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Um breve excerto da crónica semanal de Rui Santos no jornal Record, em que comenta, principalmente, a Covid-19, e, por tabela, o futebol português.

img_192x192$2019_09_07_00_18_48_1598529.jpg"Na segunda-feira, o primeiro-ministro António Costa, em entrevista à SIC, questionado sobre o impacto do coronavírus no futebol, afirmou que o futebol se trata de "um mundo à parte" e que neste momento não é uma prioridade socialmente aceitável, considerando as prioridades definidas pelo Estado.

O presidente da Liga, Pedro Proença, foi muito lesto a responder e disse que as palavras de António Costa foram ‘inapropriadas’, exigindo… "respeito".

Percebe-se bem que, do alto da sua condição formal de ‘presidente dos clubes’, cujo poder é infinitamente mais pequeno do que aquele que a soma dos clubes profissionais poderia sugerir ou mesmo recomendar, Pedro Proença quisesse defender a(s) sua(s) dama(s).

Fê-lo no momento errado.

António Costa tem razão: em termos de apoios e ajudas, o futebol não faz parte das prioridades e é mesmo ‘um mundo à parte’. É um ‘mundo à parte’, esclareça-se, porque os Estados assim quiseram, e achava eu — até há uma década atrás — porque os Clubes também queriam assim. Acontece que os Clubes e os seus dirigentes há muito que vêm pedindo a intervenção do Estado, pelo que são os Governos que ainda não se acostumaram à ideia de que a sua demissão, neste domínio, é apenas mero comodismo.

Temos um longo caminho a percorrer neste ajustamento entre as ‘leis do futebol’ e as leis do(s) país(es), mas esta demanda de Proença segundo a qual "o futebol exige respeito" é apenas uma reacção (pseudo) corporativa. Por uma razão muito simples: o futebol para exigir respeito é preciso saber dar-se ao respeito. E este tempo de restrições pode ser uma excelente oportunidade para esse efeito.

Ninguém visa negligenciar a importância do futebol nas nossas vidas. Mas, em Portugal, o futebol tem uma componente tóxica mortífera, equivalendo a um vírus letal. Temos todos de fazer um esforço colectivo para mudar comportamentos, não deixar que os dirigentes acentuem a notória clubite, a divisão geográfica e territorial, a utilização das claques como exércitos contra a paz e a falta de transparência.

Temos, primeiro e sobretudo, de vencer o Covid-19, mas, a seguir, temos de tratar dos vírus que infectam o futebol".

publicado às 02:02

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3 comentários

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De ChakraIndigo a 21.03.2020 às 09:58

Um dos vírus que infectam o futebol chama-se "Playoff" , e outro chama-se "Tempo Extra".

Este Rui Santos é dos comentadores mais cínicos que já vi. Enquanto apregoa de um lado a verdade desportiva, o fair-play e a sã convivência entre agentes desportivos, pelo outro lado é um dos primeiros agitadores de opiniões polémicas, odiosas e divisionistas.

Acabem.se com programas deste tipo, e façam outros com ex-jogadores e treinadores a comentar futebol, e não assuntos marginais, e verão como o ar se torna muito mais respirável.
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De Rui Gomes a 21.03.2020 às 10:01

Rui Santos é fundamentalmente um 'showman'. No entanto, e não obstante vocês encarnados não gostarem dele, ainda é dos poucos que diz e escreve alguma coisa de aproveitamento.
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De ChakraIndigo a 21.03.2020 às 10:24

Esta minha opinião não tem a ver com algum alinhamento "encarnado", até porque eu próprio dispensava a maioria dos ditos comentadores "encarnados".

A propósito destas guerras de comentadores histéricos, lembra-me sempre uma frase do Kissinger- "... nós também temos de ter o nosso filho da p#$a...".

E é disto que é feito a grande maioria dos programas de comentário acerca de futebol.

Salva-se o "A grandiosa história do Ludopédio", o saudoso "A liga dos Últimos", alguns programas da BTV sobre a história do Benfica, e a SportingTV com programas sobre a sua história como o Lendas Sporting e um que havia antigamente que era o arquivo Sporting.
Nesses aprende-se e toma-se conhecimento de factos.
A BolaTV tem o "Immortals", e mais um ou outro.

De resto é puro lixo que nos intoxica a mente e nos tira a perspectiva acerca da rivalidade entre clubes.

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