe podia pagar 3,5%/ano, neste caso, então para o investidor compensa mais comprar obrigações do SCP.

 

Mas é seguro comprar obrigações SCP?

 

Eu considero que sim. A SAD no seu prospecto releva um cenário financeiro muito mau àquela data (data do prospecto), no entanto o que interessa é a viabilidade financeira a médio prazo e essa não me parece para já preocupante. Temos de ter em conta que o pagamento será em 2022 e que a essa data o SCP possui ainda em vigor o contrato com a NOS e para esse ano (bem como 2021 e 2020) o SCP ainda não antecipou qualquer montante e estamos a falar de montantes que correspondem a cerca de 30% das receitas anuais. Ou seja, eu olhando para as previsões financeiras futuras do SCP, as mesmas não me parecem para já alarmantes para subscritores de obrigações, NO ENTANTO, considero sim, que o SCP possui meios para se rentabilizar MUITO melhor.


Mas relativamente a estas obrigações, o risco parece-me ínfimo (OPINIÃO MERAMENTE PESSOAL) e para investidores avessos ao risco (têm medo de perder dinheiro) será com certeza mais seguro e menos stressante investir em obrigações do SCP, do que noutras formas de investimento, como acções por exemplo.

 

Estou indeciso, o que faço?


Isso depende de cada um… A compra de obrigações deve ser sempre considerada um investimento e eu recomendo sempre que as pessoas só façam investimentos com dinheiro que tenham a certeza, não lhes fazer falta no seu dia-a-dia.

 

A adesão a este tipo de instrumentos financeiros deverá depender SEMPRE da decisão do dono do dinheiro e não de pressões de amigos, familiares ou pseudo-gestores que muitas vezes vendem o que lhes dizem para vender. Caso alguém esteja interessado em conhecer a fundo esta operação, poderá consultar o prospecto detalhado AQUI

 

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Para não tornar este texto anda mais longo, fico por aqui. Caso hajam questões, utilizem a caixa de comentários, não esquecendo de se identificarem correctamente.

 

Bons negócios !

 

publicado às 03:48

 

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Na Parte I deste texto, tentei abordar de forma mais ou menos teórica, a problemática do Tempo na tomada de decisão. Antes de continuar, gostava apenas de realçar algo que tive de repetir na resposta a muitos comentários: Tempo para decidir e o momento da Comunicação da decisão são dois aspectos completamente diferentes.

 

Hoje neste texto, gostava de continuar a abordar esta temática de forma mais prática, com exemplos que espero eu, possam levar a uma melhor compreensão e a uma saudável discussão acerca de como deverá o Sporting encarar este tema no futuro.

 

Tempo para as decisões

 

Um qualquer gestor de topo, deverá saber medir a sua reacção nos tempos acertados. Tal como disse no texto anterior, a sociedade actual exige uma rapidez que não é compatível com a capacidade humana, pelo que, grandes gestores tomam as decisões nos tempos necessários e não quando as pressões o exigem.


O processo de negociação das rescisões é um exemplo tremendo. Um “qualquer” gestor facilmente poderia ceder à pressão da falta de dinheiro, da exigência dos sócios e de todos os actores que gravitam à volta do Sporting e que exercem pressão consoante os seus interesses. Um bom gestor, não compromete o futuro com teimosias, mas também não decide “a quente” mesmo perante a iminência de penhoras por falta de tesouraria.

 

Um mau exemplo de gestão do Tempo na tomada de decisão era quase tudo o que Bruno de Carvalho fazia. Por exemplo, muitos dizem que ele é o “pai” dos problemas do SLB por causa da denúncia dos vouchers. Vamos ver se o futuro não vai mostrar que ele foi “pai” e “salvador”, pois ele com a ânsia de “queimar” o SLB fez o que não devia ter feito: veio a público precocemente denunciar.

 

Tivesse ele sabido gerir o seu Tempo, teria numa primeira fase feito uma denúncia ao Ministério Público e só posteriormente, caso não houvesse resultados, viria a denunciar o caso publicamente. Tivesse ele feito essa denúncia, que outras situações não teriam sido “apanhadas” pelas escutas?

 

Da maneira como agiu, BdC deu ao SLB o tempo necessário para “apagar provas”, tomar precauções e jogar com a consequente investigação que dificilmente trará consequências desportivas.


Outro mau exemplo de gestão do Tempo, foi a tomada de decisões no momento em que estava a Comunicar.

 

Por exemplo, quando suspendeu a equipa através do FB, BdC não só errou, como cometeu acto ilícito que em Portugal só não é condenado porque a nossa CMVM é uma anedota. Vejam o que aconteceu a Elon Musk (CEO da Tesla) por ter twittado sobre actividades da empresa que não estavam ainda outorgadas.

 

Só em Portugal, um qualquer CEO de uma empresa cotada pode fazer declarações públicas que afectam gravemente os activos da empresa, e consequente cotação em bolsa, e não leva nenhuma repreensão.

 

Neste caso foi ainda pior, pois Bruno de Carvalho comunicou uma decisão que não tinha poder de tomar e ainda por cima posteriormente teve de “voltar atrás” o que, sob o ponto de vista de qualquer investidor/financiador/fornecedor mostra o quão pouco credível é aquele CEO.

 

Péssima gestão de Tempo com repercussões gravíssimas para o SCP.

 

A extensão das decisões no Tempo

 

Uma outra forma de ver o Tempo nas organizações, tem a ver com a extensão das decisões no Tempo. Numa empresa “normal” este assunto é mais ou menos controlado uma vez que todos os actores estão a “remar para o mesmo lado”, no entanto na gestão publica e na gestão desportiva este tema merece ser amplamente discutido.

Um caso que foi falado já há alguns meses, teve a ver com os contractos de TV e questiona-se se é ético que uma Direcção eleita para um intervalo de tempo de quatro anos, negocie contratos de extrema importância e valor, que possuem prazos temporais tão extensos como dez ou quinze anos. Nestes casos estamos a falar de “impedir” que as próximas três ou quatro Direcções negoceiem elas uma das principais fontes de rendimentos do clube.


O que é deveras curioso neste exemplo, é que o mesmo adepto que critica a existência de um contrato de 15 anos para a prestação de um serviço (catering), acha que é um grande negócio um contrato de 12 anos que vale quase 200 vezes mais pelos direitos de TV, etc.

 

A diferença é que o adepto tem todo o direito de ser irracional, já o Gestor tem o dever de agir competentemente.

 

Penso que urge que no universo sportinguista se discuta este assunto e se tomem medidas. Pessoalmente defendo uma solução que passe pelo impedimento de uma Direcção encetar contratos com um peso superior a X % do orçamento anual e que se estendam no tempo mais que o seu mandato, sem a aprovação da AG. Uma regra deste género impediria um hábito tão português como o chamado “empurrar com a barriga para a frente”.

 

Afinal de contas, o que impede uma Direcção impopular de, no final do seu mandato, encetar um contrato qualquer para os próximos 50 anos, que a venha a favorecer a si pessoalmente?

 

publicado às 14:00

 

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"A Persistência da Memória" é uma extraordinária obra do excêntrico Salvador Dali. Terá o próprio afirmado que a fez enquanto a sua esposa foi ao teatro e a quando do seu regresso a casa, ele lhe perguntou se ela após ver a obra ainda se lembraria dela dali a 3 anos, ao que ela lhe terá respondido, que uma vez vista, ninguém jamais a conseguiria esquecer. 

 

Como qualquer grande obra, "A Persistência da Memória" possui diferentes interpretações consoante a pessoa que a está a ver, sendo no entanto mais ou menos generalizada a ideia que ela nos transmite um sentimento de "tempo que nos escorre por entre os dedos".

 

Tempo. Esse velho conhecido que pode ser o nosso melhor aliado, ou o pior inimigo.

 

A medição da passagem do tempo, uma invenção do homem moderno, tem servido o propósito de apoiar a evolução da humanidade, sendo que é possível ler na história dos Homens, uma crescente urgência na concretização de tarefas iguais. Esta urgência crescente tem evoluído à medida do desenvolvimento da tecnologia disponível, dai que tenha tido um crescimento exponencial no inicio do Sec. XX com a revolução industrial e agora novamente com a revolução tecnológica. O que antes era aceitável ser feito em 2 dias, agora não pode demorar mais de 2 horas. O que antes era aceitável ser feito em 2 horas, agora têm de ser imediato...

 

Toda esta evolução parece natural e necessária, pelo que é difícil percepcionar que dela advenham problemas. Afinal de contas, que mal pode vir ao mundo, a exigência de evoluir e fazer as tarefas cada vez mais instantâneas?

 

O problema é que esta urgência que atribuímos às tarefas, tendemos também a atribuir às decisões, e o ser humano, ao contrário da tecnologia, tem uma evolução lenta pelo que estamos a exigir uma rapidez que não se coaduna com as nossas capacidades e isso leva inevitavelmente ao erro.

 

Seja no trabalho, seja na vida pessoal, vivemos o imediato... exigimos o imediato... Se o patrão detecta um problema, exige resposta sem dar tempo a reflexões. Se o telemóvel toca, exige-se que se atenda ou que se responda. Se temos a necessidade de algo, compra-se, não se reflectindo nem procurando alternativas.

 

A urgência do tempo, imposta por nós e principalmente pelos outros, está a roubar-nos o pensamento e a reflexão... Está a obrigar-nos a cometer erros.

 

E o que tudo isto tem a ver com o Sporting?

 

TUDO!!!!

BdC, não tivesse ele sentido urgência em dar resposta a tudo e a todos, ainda hoje era Presidente. Não se tivesse ele sentido pressionado pela urgência do tempo, e não teria feito todos aqueles posts no Facebook, não teria comprado as guerras que comprou, não teria cometido os erros que cometeu... foi vencido pelo sentimento de urgência e a cada dia que passava as suas decisões eram cada vez mais imediatas, urgentes... erradas...

 

Quem ocupa posições de topo tem de perceber que a reflexão é sempre necessária. Tem de perceber que o ser humano não evoluiu à mesma velocidade que a tecnologia; que precisa de tempo para decidir.

 

Se a resposta é imediata, a probabilidade de errar é enorme. Um grandes gestor sabe disto e por maior que seja a pressão daqueles que o rodeiam, cabe a ele não ceder...

 

Todas as decisões precisam de Tempo... Grandes decisões precisam de muito Tempo.

 

Frederico Varandas (em quem não votei), até agora tem sabido gerir o seu tempo. É porventura o presidente do Sporting que mais tem sido pressionado pelo imediatismo e pela urgência. É igualmente o que menos tem cedido.

 

Felizmente tem-se mostrado à altura da posição que ocupa e tem ignorado essa pressão e mesmo quando figuras de peso como Ricciardi vieram exigir o imediato ele soube responder com a necessidade do Tempo.

 

Ricciardi mostrou uma vez mais que não passa de um incompetente que teve a sorte de nascer num berço de ouro.

 

O Sporting possui demasiados problemas para que as decisões não sejam ponderadas... Todas as decisões exigem reflexão, pois o espaço para tomar decisões erradas é cada vez menor. É isto que poucos Sportinguistas compreendem.

 

O "sangue na guelra" tem de estar no estádio ou nos pavilhões durante os tempos de jogo, não pode, não deve, estar nos gabinetes onde se tomam decisões.

 

publicado às 12:00

 

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CONSELHO DIRECTIVO

 

Presidente: Rui Jorge Rego     


Vice-Presidentes:

Rodolfo José Gonçalves Lourenço de Melo Laranjo
João Paulo Mota Da Costa Lopes
Rui Manuel Duarte Garção
André Serpa Soares

António Manuel de Almeida Dias

Vogais:

João Pedro de Vasconcelos Rosa

Hermenegildo Barata Galacho
João Lima

 

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

 

Presidente: Luís Miguel Viana
Vice-Presidente: João Sousa Lara

 

CONSELHO FISCAL E DISCIPLINAR

 

Presidente:  Nelson Lourenço
Vice-Presidente:  Ângelo Pereira

 

Rui Jorge Rego é o cabeça de uma Lista na qual apenas figuram novidades do universo Sportinguista, excepção feita ao próprio que pertenceu à MAG da SAD no mandato de Godinho Lopes.

 

Como desconhecidos que são, não existe infelizmente muito para dissecar desta equipa, no entanto foi preocupante ver no debate da CMTV que um dos seus vice-presidentes não sabia que Rui Rego já tinha exercido funções no Sporting e teve de se retratar após ter sido chamado à atenção.

 

Apesar de “desconhecidos”, apresentaram algumas novidades, como por exemplo o facto de defenderem uma maior profissionalização na gestão do Sporting e para isso defendem que deva existir um CEO que não o Presidente. Uma ideia interessante, muito discutida actualmente e que é o primeiro reconhecimento de que um Presidente não tem de ser capaz de fazer tudo (Benedito também defende essa ideia).

 

Rui Rego apresentou uma postura calma nos dois debates a que assisti (CMTV e Sporting TV) e notei uma melhoria considerável do primeiro para o segundo, sendo que no segundo ele “serenou” os ânimos dos restantes candidatos logo no início, mostrando racionalidade. Os pontos que trouxe à discussão foram igualmente interessantes e porventura foi dos poucos candidatos que apenas se preocupou em discutir o futuro.

 

O programa exposto deixa-me com um misto de emoções. Por um lado, é um programa extremamente racional (o mais racional que vi), respondendo a muitas das perguntas que são e devem ser feitas e com um pragmatismo de se tirar o chapéu. Por outro lado, em determinados momentos, pareceu-me um programa a despachar, abordando os temas mas não aprofundando o suficiente as soluções referidas.

 

Esta tinha tudo para ser uma Lista de Ilustres desconhecidos que por um motivo ou outro se apresentavam a eleições, recolhiam uns modestos votos e dia 9 de Setembro já ninguém se lembraria dela. Mas não! É que a Lista E, é também a lista das surpresas.

 

Surpresa por não ter medo de apresentar como seu CEO o Paulo Lopo, Presidente da SAD do Leixões que anda às “turras” com o clube e que é um fervoroso benfiquista (apesar de também ser sócio do SCP).

 

Surpresa por apresentar como Director Desportivo o brasileiro Roberto Carlos.

 

Surpresa também por dar nome aos investidores. Ou seja, é normal os candidatos atirarem para o ar que estão em contacto com um ou outro “investidor” para resolver determinadas situações. Rui Rego “inovou” ao dizer quem é o investidor principal e qual o de “reserva”.

 

Rui Rego parece estar a fazer a maioria das coisas bem, então qual é o problema? Porque não é ele um candidato Presidenciável? Bom, eu apontaria dois motivos: desconfiança por ser um desconhecido; e desconfiança porque parece tudo demasiado bom.

 

Por outras palavras, Rui Rego está efectivamente a apresentar trabalho mas, infelizmente, sendo ele um “desconhecido”, não possui ainda “credibilidade” suficiente na praça pública para validar as suas promessas. Quem nos garante que estes investidores (que nada têm a perder em Portugal) efectivamente vão investir no SCP depois de Rego ganhar? Quais as contrapartidas de Roberto Carlos para aceitar associar-se desta forma? Que segurança nos dá em relação a colocar Lopo como CEO?

 

Resumindo, Rui Rego aparece nestas eleições como o “desconhecido” e, entretanto, já se transformou em “surpresa”, sendo que apenas os resultados de 8 de Setembro dirão como terminará ele esta caminhada.

 

Para já, é por de mais óbvio que é um dos candidatos que melhor fez o trabalho de casa, sendo extremamente pragmático e não tendo caído no facilitismo de apresentar “pasto para os olhos comerem”. Com soluções diferentes, válidas, honestas e transparentes Rego peca por carregar uma certa aura de desconfiança à sua volta que não o deixa evoluir. São muitas as perguntas que se perfilam nesta candidatura pela “estranheza” da situação, mas há uma que parece estar na mente de todos os Sportinguistas: o que realmente pretende Rui Rego com a sua candidatura?

 

Enquanto os Sportinguistas não se sentirem confortáveis com esta resposta, Rui Rego não será Presidente, nem que apresente como reforço para Janeiro, Neymar (algo que até não me surpreenderia tal o histórico de surpresas desta Lista).

 

Um forte Abraço ao Rui Rego

 

publicado às 04:33

 

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CONSELHO DIRECTIVO

 

Presidente: Frederico Varandas (Clube e SAD)     


Vice-Presidentes:

Francisco Zenha (Área Financeira)
Pedro José Lancastre (Área Comercial/Marketing)  
João Sampaio (Área Jurídica
Maria Serrano Sancho (Responsabilidade Social, inclusão e transparência)

Filipe Osório de Castro (Património)

 

Vogais:

Pedro Luciano Silveira (Sócios)     
Francisco Rodrigues dos Santos (Núcleos)     
Miguel Afonso (Modalidades)     
Miguel Nogueira Leite (Relações institucionais)     
Rahim Ahamad (Internacionalização)     


MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

 

Presidente: Rogério Alves

Vice-Presidente: João Palma     

 

CONSELHO FISCAL E DISCIPLINAR

 

Presidente:  Juiz Conselheiro Joaquim Baltasar Pinto     
Vice-Presidente:  João Teives     

 

A Lista D conta à sua cabeça com Frederico Varandas, o director clínico que passou de ilustre desconhecido a candidato a Presidente do Sporting em tempo recorde e nunca visto em Portugal.

 

Temos de ser honestos e dar crédito a Frederico Varandas por ter conseguido capitalizar um momento negro do Sporting a seu favor. A inteligência que muitos lhe reconhecem é inquestionável quando “puxamos a fita atrás” e vemos o percurso recente de Frederico Varandas.

 

De desconhecido, aproveita a onda de rescisões para surgir com a sua rescisão como se de um jogador mais se tratasse. Capitalizado por essa notícia, assume a sua candidatura a candidato ainda antes de BdC sair e ao ser o único a tomar essa posição acaba por trazer para junto de si todos aqueles que, embora não o conhecendo, estavam contra BdC. Uma “jogada de mestre” que fez dele um candidato Presidenciável.

 

Ao ser a única alternativa a Bruno de Carvalho aquando da AG de Destituição, Frederico Varandas continuou a capitalizar-se junto do SCP e conseguiu trazer a si uma equipa de reconhecidas competências, nomeadamente Rogério Alves que muitos gostariam de ver como candidato à presidência do Conselho Directivo e não da MAG. Além de Rogério Alves, Varandas conseguiu trazer à sua candidatura um conjunto de pessoas com bastante diversidade, competências e acima de tudo, cuja integridade não levanta muitas questões.  

 

Carismático, bom falante, com um passado profissional dinâmico e competências dispares em várias áreas fazem dele um candidato forte. A juntar a estas características poderia haver a dúvida em relação às suas competências/conhecimentos para o futebol (ser médico de equipa não chega), no entanto o apoio que juntou de entre diversos treinadores, incluindo todos os que estiveram na era BdC, fizeram desaparecer esses receios.

 

Na área da gestão, Varandas conta ainda com o sucesso das suas empresas e se é verdade que ele não as gere no dia-a-dia, também é verdade que um bom gestor não é só o que “percebe de contas”, mas sim aquele que reconhece as suas incapacidades e contrata as melhores pessoas para preencher essas lacunas.

 

Com tudo o que descrevi anteriormente, seria previsível que Varandas apresentasse um programa de candidatura irrepreensível, no entanto isso é algo que não aconteceu. Bem estruturado, o programa da Lista D responde aos grandes desafios do futuro e qual a estratégia a ser adoptada, no entanto, temos de ter consciência que o Sporting tem questões urgentes a necessitarem de resposta, nomeadamente na área financeira, e essa componente simplesmente está ausente de todo o Programa.

 

Quem quer ser presidente do Sporting não pode pensar apenas no longo prazo, correndo o risco de, em pouco tempo, ser ultrapassado pela realidade e nesse momento todo o programa desenhado cair por terra por se tornar inviável. Esse foi o problema de quem andava na política no século passado, hoje em dia isso já não é aceitável.

 

Resumindo, Varandas é um candidato presidenciável porque mostrou inteligência nos timings que utilizou e com isso soube capitalizar-se, pois, por mais capacidades que tenha, tivesse ele anunciado a sua candidatura nos tempos que os outros candidatos o fizeram, e tenho a certeza que ele não passaria apenas de mais um “candidato de fundo da lista”. E digo isto não porque ele seja um mau candidato, mas simplesmente porque até há poucos meses era um ilustre desconhecido e, diz-nos a história, que desconhecidos, por maiores capacidades que tenham, têm dificuldades em angariar apoio até porque, necessitam criar uma imagem junto da opinião publica algo que Varandas ainda está a fazer.

 

E é precisamente este processo de "construção" de imagem que tem jogado em desfavor de Frederico Varandas. Se inicialmente e após um ataque feroz dos apoiantes de BdC Varandas conseguiu sair incólume, agora tenho ficado com a sensação de que o tempo joga a desfavor de Varandas e que quanto mais o tempo passa, mais credibilidade perde a Lista D. 

 

Na minha humilde opinião, se Varandas quer ser Presidente este é o momento em que deve parar e pensar... pensar que por mais cosmética que coloque na campanha, por mais apoios que colha junto de determinadas pessoas, por mais capacidades que demonstre ter, tudo isso pode ser em vão se jogar mal as suas cartadas. Está no momento dele pensar e dizer que soluções possui para os problemas que irá enfrentar no dia 9 de Setembro se for eleito... está no momento de mudar... se for por este caminho, duvido que chegue a Presidente. 

Um forte Abraço ao Frederico Varandas

Nota posterior:


O texto foi escrito antes do debate do dia 19-08-2018 na SportingTV. Agora, pós debates junto à minha opinião o receio de que Varandas tenha dado um monumental tiro no pé pela forma como o abordou.

 

O ataque à candidatura do Benedito foi inusitado, desproporcionado e completamente fora de tempo. Mas pior, a "raposa velha" do Ricciardi, avisou-o logo de inicio que não ia entrar em ataques pessoais e Varandas, pela sua inexperiência, no final do debate atacou Ricciardi precisamente trazendo à baila assuntos pessoais e passados.

 

Além do ataque ter caído mal a todos os que assistiam, Varandas colocou-se a jeito de receber uma resposta em forma de tareia de Ricciardi, que ainda aproveitou o momento para explicar o seu passado. Ou seja, Varandas mostrou uma faceta que ninguém conhecia e poucos gostaram e pela inexperiência, acabou a ajudar um "rival" quando a sua pretensão era "aniquilá-lo".

 

Termino esta nota da mesma forma que terminei o texto anterior: Varandas precisa de parar e pensar, pois se seguir este caminho, duvido que chegue a Presidente. 

 

publicado às 18:30

 

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CONSELHO DIRECTIVO

 

Presidente: Pedro Madeira Rodrigues (Descentralização e Institucional)

Vice-Presidentes:

José Tomás (Modalidades)
Momade Imran Hanif (Finanças e relações)

Vogais:

Soraia Quarenta (Jurídico)
Miguel Dom Torres (Marca & Inovação )
Luís Figueiredo (Património e Responsabilidade Social)
José Nogueira Leite (Valores e Organização)
 

 MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

 

Presidente: Pedro Feist

Vice-Presidente: António Pedro Carmona Rodrigues

 

CONSELHO FISCAL E DISCIPLINAR

 

Presidente: António Tânger Correia

Vice-Presidente: Jorge Gaspar

 

Encabeçada por Pedro Madeira Rodrigues (PMR), a Lista C é um projeto “melhorado” da única Lista que se opôs a Bruno de Carvalho nas ultimas Eleições. Na sua história de vida, PMR além de ter sido um opositor quase isolado a Bruno de Carvalho, possui ainda algumas passagens em empresas, sempre ligado à gestão das mesmas.

 

Apesar de não lhe serem conhecidas polémicas relevantes quer na vida profissional quer na vida pessoal, PMR não consegue angariar uma base de apoio que lhe sustente uma viagem até à Presidência do Sporting, muito provavelmente por não ser uma pessoa carismática. À ausência de carisma, PMR junta ainda alguns erros estratégicos que acabam por o ir “matando” aos poucos.

Relativamente ao programa eleitoral, nota-se que Pedro Madeira Rodrigues sofreu uma curva de aprendizagem, apresentando um programa muito bem formulado e com detalhes quanto baste, não caindo no crasso exagero de “dar palha”. As ideias estão lá, os grandes problemas estão bem identificados e as soluções adiantadas. A equipa escolhida também não me merece reparos ou apreciações negativas, sendo porventura uma das equipas mais equilibradas que se apresenta às eleições.

 

Terminasse eu a minha análise por aqui, e PMR seria o candidato “perfeito”, mas não o é. Já antes lhe apontei dois problemas: falta de carisma e erros.

 

À falta de carisma não há muito que se possa fazer a não ser tentar controlar a ânsia em ser Presidente que por vezes se evidencia nos seus discursos. A imagem altiva e discurso arrogante que possui também não ajuda. Se quer ter hipóteses de ser Presidente do SCP, Pedro Madeira Rodrigues terá de trabalhar estes aspectos.

 

Quanto aos erros, esses já são algo mais preocupantes, pois demonstram as fragilidades do candidato na sua estratégia, sendo que eu noto essencialmente os seguintes:


- Deveria ter anunciado a sua possível candidatura logo antes da destituição, tal como fez Varandas. Se o tivesse feito, teria capitalizado uma maior base de apoio, pois muitos colocaram-se no lado de Varandas apenas porque eram contra Bruno de Carvalho. Este foi um erro de estratégia;

 

- Não deveria ter anunciado um treinador. PMR sabia que era impossível o SCP estar sem treinador até à 3ª jornada, logo, estar a colar um treinador é estar “contra” o atual, ou seja, PMR colocou a sua campanha a depender dos maus resultados do actual treinador, ou seja, do SCP. Essa estratégia tão anos 90 já não se usa e no debate na CMTV deu para perceber perfeitamente que PMR está arrependido;

 

- Discursos erráticos. PMR quer mostrar tanto que acaba por errar várias vezes. No debate da CMTV insurgiu-se por forma a relevar os seus êxitos passados e competência na gestão de empresas e cinco minutos mais tarde dava-se a insistir com Ricciardi que empréstimos obrigacionistas para reforço de tesouraria não fariam aumentar o passivo. Podem ter sido os nervos, mas estes são erros que quem quer ser Presidente não pode cometer.

 

Pior, PMR afirmou inicialmente que teria pré-negociada uma solução que permitiria uma injeção de 80 a 100M€, no entanto após Ricciardi dizer que eram necessários no mínimo 120M€, PMR afirmou que desconhecia esse valor mas que estava negociada uma solução que permitia a injecção desde já de 120M€. Nesse momento eu senti que PMR estava a “mentir”, enterrando-se cada vez mais no buraco que Ricciardi lhe escavou.

 

Resumindo, PMR mostrou que soube fazer os trabalhos de casa na preparação da sua campanha, no entanto as suas estratégias ao longo da mesma têm colocado a descoberto diversas fragilidades que aliadas a uma personalidade que não cativa, dificultam em muito o trajecto que tanto anseia. Vamos a ver se PMR ainda vai a tempo de recuperar, no entanto parece-me cada vez mais difícil.

 

Curiosidade: Pedro Madeira Rodrigues tem vindo a utilizar na sua campanha o antigo emblema do Sporting Clube de Portugal. Não faço a mínima ideia do motivo para tal, mas parece-me um pouco desadequado. Se alguém souber, agradeço partilha de informação, apenas para saciar a minha curiosidade.

 
Um forte Abraço ao Pedro Madeira Rodrigues

 

publicado às 13:45

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