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No meu post acho que deixei claro que não sou contra a implementação da tecnologia “vídeo/árbitro,. escrevendo que "teríamos de atender à especificidade de cada desporto e respectivo poderio económico”.Claro que existem aplicações tecnológicas em vigor, tais como a intercomunicação entre os árbitros que seria uma estupidez não porem em prática.

 

Hoje, segundo creio, já se assegura por meios electrónicos se a bola entrou dentro da baliza de acordo com as regras. Até aqui muito bem ou muito mal, pois tendo em conta o custo benefício, será que as poucas vezes que isso sucedeu justifica os gastos. Fazem-se estatísticas para inglês ver, quantos quilómetros um jogador percorreu: 8 a 10 km em 90 minutos e gostaria de ver a quilometragem dos que simplesmente andam a passo de um lado para outro... Dar-nos ia uma ideia mais clara da acção de todos os intervenientes.

 

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As estatísticas de incidências criminosas contínuas em dada zona da cidade ou de um bairro são usadas pelas autoridades para localizarem uma esquadra policial. Um tiro dado de vez em quando já não se justifica e o mesmo raciocínio aplica-se ao Futebol. Todavia foram trazidos à colação desportos em que o uso de tecnologia, era inevitável tais como o ténis, com o seu “olho de falcão”. Uma dezena de câmaras no ”gridiron” o tal futebol americano cujo país que gasta 1 trilião para fazer guerras, bem pode custear os inúmeros operadores bem como pagar a um exército de 11 árbitros, alguns deles nos topos das bancadas e todos em contacto com o árbitro principal, munido de computadores junto ao campo, para que nada escape e haja verdade desportiva.

 

Mas estas nossas intervenções deviam visar exclusivamente o FUTEBOL que todos adoramos e devíamos estar focado nele e, à falta de “vídeo/arbitragem”, seria curial contribuirmos com algumas sugestões. Eis as minhas:

 

--- Introdução de dois árbitros principais, cada um em acção na metade do campo que lhes foi sorteada. Vantagens: - correm menos e com menos cansaço terão obviamente menos problemas de visão.

 

--- Que sejam proibidas substituições nos últimos 5 minutos (senão 10) da partida, a não ser em caso de lesão do atleta. Vantagens: - Evitar que o espectador seja roubado no tempo que pagou para ver jogar até aos minutos finais, permitindo assim, que os jogadores suplentes que entram nessas circunstâncias tenham algum tempo de jogo.

 

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Quanto ao exemplo Hóquei, ser-me-á impossível esquecer a razão pelo qual o Hóquei perdeu o seu lugar ao sol. Afirmo-o pois desde os meus 22 anos que estudo a modalidade, ao detalhe e nas suas várias vertentes, e fui um implacável crítico dos poderes vigentes cujo imobilismo não entendia. Fi-lo por escrito, em jornais em entrevistas, em revistas da especialidade em simpósios, seminários, em cursos de treinadores e de árbitros, aqui e no estrangeiro, até ao ano 2000, quando reconheci que não valia a pena prosseguir. Foram 44 anos de uma luta a solo e inglória. A falta de apoio das TV não tem nada a ver com a não visão da bola, mas sim a cor dos pisos que foram sugeridos por carolas onde cada cabeça uma sentença na construção dos mesmos. Nunca houve uma uniformização do material da pista e sua cor, nem a criação de espaços para posicionar câmaras de TV nas bancadas.

 

Devo dizer que as coisas melhoraram ultimamente no que diz respeito às filmagens graças à Wall Street, a empresa do meu amigo Boaventura. Mas os causadores do ocaso do Hóquei em Portugal foram os elementos da Federação Portuguesa de Patinagem, gente que nada contribuiu para o desenvolvimento e a modernização da modalidade, antes pelo contrário, foram pregando pregos no caixão.

 

Tudo quanto neste momento relato está descrito e documentado no meu WebSite. Agora essa de ter um “ex árbitro" e um “técnico” numa cabine a ver um jogo que está a ser transmitido na TV, não lembra ao diabo. Estou a ver a cena, e antecipo que vão brigar e andar aos gritos, à semelhança do que se passa entre os comentadores de serviço dos vários programas dos vários canais de Televisão.

 

 

Mais um excelente artigo do nosso Amigo FRANCISCO VELASCO que, em princípio, também serve para responder a questões levantadas pelo leitor Schmeichel no segundo post desta série.

 

publicado às 11:19

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7 comentários

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De Schmeichel a 07.05.2016 às 14:29

Caro Francisco Velasco,

Você começou o seu texto com o seguinte... "deixei claro que não sou contra a implementação da tecnologia “vídeo/árbitro,. escrevendo que "teríamos de atender à especificidade de cada desporto e respectivo poderio económico”.

- se for só uma questão de poderio económico, o futebol como desporto nº1 mundial, deveria estar na frente desta questão.
- quando fala da especificidade de cada desporto, isso em nada invalida a aplicação do video-árbitro, apenas significa que as necessidades de apoio à decisão do árbitro são diferentes, mas isso não significa que por terem especificidades diferentes, que não possam ser aplicadas as novas tecnologias.

Depois acho que confunde alguns conceitos:
1- também concordo que o olho de falcão no futebol, esse investimento não se justifica na linha de baliza, por ser uma tecnologia demasiado cara e ser apenas para análise de situações pouco improváveis.
2- quando se fala de um arbitro e um técnico numa cabine a ver um jogo que está a ser transmitido na TV, este sistema já existe..... por isso é que digo, as pessoas que falam contra o video-árbitro deveriam era ver mais jogos de Rugby, porque falam do que não sabem!
O técnico serviria apenas de suporte técnico informático, a decisão da análise é do árbitro que está a visionar o lance na TV, sendo que informa o árbitro de campo do que ele viu na TV.... muito simples, nada das confusões que o caro escreve no seu texto!

Em conclusão, este tema é alvo de muitas análise e muito tipo de receios, mas na minha opinião são injustificados, porque o simples facto de termos um árbitro a visionar o jogo pela TV e a dar o suporte à decisão do árbitro de campo, é apenas uma melhoria na decisão do árbitro e por conseguinte à verdade do jogo.
Não consigo perceber qual a dificuldade de maior, porque já existe este sistema aplicado em desportos que geram menos receitas que o futebol; não tem de ser aplicados em todos os jogos dessa modalidade mas sim nos mais importantes; caso determinado lance seja discutível, mantém-se a decisão de campo. Tudo isto está estudado e aplicado há quase 20 anos nos EUA, mas na Europa continuamos com esta mentalidade de receio pela introdução da tecnologia, que vai ser uma realidade mais cedo ou mais tarde, é inevitável!
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De Francisco Velasco a 10.05.2016 às 23:08


Caro De Schemeichel

Vou procurar responder a este seu comentário, seguindo-o linha a linha, procurando esclarecer qualquer ideia errada que possa ter saído dos meus escritos pois “acha que confundo alguns conceitos”. - Quais, não esclarece...

Mas vamos ao tema, lembrando que não sou “contra”:

- De acordo que o Futebol é a modalidade desportiva mais disseminada do planeta mas o seu “poderio económico” concentra-se essencialmente na Europa e Américas. Quanto ao resto, são de uma pobreza franciscana que a FIFA ao longo dos anos subsidia generosamente, com quantias elevadas (as quais dão para tudo, tendo em conta a corrupção no seu seio), mas que na sua génese procurava estimular as Federações de Futebol Nacionais a desenvolverem projectos para maior expansão nos seus países.

- Esclareço que o termo por mim utilizado: “especificidades” é mais lato do que a mera questão das regras de jogo. Abarca também o enquadramento do Futebol em sociedades diferenciadas onde esse desporto é praticado independentemente das suas políticas e economias. Imagino os estados de alma dos jogadores de futebol do Burkina Faso ou do Bangladesh...!

- Mas o caro De Schemeichel tem um modo de se expressar que me deixa sem fôlego: - “As pessoas que são contra o “vídeo/árbitro' deviam ver mais jogos de Rugby porque falam do que não sabem”! - … “muito simples, nada das confusões que o caro escreve no seu texto”.

Analisando: Vivi 13 anos na África do Sul que como deve saber foi uma potência mundial no Rugby e não fiquei indiferente à sua prática. Quanto às confusões, não especifica nenhuma, simplesmente atira-as para o ar, estilo atoarda.

- Deixe para lá o Rugby e os 20 anos dos EUA e foquemo-nos no Futebol, pois é disso que se trata.

Aceitemos a sua ideia de um técnico de informática e um árbitro numa cabine. Este árbitro até podia ser um reformado e gordo, pois não terá de correr. É ele que “visiona o lance na TV, bem como é o decisor da análise, sendo que informa o árbitro de campo do que ele viu na TV... muito simples...?”. Se esse analista fosse o "expert" que controla “drones” no Médio Oriente, certo, sabido e já comprovado que no terreno, putos que estavam a jogar à bola, acabariam vaporizados.

Mas a sério, quanto tempo levaria esse árbitro na cabine a passar a informação ao verdadeiro árbitro no campo de jogo, tendo em conta que o técnico de informática também leva tempo a teclar os “frames” para a frente e para trás, até chegar com minúcia àquele que interessa. Será que o árbitro do encontro iria anular a decisão que entretanto tomara, ao validar um golo que o árbitro escondido informava agora ter sido fora de jogo...? - Não creio... se fosse eu, teria de ir à cabine espreitar...!

Se não “consegue perceber qual a dificuldade de maior” esse é um problema que terá de resolver por si próprio. A Europa é cautelosa, o que não significa ter receio. A introdução da tecnologia mencionada poderá ser inevitável mas, para já, acho que comportaria mais problemas do que os que iria resolver.

Repesco algo que li neste forum: - O principal responsável holandês pelo projecto “vídeo/árbitro” referiu que de 50 decisões erradas, 12 podiam ser corrigidas, isto é, 1 em 4. Isto esclarece o grau de eficácia do sistema.
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De Carlinha MR a 07.05.2016 às 15:03

Meu querido primo Chico,

Falámos tanto sobre o assunto, embora um tanto leiga, entendi perfeitamente o que te leva a opinar deste modo, por isso, subscrevo!

Estranho contudo que pessoas tão sabedoras de tudo como o Schmeichel , ainda tenham dificuldades em perceber o óbvio.

81 anos de uma vida que daria um livro com muitas e muitas páginas....e muita experiência, conferem-te sabedoria e autoridade nestas matérias.

Gosto muito do modo como expões os teus pontos de vista e sabes que sou tua fã incondicional.

O Rui compôs o artigo de forma sublime...parabéns aos dois.

Beijinhos e que o nosso SCP vença mais logo.
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De Rui Gomes a 07.05.2016 às 16:04

Carlinha,

O mérito é todo do Francisco, eu limitei-me a compor os posts.

Quanto ao Schmeichel, tem uma forma muito casmurra e radical de analisar esta questão e insiste em fazer comparações com o rugby. Como se em Portugal, ou até em várias outras localidades, resolvesse alguma coisa ter um outro árbitro a assistir ao jogo num monitor.

Mas, enfim, cada um tem direito à sua opinião.
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De Schmeichel a 07.05.2016 às 18:05

O rugby tem regras bastante semelhantes às do futebol, é um desporto colectivo, com fora de jogo, livres, lançamentos, etc. Porque razão não se pode comparar? que desporto poderíamos então comparar?
Quando se compara com o rugby é apenas para se constatar as vantagens, a análise dessas vantagens é com o intuito de percebermos o que poderia trazer de positivo ao futebol.
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De Francisco Velasco a 09.05.2016 às 22:47

Priminha querida

Este assunto está a empolgar-me bem como a outros admiradores do Camarote Leonino. Procuro somente dar uma achega, não devido à minha proveta idade mas sim ao facto de durante bastantes anos, ter procurado compreender os factores que contribuem para a prática desportiva. Tendo sido protagonista a um nível elevado, e cabendo-me a função de treinador desde os meus 22 anos, de uma equipa que possuía outros Campeões do Mundo e vários da Europa, tinha de ganhar o respeito deles se desejasse vingar.

Estudei imenso, reflecti milhentas horas a recolher bastante informação das obras que mandei vir do Instituto de Desportos da então Metrópole. Liderando e jogando simultaneamente, tornei-me muito sensível a aspectos do jogo que passam despercebidos aos demais. O que é um facto é que os meus companheiros de equipe estiveram comigo durante 4,5 anos, até ir para Timor.

Não me arrogo ao desplante de saber tudo, longe de mim. Que gosto de discutir estes assuntos é verdade, e não só estes. É o meu defeito, mas não passo de um burro velho que literalmente todos os dias aprende coisas novas.

Que és minha fã incondicional já eu pressenti, o que me deixa lisonjeado e movido. O Sporting venceu e bem, mas o Benfica vai aterrar contra o Nacional, é o meu imprudente augúrio, porque previsões só depois do jogo, como dizia o outro.

Beijoca, caríssima prima.
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De Mike Portugal a 08.05.2016 às 10:26

Apenas um reparo à sugestão de não haver substituições nos últimos 5m.
Isto é impossível de implementar. Basta um jogador simular uma lesão e a regra não vale de nada.

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