Não é que eu tenha soluções concretas para sugerir, mas é por de mais óbvio que algo terá de mudar com a Taça da Liga se é que se pretende que esta sobreviva, de modo a satisfazer as ambições dos clubes e a atrair o apoio dos adeptos.
A prova surgiu por proposta do Sporting e do Boavista em 2006, foi aprovada por unanimidade por todos os clubes profissionais nesse mesmo ano e foi inaugurada na época de 2007/08. A ideia original era de criar um maior número de jogos oficiais e tirar proveito das receitas daí provenientes. Inicialmente conhecida como "Carlsberg Cup", mudando posteriormente para "BWIN Cup" e, agora, simplesmente "Taça da Liga".
Acontece que por razões várias - entre estas a ausência de credibilidade competitiva - a prova tem sofrido diversas alterações ao longo dos anos visando melhorar o seu nível competitivo e atrair um maior número de adeptos aos recintos. Se os jogos mais recentes são de facto indicativos do real estado das coisas, os objectivos delineados não estão a ser atingidos, aliás, muito indica que a prova cada vez mais afasta-se desses objectivos.
Temos, como exemplo, a 2.ª jornada da edição em curso, em que o jogo em Alvalade entre o Sporting e o Marítimo foi assistido "in loco" por somente 11.300 estectadores, o Benfica-Leixões, no Estádio da Luz, por 10.000, e o FC Porto-Penafiel, no Dragão, por 12.500 espectadores, a pior assistência da época para o clube do Norte e a quarta pior de sempre. E isto, ao que concerne os chamados "grandes", dá para imaginar os restantes.
Pelos factos à vista e sob pena da competição deixar de ter qualquer interesse, torna-se urgente rever o formato desta Taça. É evidente que uma das incontornáveis razões para este declínio é de carácter económico, dado o estado em que o País se encontra, mas também não contribui, minimamente, que os clubes considerem a prova como uma não prioridade e recorram a equipas de segunda linha, com jogadores menos rodados no campeonato. O adepto antecipa essa disposição e decide que não vale a pena o incómodo e a despesa para sair de casa.
Praticamente todos os países da Europa promovem uma Taça do género e, perante este cenário, parece-me importante manter a competição em prol da imagem e da reputação do futebol português, mas além de incrementar um patrocínio de modo significativo, a importância competitiva, tanto para os clubes como para os adeptos, tem forçosamente de ser melhorada substancialmente para viabilizar a sua sobrevivência.