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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nota: Só agora (18h28) verifiquei que o post surge com o meu nome como autor, quando, na realidade, é um texto do meu colega Nação Valente. Peço desculpa pelo lapso, que se deve a qualquer questão técnica que me passou despercebida.
Embora, senhor Presidente, já me tenha cruzado consigo, tenho a certeza que nada sabe sobre a minha pessoa. Aqui neste espaço sou um simples e modesto, sem falsa modéstia, redactor, a convite do administrador, Rui Gomes. Nação Valente, um pseudónimo, mas totalmente identificado. E quando vossa excelência me designa de verme, do alto da sua sapiência, tem toda a razão e só me resta, humildemente, aceitar. Por isso, verme me confesso. E até digo mais, estou-lhe sinceramente grato. Porque, se vossa excelência, do alto da sua omnisciência, perde que seja um segundo, do seu valioso tempo para me epitetar de verme, só me posso considerar honrado. Mais vale ser lembrado por um dia, mesmo como verme, que ser esquecido toda a vida.
Eu considero, apesar da minha insignificância, que tenho uma dívida impagável para com vossa excelência. O senhor Presidente, do alto da sua proficiência, salvou o meu clube, meu não no sentido da posse, entenda-se. Não fora a sua imprescindível acção e, possivelmente, o meu clube já teria acabado. O senhor foi uma bênção que nos aconteceu. E na sua grandeza, fez sempre tudo bem, tirando alguns pequenos erros que logo emendou. Posso dizer que até começou mal, quando baixou despesas e as tentou acomodar às receitas. Mas isso é passado.
E atrevo-me afirmar que até fez muito, mesmo muito mal, quando contratou dois técnicos baratos, tendo um deles ganho uma Taça de Portugal, com uma equipa de "maltrapilhos" no sentido económico do termo. Mas depressa corrigiu o tiro. Um deles fez-lhe o favor de como diz o povo, dar à sola, e outro, usando o mesmo tipo de linguagem, deu-lhe, vossa excelência, um pontapé no rabo, com toda a sua elogiada impetuosidade. E fez vossa excelência muito bem. Palmas. Porque raio é que ele havia de ganhar esse título, tão indigno da sua grandeza.
Entrou por fim no rumo certo. Contratou o treinador mais caro a trabalhar no país. Investiu o que tinha e o que não tinha no futebol profissional. Vilipendiou, insultou, expulsou, os resquícios do viscondado, esses "sportingados" que por incompetência, e talvez má fé, há cem anos que trabalhavam para destruir o clube, e que vossa excelência, do alto da sua omnipotência veio resgatar. É certo que ainda não ganhou nada, é certo que está a antecipar receitas, a gastar o que não recebeu, Mas que interessa? O importante é que reuniu os adeptos à sua volta. O importante é que estão felizes porque sentem que estão na luta. O importante é pôs na ordem os adversários, que tremem só de ouvir a sua sonora voz. Como posso deixar de o idolatrar?
Chamou-me verme, mas não especificou se pertenço aos platemintos, aos nematelmintos, ou aos anelídeos. Se calhar não sabe, embora todos nós, na nossa evolução tivéssemos passado por essa fase. Mas vossa excelência que já pertence a uma categoria superior, deve-se ter esquecido. Faz parte. De qualquer modo, permita-me que lhe recorde que estes seres vivos desempenham um papel que não é despiciente no ecossistema, e do qual vossa excelência também é beneficiário.
Por fim, mesmo enquanto verme, arrisco deixar-lhe um conselho. Não lhe peço para deixar o mau humor, para não dizer humor nenhum, nem para abandonar o discurso colérico, nem para moderar a linguagem desbragada, nem para atirar a tudo o que lhe faz sombra. Era perda de tempo, pois não conseguiria. Era ir contra a sua natureza. Só lhe peço que não perca mais tempo com os vermes. Já perdeu o que tinha a perder. Como ser superior olhe para cima, dê asas à sua ambição e irá longe. Talvez ainda venha a ser o dono disto tudo.
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